segunda-feira, 28 de maio de 2018

        No capítulo 3 da carta aos Efésios, Paulo faz três afirmações essenciais. Na verdade, logo no início, ele menciona uma oração.

       Interrompe sua oração, fala dessas três afirmações e logo diz que há uma principal oração a ser feita a favor de todos os crentes.

      A primeira coisa que ele afirma é que a principal revelação de Deus é o evangelho. Profetas, apóstolos e até anjos jamais poderiam ter antecipado esssa tamanha revelação.

      Mas agora isso foi concedido aos crentes e ele, Paulo, disto se tornara testemunha. A segunda afirmação é que o evangelho é para todos.

      Homens e mulheres de qualquer época, qualquer língua, tribo, povo ou nação somente têm uma maneira de se chegar a Deus: pelo evangelho.

      Até os judeus, como povo escolhido de Deus, da mesma forma que todos os não judeus, ambos só terão acesso à salvação por meio do evangelho.

     E terceira afirmação de Paulo é que a igreja recebeu esse evangelho, para que pudesse apresentar ao mundo e até aos céus a multiforme sabedoria de Deus.

     Nós somos igreja. Somos alvo do evangelho, testemunhas do evangelho e profetas do evangelho. Quero dizer com isso: a nós, para salvação, foi dirigido o evangelho.

     Nós o vivenciamos na presença de Deus e dos homens. E também o anunciamos a todos os homens. E Paulo, então, continua sua oração.

     Deseja que compreendamos a dimensão do que representa ser igreja. E que também conheçamos o amor de Deus. E finaliza dizendo que, desse modo, exprimentaremos a plenitude de Deus.

     Assim em três afirmações Paulo sintetiza os objetivos de Deus. E desenha, diante dos nossos olhos, as dimensões do edifício igreja que somos e do amor de Deus que devemos vivenciar.

     Plenitude de Deus, é o nosso alvo, segundo sugere o Apóstolo. Desse modo, por meio do evangelho. Essa é a principal oração para todo e qualquer crente em Jesus.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

       Inércia

       Já falei sobre isso. Repetitivo, esquecediço e distraído, vá lá, não estou sozinho em meio a essas virtudes. Porém, ainda que atento, esperto da memória e diligente às vezes, por opção de caráter, não fazemos o certo.

       Por isso vale repetir a temática, uma associação entre inércia e oração, porque entende-se trocado, confundida com ser inerte.

       Mas não. Refiro-me ao sentido da física: lei de inércia. Sim, porque é uma lei e daquelas que não se pode burlar.

       Diz que os corpos tendem a manter seu movimento original. Daí você pender para a frente, quando o ônibus freia, ou cochilar, boca aberta, babando, quando o coletivo arranca.

      Entendeu? Cintos de segurança, nos carros, preservam dos efeitos da inércia numa colisão. A tendência é continuarmos projetados para a frente, num movimento bruscamente interrompido.

      Basta uma cabeçada, a 60 km/h, para o cérebro virar uma gelatina disforme, grudada na parte interna da caixa craniana. Morte certa ou sequela garantida. Daí a invenção do cinto, para nos prender rentes ao assento.

      Quando mencionei inércia aqui, textos atrás, quis referir-me ao efeito agora de algum movimento feito antes, lá atrás. Oração, por exemplo. Teria a oração essa função?

      Qual seja, acompanhar, em seus efeitos, os que dela foram alvo anos, décadas, séculos antes?

      Quando Abraão teve aquele bruta pesadelo, Gn 15, pelo qual, entre outras coisas, foi advertido sobre as aflições futuras de Israel, deve ter orado muito assustado com tudo.

        Em que sentido essas orações amenizaram esse sofrimento? Evitar, não evitaram. Deus não estava negociando: comunicava fatos ainda remotos.

       E em Ez 14,14, quando os bons de oração, Noé, Jó e Daniel, nesta ordem, são evocados como intercessores, é porque Deus acusa ao profeta o pecado alheio.

         Afirma que, caso vivessem naqueles dias, em meio àquela geração, escapariam só os três, como dizia o próprio Jó, "com a pele dos dentes", unicamente justos em meio a todos os demais, sem que sua oração a favor do povo fosse atendida.

      Fico pensando, repito aqui, nas orações que Cid e Dorcas fizeram por mim. Agora que miro em meus filhos, entendo um pouquinho melhor a agonia que sentiram, quando eu era tenro, na idade entre 19 e 24 anos.

      Creio que, naquilo em que fui sábio, obediente e fiel ao Senhor, foi possível Deus lhes atender as orações a meu favor. Então, hoje, mesmo que intuitivamente, vivencio efeitos daquelas orações em minha vida.

      Por isso, acho que o limite imposto às intercessões e aos intercessores, como no caso de Ezequiel, está diretamente ligado à relação com Deus daquele que foi alvo dessa mesma intercessão.

      O bruta conflito no deserto, a Crise do Sinai, quando Moisés, ao descer do monte, deparou a orgia consentida por Arão, somente foi resolvido pela certeza de que Deus seguiria no meio do povo.

       Moisés foi o intercessor. Daí a mais fantástica afirmativa jamais registrada: como se saberá que somos Teu povo? Não é por seguires conosco, de modo que todos assim O reconheçam?

       Sigamos em obediência a Deus. Certamente a oração de que fomos alvo poderá se cumprir. Nada há de mágico nelas. Mas, se como diz a Biblia:   
         
       "Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração."
                           Jeremias 29:11-13
   
        Há casos em que, por pura inércia da oração de que fomos alvo, prosseguindo ou quedando inertes, que não seja como diz Paulo Apóstolo, sem Deus no mundo. E caso venhamos a cair, que seja nas mãos de Deus porque, como diz Davi, muitas são as Suas misericórdias.
   

domingo, 13 de maio de 2018

    A mãe da gente.

    A gente a carrega conosco. Pelo menos, genética, psicológica e espiritualmente. Esta última palavra é meio perigosa, se for entendida errado.

     Mas quero dizer com ela tudo o que faltou dizer com as outras duas. E tratando-se de mãe, sempre falta o que dizer. Lembro da minha.

     Faz dois anos, assim, nessa época: comemoramos em março o aniversário dela, ainda em casa. Depois, juntos também, comemoramos o meu e este assim chamado Dia das Mães.

     Lá no hospital. No Acre há 23 anos, perguntava como seria esse último momento. Agora, já sei como foi. Deus atendeu essa oração: passamos juntos.

     Lembro dela. Assim, imensa. Em certo sentido, mãe foi mesmo inventada para ser imensa. Em todos os sentidos. Deve ser mesmo para a gente caber dentro. A vida toda.

      Uma cena do passado era ela, linda, num vestido de listras horizontais, bem fininhas, vermelhas e brancas, levando-me à igreja. Pegávamos um atalho ali, em Cascadura, pelo caminho de uma horta.

      É assim mesmo. E aquelas que cumprem sua missão, carregam a gente dentro a vida toda. Um colega meu, professor, perdeu a sua em 1989. Também paciente terminal.

     Então, bem próximo à despedida dos dois, ela disse: "Mas quem vai cuidar de você?". Quando ele me contou isso, ainda emocionado, pude dizer que a preocupação dela significava duas coisas:

     Amor pelo filho. E paz na hora da partida. Elas é que nos consolam. Carregamos, sim, conosco essa marca boa. E também temos traços de suas imperfeições.

     Mas, por causa delas, somos uma edição melhorada. Valeu, mãe. Desejo cumprimentar todas as minhas queridas primas mamães. Sejam da família de meu pai, sejam da família de minha mãe.

     Abraço especial à mamãe Alda, a mais idosa que conheço. Já foi minha ovelha. Daquele tipo que a gente nunca esquece. Também homenageio suas filhas e netas.

     Abração especial a Eunice, Miriam, Gislaine e Leila. Tias muito especiais que lembram a avó Eunice, mãe maior. Adalgiza, avó paterna, não conheci.

     Mas desejo homenagear aqui minha querida e linda prima Dercilia. Ela vai representar as irmãs, filhas e demais mulheres dessa linda família.

     Abraço especial também a nossa tia Nadir e suas queridas filhas. Esta é a única irmã de meu pai ainda entre nós. Eram Maria, Dejanira, Jani e mais outros cinco homens.

     Mulheres de fé e fibra. Como somos abençoados por essas mulheres! E para terminar, last but not least, homenagear as esposas dos primos, também heroicas em nos aturar.

     Beijão a elas, descendentes de Zila, Iracema e Francisca, parte de mãe. E de Odete, Ivar e Nair, parte de pai. Tantas mães. E a gente, portador dessa herança machista, tão devedores a todas elas.

     Meu beijo especial e abraço carinhoso a minha eposa Regina. Depois de Dorcas, a mais bonita. E, para terminar, minha sogra Lourdes. E também Miriam, aliás duas Mirians, aquela mãe de Patrícia, esta mãe de Anna Paula.

     E tia Gilca, que até poderia não se sentir mãe. Mas ela adotou todos nós: acabou sendo a mãe de mais filhos. Ha, ha. Abraço epecial a ela que, um dia, pediu e foi atendida para que Oscarina, a matriarca, ficasse mais tempo entre nós. São muitas as histórias de mães.

     Destaco, assim, por último, minha sogra, para evitar maiores problemas. Preparou Regina muito bem para a vida, como um todo. Grato, Senhor Deus, por essas mães.

    E por tantas outras.






quinta-feira, 3 de maio de 2018

Fiel e justo.

       "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça".
                                                  1 João 1,9

        João Apóstolo, em sua carta, afirma que Deus é fiel e justo para perdoar nossos pecados. Quer dizer que, se não perdoasse, não seria?

      Fiel e justo em relação a que ou a quem? Para o Deus que, como afirma Paulo Apóstolo, no Novo Testamento, e o profeta Isaías, no Antigo, que tudo faz "segundo o conselho de Sua vontde".

     Deus é fiel e justo a Si mesmo. Decidiu perdoar. Pelo Seu amor, decidiu não ter outra opção. E, para poder perdoar, sem nenhuma incoerência consigo mesmo, deu Seu filho Jesus.

     A solução definitiva para a questão do pecado reside no ato salvífico de Jesus: sua doação incondicional. Afirmou, certa vez, "a minha vida ninguém a tira de mim: espontaneamente a entrego e a reassumo".

     E nós, uma vez batizados nele, pelo Espírito, também reavemos a nossa própria. Daí João afirmar que se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.

     Confessar pecados não significa que nunca mais os praticamos. É sempre presente o tempo verbal aqui. Mas significa aceitar, em si mesmo, a ação de Deus.

     Agora é Paulo quem, de novo, afirma que o Espírito nos educa, a fim de rejeitarmos paixões mundanas e viver sensata, justa e piedosamente nesta vida.

     Isso significa admitir a ação de Deus em nossa vida. Trocam-se as preferências: em lugar da familiaridade com o pecado, a opção pela vida.

     Pecado nada tem a ver com vida. Antes, drena da existência todo o bem. Quem prefere o bem, opta pela ação de Deus no viver.

      Somente possível por Deus que, diante da realidade do pecado em nós, opta por ser Deus: fiel e justo em nos perdoar e nos purificar de toda a injustiça.
 



   
      Fiel e justo.

      João Apóstolo, em sua carta, afirma que Deus é fiel e justo para perdoar nossos pecados. Quer dizer que, se não perdoasse, não seria?

      Fiel e justo em relação a que ou a quem? Para o Deus que, como afirma Paulo Apóstolo, no Novo Testamento, e o profeta Isaías, no Antigo, que tudo faz "segundo o conselho de Sua vontde".

     Deus é fiel e justo a Si mesmo. Decidiu perdoar. Pelo Seu amor, decidiu não ter outra opção. E, para poder perdoar sem nenhum incoerência deu Seu filho Jesus.

     A solução definitiva para a questão do pecado reside no ato salvífico de Jesus: sua doação incondicional. Afirmou, certa vez, "a minha vida ninguém a tira de mim: espontaneamente a entrego e a reassumo".

     E nós, uma vez batizados nele, pelo Espírito, também reavemos a nossa própria. Daí João afirmar que se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.

     Confessar pecados não significa que nunca mais os praticamos. É sempre presente o tempo verbal aqui. Mas significa aceitar, em si mesmo, a ação de Deus.

     Agora é Paulo quem, de novo, afirma que o Espírito nos educa, a fim de rejeitarmos paixões mundanas e viver sensata, justa e piedosamente nesta vida.

     Isso significa admitir a ação de Deus em nossa vida. Trocam-se as preferências: em lugar da familiaridade com o pecado, a opção pela vida.

     Pecado nada tem a ver com vida. Antes, drena da existência todo o bem. Quem prefere o bem, opta pela ação de Deus no viver.

      Somente possível por Deus que, diante da realidade do pecado em nós, opta por ser Deus: fiel e justo em nos perdoar e nos purificar de toda a injustiça.