¹⁶ "Naquele dia, se dirá a Jerusalém: Não temas, ó Sião, não se afrouxem os teus braços. ¹⁷ O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para salvar-te; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo." Sf 3.
Sofonias profetiza no reinado de Josias, pouco antes do início do ministério de Jeremias. Este rei foi o último, em Judá, temente a Deus. Somente em seus dias foram derrubados os santuários idólatras construídos, pasmem, pelo próprio Salomão, quase 300 anos antes.
⁶ "Assim, fez Salomão o que era mau perante o Senhor e não perseverou em seguir ao Senhor, como Davi, seu pai. ⁷ Nesse tempo, edificou Salomão um santuário a Quemos, abominação de Moabe, sobre o monte fronteiro a Jerusalém, e a Moloque, abominação dos filhos de Amom." 1 Rs 11.
Na profecia de Jeremias, Josias é destaque de juízo e justiça. Sua correção é posta como modelo para todos os reis, principalmente dos seus dois filhos, Jeioaquim e Zedequias, que reinaram antes do cativeiro babilônico, ambos sem temor do Senhor:
¹⁵ "Reinarás tu, só porque rivalizas com outro em cedro? Acaso, teu pai não comeu, e bebeu, e não exercitou o juízo e a justiça? Por isso, tudo lhe sucedeu bem. ¹⁶ Julgou a causa do aflito e do necessitado; por isso, tudo lhe ia bem. Porventura, não é isso conhecer-me? — diz o Senhor." Jr 22.
Portanto Sofonias, embora profetize no período de um rei fiel, como é o caso de Josias (641-610 a.C.), antecipa situações que, do final desse período até 586 a.C., vão degringolar, ano este da destruição de Jerusalém e do cativeiro babilônico.
Seu livro apresenta uma síntese da mesma estrutura dos profetas maiores, assim chamados pelo volume de sua escrita, focando juízo a determinadas nações, Filístia, Amom e Moabe, juízo contra Jerusalém e palavras finais de consolo. Sf 3:
⁴ "Os seus profetas são levianos, homens pérfidos; os seus sacerdotes profanam o santuário e violam a lei. ⁵ O Senhor é justo, no meio dela; ele não comete iniquidade; manhã após manhã, traz ele o seu juízo à luz; não falha; mas o iníquo não conhece a vergonha."
Quando acusa Jerusalém, afina na mesma nota de Jeremias, argumentando ser antiga, mais de 100 anos, essa visão negativa para os destinos da cidade, por causa da infidelidade do seu povo: Jr 26:
¹⁸ "Miqueias, o morastita, profetizou nos dias de Ezequias, rei de Judá, e falou a todo o povo de Judá, dizendo: Assim disse o Senhor dos Exércitos: Sião será lavrada como um campo, Jerusalém se tornará em montões de ruínas, e o monte do templo, numa colina coberta de mato."
Até parece que tudo o que os profetas tem a dizer sempre é negativo. Profetas fiéis, verdadeiramente vocacionados, não escondem a verdade. Mas não se trata de somente focar o negativo.
Sempre propõem arrependimento e restauração. Sem nunca deixar de mostrar a verdadeira natureza do pecado, sempre destrutiva. Por isso previnem seu efeito devastador na vida humana.
Somente as Escrituras definem pecado, sua origem e indicam sua cura, somente possível pela direta ação de Deus no ser humano. Deus procura, para o diálogo, pois somente Ele tem o poder da cura completa: Is 1:
¹⁸ Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã."
No jardim, Deus procura o casal, infantilmente escondido por detrás das árvores. Deus sempre procura. A principal visão dessa busca de Deus pelo ser humano é de Seu amor. As Escrituras são o Livro do amor de Deus.
Mas não escondem o prejuízo causado pelo pecado e consequências da recusa à conversão ao Senhor. Paulo esclarece, objetivamente, contra o que a ira de Deus se manifesta:
¹⁸ "A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; ¹⁹ porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou." Rm 1.
Deus se manifesta (1) contra a impiedade e (2) contra a perversão dos homens. Resumindo, contra a (1) vida sem Deus e (2) vida sem justiça. E o apóstolo ainda denuncia a tendência humana de criar um deus segundo a própria imagem humana depravada: Rm 1:
²³ "... e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível".
Deus nunca desiste de procurar o ser humano. Por isso, Sofonias menciona o desejo de Deus em folgar em meio a uma festa entre nós. Assim como Jesus, o Filho, folgava em buscar relação conosco. Estar em festas, frequentar Jerusalém nas três festas anuais, conversar com os pescadores à beira do lago.
Lidar com todo o tipo de gente, principalmente os considerados à margem da sociedade. Cuidado para não parecermos mais farisaicos do que marginais. Pecadores, prostitutas, colhedores corruptos de impostos situavam-se entre a turma com quem Jesus era visto.
Deus não aceita pecado. Acolhe pecadores, dialoga com eles, para lhes mudar natureza e preferências. E somente Ele pode fazer isso. Delegou também ao Filho esse poder:
³⁶ "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres." Jo 8.
Deus está em nosso meio, poderoso para salvar, deleita-se, com alegria, na resposta por fé, renova-nos, permanentemente, no Seu amor e jubila e rejubila-se, regozijando-se no meio dos viventes.
Ora, já dizia Neemias: Ne 8:
¹⁰ "... a alegria do Senhor é a vossa força." Sintamo-nos convidados, por Deus, a esta festa.
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