⁴ "Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, ⁵ e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos, ⁶ e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; ⁷ para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus." Ef 2.
Delitos e pecados nos mantém mortos, sem nem se saber. O estado de (auto)consciência não revela tal condição. A não ser a ação do Espírito, que pode dar discernimento a quem, por fé, deseja se arrepender de seus pecados.
A fé vem pelo ouvir a palavra de Cristo, Rm 10,17; Ef 1,13-14; 2 Co 7,10; Jo 16,8-11. Todo esse processo precisa ser revisitado, constantemente. Para que são sejamos presumidos.
Presumidos de uma falsa espiritualidade, dissimulados, como foi Pedro, Gl 2,13. E foi tão poderosa essa dissimulação, que até Barnabé, ora vejam só, Barnabé "deixou-se levar". Quem mais junto de Paulo esteve, correndo com ele todos os riscos, inacreditável, agora tornava-se falso, fake, com Pedro.
Sim, Pedro, o pedra. E o diagnóstico de Paulo, para os dois, foi que ¹⁴ "não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho", Gl 2. Quantas vezes e como "não proceder segundo a verdade do evangelho"?
Aos Efésios, Paulo insiste em repetir "lembrai-vos". Neste trecho, assim como, adiante, em 2,11 e em 4,17, enfatiza que podemos recair no que fomos antes.
O que fomos é que, estando vivos, biologicamente, estávamos mortos, espiritualmente. Cheirávamos a defunto, sem propagar o perfume de Cristo, 2 Co 2,14-16.
Neste trecho, antes do gesto de Deus, coerente com o seu amor de antes da fundação do mundo, Ef 1,4-5, e de nos haver predestinado para Si, na cruz, estávamos "mortos em nossos delitos e pecados", 2,5.
Como numa radiografia de nosso diagnóstico, Paulo descreve o que sigjfica ² "andar segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência", Ef 2.
A experiência do "Mas Deus" é a experiência do amor de Deus. Não a nossa simulação de evangelho. Interessante é que, cerca de 40 anos depois dessa carta de Paulo, Jesus escreve aos efésios em Apocalipse 2,1-7.
Vai encontrar uma igreja 1. laboriosa e 2. perseverante, 3. que não suportava homens maus, 4. punha à prova e expunha a mentira dos falsos apóstolos, 5. foi perseverante, 6. suportava provas pelo nome de Jesus e 7. não se deixava esmorecer.
Podemos enumerar essa igreja, ou cada membro, individualmente, porque igreja somos cada um de nós, como a igreja das "sete virtudes". Segundo a análise de Jesus, somente faltava uma coisa: amor.
E ele mesmo menciona que iria "mover do lugar o candeeiro". Seria uma forte e didática provação ou definitivamente a perda do caráter de igreja?
A condição inicial da análise de nossa situação de pré-conversão não pode ser esquecida. Porque a tendência, o vício do velho homem, em nós atuante, é retornar à condição de cadáver vivo.
A palavra "examinar", que Paulo usa em 1 Co 11,28, no contexto do texto da ceia, que ele repete, em 2 Co 13,5, num contexto mais geral, trata-de de dokimazo, no grego, ao lado de peirazo, neste segundo texto.
Signfica submeter-se a um teste da originalidade da fé. Interessante notar que, tanto em Gálatas, Paulo vai afirmar que a atitude de Pedro foi uma violência à vida de fé, quando Paulo diz que o antídoto é "estar crucificado com Cristo" e somente viver essa vida se for por fé, Gl 2,19-20.
Do mesmo modo que, em Rm 14,23, o apóstolo define pecado como "tudo o que não provém de fé". Paulo segue o que Habacuque, séculos antes dele, indica como o contrário da fé, que é a soberba:
⁴ "Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé." Hb 2.
Para nos mantermos fora do círculo vicioso de uma vida de escolhas que nunca sejam pela fé. De cuja síntese Paulo apóstolo elabora o texto final de sua exortação:
¹² "... com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, ¹³ até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, ¹⁴ para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro.¹⁵ Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, ¹⁶ de quem todo o corpo, bem-ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor." Ef 4.
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