sábado, 1 de março de 2025

Tudo

 ⁸ "Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento." Fp 4.

   Paulo termina a carta aos irmãos de Filipos com a recomendação acima. Talvez a igreja reconhecida, em detalhes, a mais notável no Novo Testamento.

  Desde o seu começo, a partir de um grupo de oração de mulheres, à beira do rio, talvez o Gangites, não mencionado por nome na carta aos Filipenses.

  Nessa cidade Paulo pregou por 1 semana, libertou de demônios uma jovem adivinha manipulada por mercenários, foi preso e açoitado, cantou com Silas, na prisão, foi alvo de um milagroso terremoto, que destrancou sua cela.

   Batizou o carcereiro e sua família, após o susto pela suposta fuga coletiva, foi cuidado por eles, lanchou e, pela manhã vieram soltá-lo, e ele fez com que os pretorianos soubessem que haviam açoitado um cidadão romano na cidade que era colônia romana.

  Todos esses fatos geraram uma igreja-modelo, que se associava a Paulo em seu ministério, a quem ele agora escreve de outra prisão, talvez Roma, Éfeso ou Cesareia, demonstrando como a Palavra de Deus, num tempo sem Internet, mídia ou IA alcança toda a terra.

   E chega aos nossos dias, propondo acima, nesse trecho final, um crivo de qualidade. Se ocupa ao pensamento, provém do coração e está muito perto da boca.

  Quem fala do que abriga o íntimo do coração é o profeta Obadias, de como a língua rege todo o corpo é Tiago e de como a mente urde, como sede, todo o pensamento e sua reação é o próprio Paulo.

  Pode até ser verdadeiro, no cimo da escala, mas precisa ser respeitável. Mas ainda deve passar pelo crivo de ser justo e puro. E caso seja amável e de boa fama, tendo alguma virtude e louvor, de chegar incólume até aqui, ora, só então abrigue e acolha no seu pensamento.

  O Salmo 19, no seu último versículo, faz uma síntese dessa enumeração de Paulo: ¹⁴ "As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!"

  Trata-se de um refinamento. Do mesmo contexto, Paulo recomenda aos Efésios sobre o ponderamento das palavras: ²⁹ "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem." Ef 4.

   Assim Paulo, com sua recomendação final aos Filipenses, reúne palavra, coração e mente, indicando o modo como, exatamente, vai também recomendar, na sequência do texto acima, aos Efésios, ser possível viver sem, de modo algum, ferir a sensibilidade do Espírito:

³⁰ "E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção." Ef 4.

  Verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável e de boa fama. Há virtude e há louvor nessa proposta? Então, vamos rever nossa mente por esse padrão. Pouca gente consegue. Bem pouca. Mas é possível aderir.

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