² "O Senhor é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus; portanto, eu o louvarei; ele é o Deus de meu pai; por isso, o exaltarei." Êxodo 15.
Este é um cântico. Muito se pode dizer sobre cânticos. Se começarmos pela autoria, dizer até onde foi feliz o autor no que diz. E também a música.
Deste, não temos a música. Podemos apenas imaginar. Lá adiante, Miriam, a irmã de Moisés, sim, o autor deste cântico, ela tomou de tamborins para responder num coro e bailado feminino a inspiração do irmão.
Percussão e voz. Todos cantavam comemorando um feito. Enalteciam Deus por um livramento. Haviam deparado um vau, que é o lugar de uma travessia, no caso por um braço de mar, denominado "mar do juncos".
Mesmo não sendo oceano aberto, era humanamente impossível conseguir. Parecia proposital. E atrás deles estava o exército do Faraó egípcio, que havia se arrependido de os haver deixado sair do Egito.
Era um Império de, até hoje, desconhecida envergadura, à cada vez se descobrem galerias de túmulos, templos e palácios desconhecidos.
Vários povos menores, entre eles os hebreus, foram mantidos como operários escravos para construção de suas pirâmides, palácios e templos.
Pois desta vez, após uma sucessão de calamidades interconectadas, de origem desconhecida, as chamadas Dez Pragas, porém certamente premeditadas, segundo os avisos de Moisés, acometeram o país, até a última delas, que foi a morte de todos os primogênitos, dos palácios à enxovia, incluídos todos os animais.
Faraó desistiu de resistir. Muito provavelmente, até por sua corte, sacerdotes e povo, em geral, liberou os hebreus. Mas tardiamente reagiu e enviou seus carros e cavaleiros ao encalço do povo.
Sobre isso que as mulheres, em seu canto e dança, como antífona, também enaltecem o Senhor por seu tamanho livramento:
²⁰ "A profetisa Miriã, irmã de Arão, tomou um tamborim, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças. ²¹ E Miriã lhes respondia: Cantai ao Senhor, porque gloriosamente triunfou e precipitou no mar o cavalo e o seu cavaleiro." Ex 15.
Moisés havia composto o seu cântico. Dele é o trecho que os jovens congregacionais escolheram para seu moto:
¹ "Então, entoou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao Senhor, e disseram: Cantarei ao Senhor, porque triunfou gloriosamente; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro. ² O Senhor é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus; portanto, eu o louvarei; ele é o Deus de meu pai; por isso, o exaltarei." Ex 15.
Cânticos refletem uma motivação para que sejam compostos, trazem a marca de sua autoria e expressam um conteúdo. Pelo menos esse conjunto tríplice de sua composição os legitima.
Pode variar o gênero musical, ser avaliada a genialidade da letra, pelo modo como expõe seu conteúdo, bem como o ajuste dela à melodia.
Por isso, cada parte tem sua avaliação requerida. O conteúdo pode desmerecer a melodia, assim como esta pode postar-se aquém dele. Como podem ser ruins os dois.
Não temos as melodias nem do canto de Moisés ou do refrão das mulheres. Mas seu conteúdo está aprovado como texto das Escrituras. Já conheci uma melodia hebraica que faz justiça a esses textos.
Moisés atribui a Deus, em sua poesia, três expedientes revelados nas circunstâncias que motivam sua autoria. E o versículo escolhido pelos jovens mostra quais são e representa a síntese.
O Senhor é força, cântico e salvação. Força, porque derrotou o exército egípcio numa condição inimaginável. Cântico, porque o alento dessa vitória, no coração do povo, inspira louvor.
E salvação, porque todos, definitivamente, viram-se livres da ameaça egípcia, para sempre. Nós também temos força, podemos compor cânticos e aplaudir em louvor.
Mas as razões de Deus, a diferença entre Ele e nós, quando exerce Seu poder, quando põe no coração razões por que cantar e quando depara a Sua salvação, mostra Sua marca e identidade.
O salmista, no Salmo 40, num só versículo, indica o que pode a força do Senhor, em que consiste a Sua salvação e que cântico põe em nosso coração:
¹ "Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. ² Tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos. ³ E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no Senhor." Salmo 40.
Neste versículo aprendemos: 1. Pode-se esperar em Deus confiantemente; 2. Sua força consiste em nos livrar de um poço de perdição e de tremedal de lama; 3. A salvação consiste em colocar sobre uma rocha e firmar os passos; 4. Transformar em cântico a história da salvação para deleite e testemunho; 5. Despertar em nós gratidão de contínuo louvor.
A força do Senhor, o cântico da história do Seu amor por nós e a grandeza de Sua salvação somente nEle têm origem e tornam nossa vida plenamente vitoriosa.
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