Um tal intérprete da lei, nos tempos de Jesus, fez a mesma pergunta do jovem rico, de como devia proceder para herdar a vida eterna.
Era uma dupla provocação. Certamente, queria ouvir sobre "vida eterna", ao mesmo tempo que forçar Jesus a uma, na opinião dele, contradição.
Inteligente com sempre, Jesus retornou a pergunta, mexendo com a vaidade dele. Está na lei, replicou: como você interpreta? Rapidamente, o homem respondeu:
²⁷ "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo." Lc 10.
Jesus, magistralmente, encerrou a altercação: "Faze isto". Aí está a questão. Não vamos rir do tal intérprete. Quem faz isto? Quem ama? E, se ama, como ama? Quando ama?
Na Bíblia, amor é essência de Deus, mandamento de Jesus e fruto do Espírito. Veja na sequência de versículos abaixo:
⁸ "Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor." 1 Jo 4.
¹² "O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei." Jo 15.
²² "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade." Gl 5.
Só dá para se aprender a amar com a Trindade. E somente existe um tipo de amor, esse mesmo, que te conduz amar do pior inimigo ao ser humano, para você, de maior afeição.
Logo, amor é milagre em nós operado. Somente, como diz Paulo, de novo, com plenitude de Deus:
¹⁹ "... e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus. Ef 3.
Jesus aprendeu a amar com o Pai. E, pleno do Espírito, nunca deixou esmorecer. Veja abaixo:
¹⁰ "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço." Jo 15.
E tudo que o Pai tem, Jesus tem consigo, do mesmo modo o Espírito. Por isso experimentam e compartilham o mesmo amor.
¹⁴ "Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. ¹⁵ Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso é que vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar." Jo 16.
Não existe amor teórico, somente o prático. Super eficiência ou super competência, não é prova ou comprovação de amor, vide a igreja de Éfeso.
Assim como dar tudo, seja toda a riqueza e até a si mesmo, não é amar, veja 1 Co 13. E nem ser totalmente sábio, o que somente promove soberba, vide Salomão (não na sabedoria, que esmoreceu, mas na soberba, que prevaleceu). 1 Co 8:
¹ "O saber ensoberbece, mas o amor edifica. ² Se alguém julga saber alguma coisa, com efeito, não aprendeu ainda como convém saber. ³ Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido por ele."
Como na adoração, é Deus e mais ninguém que identifica amor em nós. Ele que valida e comprova. Está muito intrincado com a humildade.
Aliás, nas bem-aventuranças, tudo começa com a humildade. E segue articulado. Assim como o fruto do Espírito, começa no amor, e as virtudes de 2 Pe 1, que precisam todas ser reunidas, e só então virá amor.
Para terminar, se pensas ser fácil, no e com o mesmo amor, amar inimigos e amigos, não tente seguir a lógica de Jonas que, por tanto odiar, preferiu morrer, por causa de uma lagarta, a ver arrependidos 120 mil que se decidiram por sua pregação.
Amor só tem uma escola. Está embutido no sentimento de Cristo. Odiar tem mil portas, quer dizer, mil no sentido figurado: tem muito mais.
Ah, sim: não há nem tipos e nem intensidades de amor. Será verniz de simulação social ou hipocrisia doméstica. Se não for amor, será ódio. Para isso, veja, mais uma vez, João:
²⁰ "Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê." 1 Jo 4.
Faze isto. E não aquilo. É Fake.
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