sexta-feira, 21 de novembro de 2025

O milagre que fala contigo

 Há milagres e milagres. Talvez Pedro tenha tentado explicar em seu sermão do Pentecostes:

²² "Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis". At 2.

   Deu como óbvio: (1) Milagres, prodígios e sinais autenticam Jesus; (2) É Deus quem os realiza, por intermédio do Filho. Isso significa dizer que Deus não realiza os milagres que a variada incredulidade requer.  Porque não adianta.

  Deus realiza milagres de amor, segundo Sua providência. Como no encontro marcado com a samaritana anônima. Porque procura todas ou qualquer uma, como foi com Sara, na visita específica nos carvalhais do Manre.

  Jesus pede água, porque está sedento. Primeiro milagre, Deus experimentar sede, porque se faz homem. Esvazia-se de todo o poder para, como Filho, depender de Sua própria providência. Somente Deus se esvazia do próprio poder. 

   E depender do favor daquela mulher, que se surpreende: jamais um homem judeu comum se dirigiria a ela. Mas o Filho a todos se dirige. Aqui o segundo milagre. Era para que, ao inverso, despertasse na mulher a sede de Deus. 

  O Filho se revelaria a ela. Era somente pretexto que, pela sede, iniciasse a conversa. A intenção era outra. Diante de toda a estranheza dela e da provocação inteligente de Jesus, porque a sede é emergencial, pediu que trouxesse o marido.

  Não tinha e ele já sabia: aqui, o terceiro milagre, Jesus sempre tudo sabe. E revelou à mulher o que sabia a respeito dela. Jesus visava a confissão da condição de pecado.  Avizinhava-se o maior milagre: a salvação, por meio da definitiva comunhão com Deus, por toda a eternidade.

  Nessa altura, a conversa se desviava para o contexto da profecia, adoração e culto. Então Jesus se prepara para situar-se no centro de tudo. E pronuncia o quarto milagre, que é a opção preferencial de Deus por verdadeiros adoradores.

   Diante das revelações, a mulher depara Jesus, supondo ser sua expectativa sobre a vinda do Messias. Então, o quinto milagre, Jesus revela ser o Messias dessa expectativa. Nesse exato momento chegam os apóstolos, cegos para os milagres, atentos ao preconceito.

   Quanto à mulher, tornou-se o milagre vivo da fé, nasceu de novo a partir de Jesus, e retorna à cidade para noticiar seus amigos e tantos quantos quiserem enxergar esse sinal.

   Toda ação de Deus é milagre. Porque para nós, impossível agir do mesmo modo.  Estas Pedro chama milagre, sendo prodígios quando contariam as convenções da ciência, e sinal o efeito do milagre posto como advertência permanente que aponta Deus.

   A natureza que, segundo a Bíblia, proclama a glória de Deus, são permanente sinal. A mulher samaritana, ao voltar convertida por Jesus, aos amigos, constituiu-se num sinal permanente.

    E prodígio sempre será o milagre que demonstra a soberania de Deus sobre os processos naturais.  Quando Jesus ordenou que Lázaro, com suas células já em estágio de decomposição, saísse do túmulo, contrariou o ritmo natural da entropia.

   O maior milagre é Deus revelar-se no Filho, assumindo nossa forma, mas não nosso pecado. Assim, revelar-se a nós, converter a Si a nossa vida, para comunhão permanente com Ele, tornando-nos sinal vivo de Seu poder.

   A conversa com a samaritana anônima é vitrine desse poder realizador de todo milagre. Revelar-se a quem crer, esse o maior milagre, o milagre que fala contigo.

²⁵ "Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas. ²⁶ Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo." João 4.

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