²² "Arrepende-te, pois, da tua maldade e roga ao Senhor; talvez te seja perdoado o intento do coração; ²³ pois vejo que estás em fel de amargura e laço de iniquidade." At 8.
Se não for pedir muito, ou que traga grande incômodo a seu precioso tempo, estica até a Bíblia e leia Atos 8,14-25. Ah, sim: leia também, paralelo (aprenda e aplique esse costume saudável, Bíblia com Bíblia), At 13,4-12.
O texto acima é diagnóstico desse entrevero entre Pedro, em sua jornada missionária a Samaria, e Simão, o mágico, assim conhecido. E o paralelo, de Paulo, com outro mágico, desta vez um tal Elimas.
Muito interessante esse texto, porque muitos "obreiros" da atualidade se encaixam nesse perfil. Devemos ter cuidado com a rotulação, tão fácil de se apor e sempre ao nosso alcance.
Mas o texto descreve traços marcantes desses manipuladores da fé. Simão cobiçou para si esse talento. Para ele, seria fácil, era só vestir seu discurso com um punhado de terminologia "evangélica".
Atenção. Estamos lidando, nesse texto, com uma arte e capacidade satânica, por dizer assim, de falsificação. Lembram Paulo Apóstolo aos Gálatas? Não há outro evangelho. Há somente um.
Mas nós, além da capacidade herdada, como filhos de Adão e Eva que somos, de rotular os outros, fazendo de nós mesmos, como Elimas, "insinuar ser grande coisa", tendemos a aprender, com Satanás, a ser manipuladores.
Não sejamos ridículos. Satanás nos engana nas mínimas vaidades. Se somos crentes de verdade, há chance de nos tornarmos imunes a elas, caso ouçamos o Espírito.
Mas se não, seremos iludidos. Não sejamos, nem tente ser manipulador, como esse mágico da história. Não ponha a "terminologia evangélica" ao teu serviço.
Nem Jesus, nem Satanás se deixam manipular. Este é manipulador por excelência. E se você tentar enganá-lo, sempre vai ocorrer o inverso. Já com Jesus, embora nunca também se deixe manipular, é paciente, misericordioso e perdoa.
Mas manipulação, com ele, não cola. Há chance de arrependimento. Veja bem, desde o primeiro arrependimento, que é o da conversão, aprendemos a nos arrepender, de novo e de novo, sempre que pecarmos.
Mas não manipule o arrependimento. Lembre-se da definição dele: ¹⁰ "Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte." 2 Co 7.
Esse é o autêntico. É Deus quem nos entristece, quem nos sensibiliza para reconhecer o pecado. É o Espírito Santo que convence do pecado. Não existe nem auto e nem alter (pelo outro) convencimento:
⁷ "Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. ⁸ Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo". Jo 16.
Por isso, Pedro sugere e intercede pelo seu xará Simão, para que ele deixe de ser mágico e se arrependa. Pelo menos, foi mais condescendente do que Paulo, com outro mágico, desta vez Elimas:
⁹ "Todavia, Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, fixando nele os olhos, disse: ¹⁰ Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perverter os retos caminhos do Senhor?" At 13.
Bem, até parecem sócios esses dois. Porque o diagnóstico de um serve bem às intenções do outro. Deixe de ser mágico. Pare de confundir evangelho com magia. Larga essa tua manipulação. Ou vai querer entrar para essa sociedade?
Bem, se vai manipular de novo, volte ao texto e, pela boca dos dois principais personagens de Atos, Pedro e Paulo, confira o teu diagnóstico.
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