³ "Disse Deus: Haja luz; e houve luz. ⁴ E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas.".
Pela palavra de Deus, criou-se a luz. Deus a avaliou boa. E fez separação entre a luz e as trevas.
Nesse versículo, criou-se a luz em ternos físicos e em termos espirituais. Em termos físicos, Deus cria o fóton, ou seja, a partícula que, segundo a teoria do Big Bang, é geradora do Universo.
Três nomes são notáveis nessa teoria: Gilbert Newton Lewis que, em 1926, nomeia o fóton. Georges Lamaître, que enunciou a teoria do Big Bang e, mais tarde, Edwin Hubble a confirmou, por suas observações, tendo George Gamow aprofundado esse ideia.
E a luz é o ponto de partida para a ciência. Uma síntese da teoria do Big Bang seria afirmar: "A teoria do Big Bang, segundo informações da Nasa, consiste na ideia de que o universo começou em um único ponto".
Mas para Adauto Lourenço, a constituição da vida é por demais complexa para que demorasse bilhões de anos para se constituir, reunindo uma série conjunta de fatores que seriam, em termos de probabilidade, coincidências impossíveis.
''Se [a terra] fosse um pouco mais próxima do sol, a vida não existiria; um pouco mais distante do sol, a vida não existiria; girando um pouco mais rápido, a vida não existiria; girando um pouco mais devagar, a vida não existiria; se um pouco da proporção dos gases na atmosfera fosse mudada, a vida não existiria, e algumas poucas características dos solos fossem mudadas, a vida também não existiria. São vários fatores, praticamente todos eles, relacionados diretamente com a questão da existência da vida. Quando nós temos um número grande de coincidências, a probabilidade delas terem ocorrido simultaneamente, por meio de processos naturais, é muito pequena."
E Deus também estabeleceu a separação entre luz e trevas no sentido espiritual. Esta palavra constitui-se num termo técnico genérico que define o que existe de imaterial, porém concreto, em sua existência, na constituição do Universo.
A criação de Deus existe para fora dEle. A importância do que existe está na sua origem, a partir de Deus, e na Sua sabedoria, e não em ter agregado a si aspectos da divindade.
O mundo físico se apresenta interconectado, sendo possível deduzir sua formação a a interdependência que existe nos elementos que o constituem, mas Deus não está nem no mundo e nem nas coisas criadas, como também não está contido no universo, ainda que este seja infinito.
Deus é espírito. Jesus mesmo afirmou isso à mulher samaritana: ²⁴ "Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade." Jo 4.
A luz simboliza o lugar onde Deus habita, Sua perfeição e santidade, a constituição de Sua revelação, constiuindo-se no elemento que restaura no homem sua condição original perdida, irremediavelmente imersa em trevas. Paulo assim se refere ao lugar de Deus: 1 Tm 6:
¹⁶ "Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém."
E Judas, por outro lado, assim define a condição oposta, lugar onde estão contidos, sob cativeiro e aprisionados tudo e todos os que se rebelaram contra Deus e não lHe obedecem o senhorio:
⁶ "...e a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia." Jd.
Nesse sentido, trevas são o destino e o arcabouço da maldade que, uma vez existindo fora do ser humano, este duma vez a incorporou em si. O que somente existia no íntimo desses anjos decaídos, tornou-se, por opção humana, constituição de sua própria personalidade.
Somente Deus pode separar luz e trevas. Somente Deus pode restaurar o ser humano, separando nele uma e outra. Tão incorporado está o mal no ser humano, que somente a morte dele o livra. Por isso e para isso Deus se fez homem, para morrer a nossa morte e nós vivernos a vida que somente nEle existe.
A palavra de Jesus sobre o cego que curou, registrada em João 9, bem caracteriza o efeito da luz divina sobre as trevas: ⁵ "Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo." E pergunta final, desafiadora e inconsequente, feita pelos fariseus, demonstra a resistência humana à revelação de Deus:
⁴⁰ "Alguns dentre os fariseus que estavam perto dele perguntaram-lhe: Acaso, também nós somos cegos? ⁴¹ Respondeu-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: Nós vemos, subsiste o vosso pecado." Jo 9.
Deus nos liberta do império das trevas e nos transporta para o reino de Jesus: ¹³ "Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor". Cl 1. E ao cego da história ele se revelou:
³⁵ "Ouvindo Jesus que o tinham expulsado, encontrando-o, lhe perguntou: Crês tu no Filho do Homem? ³⁶ Ele respondeu e disse: Quem é, Senhor, para que eu nele creia? ³⁷ E Jesus lhe disse: Já o tens visto, e é o que fala contigo. ³⁸ Então, afirmou ele: Creio, Senhor; e o adorou. ³⁹ Prosseguiu Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem se tornem cegos." Jo 9.
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