quarta-feira, 8 de outubro de 2025

A depressão de Deus

 ⁵ "Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração; ⁶ então, se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração." Gn 6.

   A tristeza de Deus é a nossa maior segurança. O que a Ele entristece deveria, todo o tempo, também nos entristecer.

  Mas alegria, no Senhor, é a nossa força. Quando Neemais tomou notícia, pela descrição de Hanani, do grau de calamidade em Judá, chorou, lamentou, jejuou e sensibilizou Artaxerxes.

   À vista do que era preciso fazer, para restaurar Jerusalém, que estava como Gaza hoje, ele estimulou o povo no grande ajuntamento após toda a tarefa que empreenderam: ¹⁰ "...porque a alegria do Senhor é a vossa força." Ne 8.

   Por isso Tiago vai ensinar que, até quando tudo é provação, será motivo de toda a alegria.  Notemos aqui os indefinidos "tudo/toda/várias":

   ² "Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, ³ sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança." Tg 1.

   Não sabemos nem nos entristecer. Essa sensibilidade nos é devolvida na conversão. Porque até o arrependimento é uma "tristeza segundo Deus":

¹⁰ "Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz a morte." 2 Co 7.

   Não existe sensibilidade humana após a violência do pecado em nossas vidas. Por exemplo, basta notar o cinismo de Caim na conversa com Deus, após o primeiro homicídio da história:

⁹ "E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?" Gn 4.

  É melhor não apedrejar Caim na mídia, porque todos nós sofremos da síndrome de Caim. E quem nos cura é Deus. Sem esquecer que é a bondade de Deus que nos conduz ao arrependimento:

⁴ "Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?" Rm 2.

   A matriz de nossa sensibilidade está guardada com o Criador. Somente a comunhão com Ele vai nos devolver. Sozinho e isolados, somos Caim.

  Para ser Abel,  somente ressuscitados em Cristo. Por isso Hebreus 11,4 afirma que "depois de morto (Abel) ainda fala". E também Paulo recomenda ter em nós o sentimento de Cristo:

⁵ "Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus". Fp 2.

  Tudo incluído na palavra amor. Deus é amor. E nos ensina o bê-a-bá do amor. Somos educados no e pelo Espírito,  desde que nele somos batizados:

¹¹ "Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, ¹² educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente". Tito 2.

⁴ "Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, ⁵ [...] ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo".Tt 3.
  
  O pecado na condição humana deprime Deus. Toda a sensibilidade reside em Deus. Se não nos devolver Sua imagem e semelhança, somos aberrações e não humanos.

    A tristeza de Deus, assim como a alegria no Senhor são nossa segurança e força. A sensibilidade de Deus carece ser a mesma nossa. O nome disso é amor compartilhado. 

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