² "...completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento.³ Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo.⁴ Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros." Fp 2.
Paulo aqui enfileira uma série de recomendações. Elas definem o modo como qualquer igreja, segundo ele avalia, pode lhe completar a alegria.
Dois riscos corremos aqui: que Paulo não seja alguém competente para avaliar, porque a alegria que se completa é a dele, ou as recomendações não bastam ou são, por si, insuficientes.
Corramos esse risco. Porque, no início desse capítulo, ele classifica o que vai dizer como uma exortação de Cristo. Aliás, até ironiza, perguntando: há exortação em Cristo? Há alguma consolação de amor? Há alguma comunhão do Espírito? Há entranhados afetos e misericórdias?
Muito inteligente. Porque se faltam esses pré-requisitos indicados, nem tente. Não siga adiante. Exortações são detestáveis. O termo grego paráklesis tem a mesma raiz de parákletos, este último aplicado à pessoa do Espírito Santo.
Exortação seria algo como "chegar junto e chamar às falas". Isso proveniente de qualquer um, com autoridade para tanto. Geralmente se reconhece uma exortação por seu conteúdo. E ela não tem nenhum compromisso por agradar a quem ouve.
Por vivermos um tempo em que as pessoas confundem a máxima da Reforma, de sermos sacerdotes de nossa fé, com autonomia em relação à própria autocondução em Cristo, algo como dizia a música de Gil, de 1969, "Aquele abraço":
"Meu caminho pelo mundo eu mesmo traço/A Bahia já me deu régua e compasso/Quem sabe de mim sou eu/Aquele abraço!"
Mas se, ao contrário, você considera que, de Cristo, sim, provém exortação, cujo sintoma é consolação de amor e comunhão do Espírito e, se há, em nós, entranhados afetos e misericórdias para recebê-las, olha, provavelmente somos crentes.
Então, vamos enfileirar essas recomendações, acatar, pôr em prática, para que haja alegria completa. Ah, sim: qualquer um crente, com autoridade, pode exortar. Geralmente, pastores, com vocação autêntica, têm, por obrigação, fazê-lo.
Como vivemos o tempo, indicado por Cristo, próximo de Sua vinda, da 1. quase total falta de fé e 2. do amor frio de quase todos, exortações estão meio fora de moda. Tomara, então, venham e sejamos autênticos crentes, prontos a receber.
Veja no texto seguinte a explicação das recomendações.
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