domingo, 25 de agosto de 2024

Coisas de Pedro - Conhecimento 1 - Parte 5

5 "...por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento;"  2 Pe 1.

A terceira coisa que Pedro menciona, agregada à lista do que nos a ser coparticipantes da natureza divina, é o conhecimento.

  Após fé, como porta de acesso, virtude, como resultado natural de ser nova criatura em Cristo, agora o conhecimento.

  Paulo, aos Efésios,  aponta que "conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento", habilita "ser tomado de toda a plenitude de Deus". Ef 3,19.

  É notável que, tanto em Pedro quanto em Paulo, conhecimento seja essencial. E a concepção bíblica para conhecimento não é um conjunto de aportes teóricos, cuja ênfase reside na razão, como era compreendido na cultura grega.

   Porém uma vivência prática, uma experiência de fé, alicerçada na comunhão com Deus, modelo esse bíblico, expresso desde o Antigo Testamento. 

   Por isso que tanto Paulo, quando se refere a "imitar Deus, como filhos amados", quanto Pedro, quando menciona ser "coparticipantes da natureza de Deus", refletem-se a essa modalidade bíblica exclusiva de vivência com Deus. 

    Moisés já expressava o desejo pleno dessa experiência: ¹³ "Agora, pois, se achei graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber neste momento o teu caminho, para que eu te conheça e ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é teu povo." Ex 33.
 
   O mais notável líder do povo de Deus, que acompanhou a gênese da nação de Isarel, foi mediador na revelação da lei e na aliança do Sinai, num momento de crise, no deserto, roga a Deus que possa conhecê-lo plenamente.

  E o seu discípulo, Josué, no momento de sua vocação, é instruído por Deus a ter como referência, a Sua palavra, expressa, naquela época, pela assim denominada lei de Moisés:

   ⁷ "Tão somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares. ⁸ Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido." Js 1.

   Em outro momento crucial, quando Deus, por meio do profeta Oseias, tenta impedir que o povo do norte, as 10 tribos que haviam rompido com o reino de sul, após a morte de Salomão, sejam levadas para p cativeiro assírio, conhecer o Sennhor se torna essencial:

  ³ "Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra." Os 6.

  Jó, um modelo de vida fiel com Deus, que mesmo após provações de toda a sorte, desafiado pelo próprio Satanás, mantém-se firme na fé, ao final de toda essa experiência, afirma que:

   ⁴ "Escuta-me, pois, havias dito, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. ⁵ Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem. ⁶ Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza." Jó 42. 

  Interessante é observar a sequência de deduções que Jó menciona: (1) Escutar Deus, que fala, podemos perguntar que Ele ensina; (2) Conhecemos só de ouvir, mas os olhos podem ver; (3) por isso autorrejeitamo-nos e nos arrependemos.

  Há outras referências por todo o Antigo Testamento com relação à necessidade de conhecer o Senhor. Vamos citar mais uma, em Isaías, contemporâneo de Oseias, que menciona a necessidade ter a palavra de Deus como referência:

  ¹⁶ "Resguarda o testemunho, sela a lei no coração dos meus discípulos. [...] ²⁰ À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva." Isaías 8.  (continua)...

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