Em 19 de agosto de 1855, o missionário escocês Robert Reid Kalley e sua esposa, a inglesa Sarah Poulton Kalley, que haviam chegado ao Brasil em maio do mesmo ano, deram inicio às atividades evangelísticas no Brasil. Dona Sarah reuniu cinco crianças de origem estrangeira, que falavam inglês e alemão e contou, nas suas línguas, a história do profeta Jonas. Cerca de 15 dias depois, foi a vez do Dr Kalley, médico, farmacêutico e missionário, dar uma lição aos adultos, em língua portuguesa, em Petrópolis, residência do casal. Três anos depois, era iniciado o trabalho na cidade do Rio de Janeiro, com 13 estrangeiros (escocêses, ingleses e portugueses) e um brasileiro, que foi batizado. A data, julho de 1858, é a oficial de instalação da Igreja Evangélica Fluminense.
O casal Kalley veio ao Brasil às suas expensas. Por ter muitas posses, era possível dedicar-se à evangelização sem ter sido enviado por uma junta missionária do Reino Unido. O trabalho cresceu, pessoas se juntaram e várias atividades foram desenvolvidas ao longo dos 21 anos em que o casal morou no Brasil.
Foi criada uma escola diária, para alfabetizar as crianças, filhas dos membros da igreja. A igreja decidiu, em 1865, que um crente no Senhor Jesus possuir escravos era pecado. Os dois membros que eram senhores de escravos receberam um tempo para alforriá-los. O que se recusou a fazê-lo foi excluído do rol de membros e até tentou matar o pastor Kalley.
Foi iniciado um trabalho em Niterói, outro no Recife e a mídia da época era utilizada por Kalley para divulgar o evangelho. Panfletos com títulos curiosos eram produzidos e distribuídos. Um, O Ladrão da Cruz, foi motivo de polémica. A capa apresentava o homem na cruz com pregos nas mãos. Segundo a crença da época, somente Jesus havia tido as mãos perfuradas. O material ficou retido na alfândega e foi motivo de discussão nos jornais da época e finalmente liberado.
A Igreja Evangélica Fluminense, mesmo após a partida definitiva do casal, esteve na vanguarda. Por proposta de um membro da igreja foi criado, com outras igrejas, o Hospital Evangélico, na Tijuca. O hospital foi pioneiro em transplante no Brasil. Na 1a metade do século 20, foi organizado um congresso mundial de escola dominical no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com a participação de mais de 1500 pessoas de várias partes do mundo. A igreja criou a Missão Evangelizadora do Brasil e Portugal, que recebia recursos da família Fernandes Braga, proprietária da Fábrica de Chapéus Mangueira. Os vendedores atuavam também como colportores, em diversas cidades brasileiras.
São muitas as atuações e ações do casal, da IEF, etc.
As 13 igrejas oriundas do trabalho do casal Kalley (filhas e netas) reuniram-se em 1913 e resolveram organizar-se como denominação. Já existiam também igrejas de governo congregacional em Portugal. Nessa 1a convenção, elas não puderam vir. Mais tarde, participaram.
Ao longo de 169 anos Deus nos tem abençoado. Temos problemas, divergências, etc. Mas somos testemunhas da atuação de Deus entre nós ao longo de 169 anos.
Que Ele continue nos abençoando.
Sergio Prates Lima, 2a IEC de Campo Grande.
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