⁸ "Contudo, o Senhor, durante o dia, me concede a sua misericórdia, e à noite comigo está o seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida." Sl 42.
Duas justificativas: primeira, por que, novamente, falar sobre oração? Porque sim. Oração é coisa contínua, de toda a hora.
Segunda justificativa, por que, de novo, citar o Salmo 42: porque traz esse versículo encimado, que trata sobre uma oração que brota espontânea.
Durante o dia e à noite, como mencionado pelo salmista, é sempre tempo de oração. Ao mesmo tempo (des)interessada.
Interessada, porque é melhor não orar por besteiras. Desinteressada, porque oração não é negociata com Deus. Requer compromisso e coerência com o que se diz.
Se tomamos Jesus como exemplo, há a chamada "Oração do Pai Nosso", porque assim inicia, na qual Jesus define, em linhas gerais, pelo que orar e com que abrangência.
E a de João 17, chamada de "Oração Sacedortal", porque por ela Jesus expressa, no final de seu ministério terreno, do que foi mediador a nosso favor.
A definição do autor de Hebreus, sobre o que é ser sacerdote, aplica-se plenamente a Jesus:
¹ "Porque todo sumo sacerdote, sendo tomado dentre os homens, é constituído nas coisas concernentes a Deus, a favor dos homens, para oferecer tanto dons como sacrifícios pelos pecados". Hb 5.
Então, lemos Jesus ensinando a orar e também lemos a oração pessoal por ele feita. Juntando com outras instruções sobre oração, no mesmo Sermão do Monte, e outras vezes em que se menciona que ele orou, ele é nosso modelo também nisso.
Interessante iniciar por "Pai" a oração ensinada. Só pode chamar Deus de Pai quem foi gerado por Ele. Não quem somente presume que o tenha sido.
E é supreendente perceber que, na chamada sacerdotal, o assunto da oração somos nós, a igreja que Ele havia prometido edificar. No contexto das instruções concedidas na refeição de Sua última Páscoa, ele encerra com essa oração.
E uma vez que entendamos ter o acesso a Deus sido, definitivamente, aberto, franqueado, que seu sacrifício na cruz nos habilita, em santidade, para ter com Deus comunhão, oração é diálogo contínuo.
Não há escondido, dentro, que Deus não conheça, como diz outro salmista: ¹ "Senhor, tu me sondas e me conheces." Sl 139.
E ainda como diz mais um dentre eles, Deus se contenta com a nossa verdade: ⁶ "Eis que te comprazes na verdade no íntimo e no recôndito me fazes conhecer a sabedoria." Sl 51.
Todo alcance em todo o tempo. Com ou sem palavras, em silêncio ou num turbilhão, Deus ouve. E como relatado desse diálogo diário e permanente, outro salmista nos descansa, dizendo:
¹⁰ "Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus [...] ¹¹ O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio." Sl 46.
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