segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Tentação

         Considerando, para Cristo, luta íntima intensa contra as sugestões feitas por Satanás, Jesus enfrentou, internamente, três principais tentações.

        O conflito interno do homem Jesus referiu-se a (1) acreditar que tinha superpoderes, para realizar qualquer milagre na hora que bem entendesse, principalmente para suprir suas humanas limitações, usando e abusando do mandado divino;

        (2) realmente acreditar que Deus teria a obrigação de lhe poupar a vida, livrando-o de toda e qualquer ameaça de que, humanamente, pudesse ser alvo: definitivamente, não correria nenhum risco;

        (3) acreditar que poderia, duma vez, dar jeito no mundo, assumindo autoridade estranha a si mesmo, supondo mesmo que seria capaz de governar o mundo com "justiça", de modo atabalhoado, em conflito aberto com o Pai.

       A reação de Jesus a essas tentações marcam Sua identidade como o único que venceu satanás, diferentemente do casal primordial, no Éden. Tal vitoria, como marco inicial de Seu ministério, predispôs Jesus a cumprir Sua vocação.

      Milagres de Jesus nunca estiveram a serviço dEle mesmo, porém realizou-os em total submissão ao Pai. Constituíam-se num sinal da presença do Reino de Deus no mundo, assim como era referendo de que era apóstolo de Deus no mundo.

      Não tinha seguro total, como se o Pai tivesse obrigação de lHe preservar a vida. Jesus já conhecia os textos do Antigo Testamento, a Bíblia de seu tempo, suficientemente para atribuir a Si mesmo os que indicavam o sofrimento e a rejeição de que seria alvo, até a morte.

       E para Ele, o principal problema do mundo era destruir o mal em seu nascedouro, porém preservando homem e mulher, portadores por excelência do pecado. Portanto, não lHe impressionou ser tentado a governar o mundo, solução superficial para o momento, porém direito Seu inalienável.

       Tentações-modelo vencidas por Jesus, as mesmas aplicadas à igreja, que pensa que pode requerer autoridade para milagres, na hora em que bem entender, ou que pode aspirar a governar o mundo, a pretexto de sua suposta posição diante de Deus.

           Ou se ainda pensa julgar-se a si mesma ser invulnerável, como se fosse blindada por Deus, tornando-se pivô dos seus próprios caprichos, apta a encarar o que elege para si mesma como prioridade e falsa marca de seu triunfalismo.

        Como diz Paulo Apóstolo, se Cristo tem uma glória, essa é a igreja que, por sua vez, se também a possui, Jesus é essa glória. Daí a equivalência em prova de autenticidade compartilhada entre Jesus e sua igreja. Vitórias de Cristo são nossas próprias. Assumamos. Porém, no poder de Jesus, não nos deixemos persuadir em nada por satanás, uma vez que, constantemente, somos por ele tentados.