¹ "No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo." Is 6.
Estar sobre alto e sublime trono, todos cremos, o Senhor está. Ou, pelo menos, para citar outro trecho do livro: ¹ "Quem creu em nossa pregação?" Is 53.
Mas o fato de, naquela circunstância, tê-lo visto foi, para Isaías, inusitado. Havia uma carência que necessitava urgente solução. Tanto para o profeta, quanto para o Altíssimo.
Isaías precisava ver. O Altíssimo ansiava por Isaías, o que é indicado na pergunta, à frente, no texto: ⁸ "Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim." Is 6.
Sempre há essa dupla carência. Deus sempre procura parceria humana, com a finalidade de cumprir os propósitos dEle. Um tal conterrâneo de Isaías, o profeta Amós, expressou-se assim:
⁷ "Certamente, o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas." Am 3.
Profetas são confidentes do Altíssimo. Que nada faz, não faz coisa alguma sem que revele o que tem no íntimo. Aliás, é Isaías que também fala de intimidade com Deus.
¹⁵ "Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos." Is 57.
Ou demos voz ao salmista, que talvez esteja se expressando sobre esse mesmo assunto: ¹⁴ "A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança." Sl 25.
Ver e ouvir o Senhor é ocasional ou contínuo? Essa carência recíproca é eventual ou permanente? O que Deus tem para executar é urgente ou prescindível? Após esse encontro, a vida de Isaías nunca mais foi a mesma.
A pergunta por quem há de ir prevalece. E as tarefas que Deus tem a efetuar também. E a necessidade que temos dEle e a que tem de nós insiste. As visões de Deus são, pelo menos, precisam ser contínuas.
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