segunda-feira, 11 de junho de 2018


       "Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição".

                        Colossenses 3:13,14

         Há trechos bíblicos que nos colocam em pé de igualdade com Deus. Este é um deles. A expressão "assim como" não nos deixa saída: supondo tenha Cristo exercitado o perdão, propõe o mesmo em relação a nós.

         Mas hora, o que é "perdão", como exercitá-lo e, ainda, do modo exato como Cristo o fez? Primeiro, só Jesus pode perdoar. É assim, porque perdão pressupõe ofensa.

         E no caso de Jesus, a ofensa foi contra ele. A Bíblia diz que Jesus se interpõe numa dívida que todos temos com Deus. Preço por preço, a vida dEle satisfaz, zerando nossa dívida com Deus.

        Portanto, perdão é algo maior que a dívida, vem de cima, não no sentido da prepotência, mas no da superioridade de sentimentos e cobre toda a culpa.

        Esquece-se a ofensa, paga-se preço, elimina-se a dívida e todo o prejuízo. Começa-se de novo. É como se, em todas as vezes que ocorre o perdão -- sim, porque, ininterruptamente, ele se repete --, voltássemos ao Gênesis, antes da queda: perdão estabelece total inocência.

       Somente Deus pode perdoar. Somente Ele é tão superior em amor que pode perdoar. E isso não é presunção divina: isso é Deus se fazendo homem em Jesus. Máximo do amor. Total possibilidade do perdão.

        Por isso o texto usa ainda outra expressão, que é "sobre tudo isto". Só há uma coisa que preside o perdão, uma única coisa acima do perdão: que é o amor.

       Você que perdoa, acolhe com amor. Não existe amor sem perdão, assim como não existe perdão sem amor. Perdão é amor na prática. E somente Deus é capaz para o perdão.

       Na Sua perfeição e santidade, a ofensa é sempre contra Ele. Mas a disposição dEle, de Deus, é amar e, portanto, perdoar. Jesus se interpõe entre nós e Deus. Para sermos perdoados e, por esse mesmo amor, perdoarmos.

       Daí, não é fácil. Nem para Deus. Lucas, em Atos dos Apóstolos, afirma que custou o preço do sangue de Deus, no corpo de seu Filho Jesus. A dor suprema do amor e do perdão recaiu sobre Jesus.

           Há dor no perdão. Mas é a dor de Jesus Cristo. Uma vez alcançados pelo perdão de Jesus, para nós, perdoar custará, apenas, preço, já pago, de amor.

        Mas prevalece uma advertência. Na terminologia de Paulo, na carta aos Gálatas, ele afirma que "Deus não se deixa escarnecer". Nunca entre numa de falso perdão ou, por extensão, falso amor. O palhaço sempre será você.

         Porque prevalecerão mágoa e ressentimento. E sua distância de Deus se confirmará. Porque no perdão e no amor reside a comunhão com Deus.

            E também não jogue na cara do outro nem o pecado dele ou o seu próprio. Porque ninguém perdoa por obrigação, mas por amor. E todos pecamos igual e, na mesma medida, somos alvo do perdão e chamados a perdoar.

            Perdão e amor de Deus são voluntários. Mais uma vez nos socorre Paulo Apóstolo, desta vez aos Efésios: sejamos imitadores de Deus como filhos amados.