terça-feira, 30 de setembro de 2025

Salmo 1: alegria, Escrituras, escolha certa, árvore bela e a palha

    

   Os Salmos são uma coleção aleatória de poemas, muitos deles um dia musicados, que expressam a condição de cada autor diante de Deus.

  Por isso, podem ser considerados uma aula sobre Deus a cada poesia. Muito lidos, como guia ao leitor de sua meditação, o que ensinam sobre a personalidade de Deus e os modos de relação com Ele.

  O Salmo 1 fala de alegria. Como se dissesse muita ou toda a alegria vem ou pertence ao homem ou mulher que, para dizer então qual a situação diante da qual essa alegria se configura.

   A seguir, aparece uma atitude de rejeição, na verdade,  uma opção de troca. E bem caracterizada como algo que, rotineiramente, ocorre, no dia a dia da vida comum.

  Porque as influências da condição humana,  e isso é uma preocupação constante nas Escrituras, basta conferir com Provérbios, de quem o Salmo 1 é parente, podem ser negativas.

   Por isso o salmista adverte o cuidado para não trilhar pelo caminho de ímpios, não se deter no conselho de pecadores e não se assentar na roda de escarnecedores.

  Tanto os atores, ímpios, pecadores e escarnecedores, quanto seu contexto de ação, veredas, conselho e assembleia representam uma gradação dessa influência negativa.

  Mas como identificá-la? O autor anônimo deste Salmo de sabedoria indica o prazer por se deter frente às Escrituras, dia e noite, lendo, meditando e praticando, como na recomendação divina na vocação de Josué, estabelecidas como referencial. 

  O primeiro salmo exorta a se debruçar sobre as Escrituras, identificada como a lei do Senhor, que era a Bíblia da época do autor do salmo. E nessa posição, é como também exortar a gastar tempo com os demais salmos de todo o saltério.

   As Escrituras denunciam o caminho do ímpio, que escolhe viver sem nenhuma influência de Deus em suas escolhas. Pecadores, mais do que o ímpio, chegaram ao grau de praticar, sem escrúpulos, o que é danoso para si e para outros.

  E escarnecedor é o que, além de sua prática, sem nenhum remorso, debocha de quem lhe critica o modo de ser, rindo-se de qualquer doutrinação contrária a suas atitudes.  O salmo indica que esse apego às Escrituras concede à vida de quem por ele opta o padrão inverso desse grau de corrupção.

   Uma das mais lindas imagens poéticas das Escrituras enaltece o quadro de uma árvore bela à vista, imponente em seu tamanho, ramagem, posição em curso fértil de águas e produção rica em frutos.

   Este é o ponto central do salmo primeiro. O perfil de personalidade resultante da postura escolhida pela personagem a que se refere o salmista, diante das Escrituras, pela rejeição do que provém errante e contamina.

   Encerra denunciando que essa assembleia de ímpios, pecadores e escarnecedores não prevalece, mas se esvai no tempo e não estará presente no Juízo de Deus. 

  Generaliza denominando ímpios todos os que, por conduta, costumes e filosofia de vida somente têm, por padrão, perverter seus caminhos e de tantos que a eles se aliam.  Serão palha dispersa.

  Podem reunir importância nesta vida, sim, porque perversão faz mídia e reúne muitos adeptos. Mas, na vida que continua, do Juízo para adiante, não prevalecerão.  O salmo encerra com a afirmação de que Deus conhece o caminho dos justos.

  Conhecer significa validar, aprovar, caminhar junto. As páginas das Escrituras aconselham caminhar junto com Deus. Porque a vida será como essa árvore bem plantada, que viceja, embeleza e produz fruto. Vida marcante e repleta de alegria e realização. Opte por ela. E mantenha viçosa. 

domingo, 28 de setembro de 2025

Força, cântico e salvação

² "O Senhor é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus; portanto, eu o louvarei;  ele é o Deus de meu pai; por isso, o exaltarei." Êxodo 15.

  Este é um cântico. Muito se pode dizer sobre cânticos. Se começarmos pela autoria, dizer até onde foi feliz o autor no que diz. E também a música.

  Deste, não temos a música. Podemos apenas imaginar. Lá adiante, Miriam, a irmã de Moisés, sim, o autor deste cântico, ela tomou de tamborins para responder num coro e bailado feminino a inspiração do irmão.

  Percussão e voz. Todos cantavam comemorando um feito. Enalteciam Deus por um livramento. Haviam deparado um vau, que é o lugar de uma travessia, no caso por um braço de mar, denominado "mar do juncos".

   Mesmo não sendo oceano aberto, era humanamente impossível conseguir. Parecia proposital. E atrás deles estava o exército do Faraó egípcio, que havia se arrependido de os haver deixado sair do Egito.

   Era um Império de, até hoje, desconhecida envergadura, à cada vez se descobrem galerias de túmulos, templos e palácios desconhecidos.

     Vários povos menores,  entre eles os hebreus, foram mantidos como operários escravos para construção de suas pirâmides, palácios e templos.

   Pois desta vez, após uma sucessão de calamidades interconectadas, de origem desconhecida, as chamadas Dez Pragas, porém certamente premeditadas, segundo os avisos de Moisés, acometeram o país,  até a última delas, que foi a morte de todos os primogênitos, dos palácios à enxovia, incluídos todos os animais.

   Faraó desistiu de resistir. Muito provavelmente, até por sua corte, sacerdotes e povo, em geral, liberou os hebreus. Mas tardiamente reagiu e enviou seus carros e cavaleiros ao encalço do povo.

   Sobre isso que as mulheres, em seu canto e dança, como antífona, também enaltecem o Senhor por seu tamanho livramento:

²⁰ "A profetisa Miriã, irmã de Arão, tomou um tamborim, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças. ²¹ E Miriã lhes respondia: Cantai ao Senhor, porque gloriosamente triunfou  e precipitou no mar o cavalo e o seu cavaleiro." Ex 15.

    Moisés havia composto o seu cântico. Dele é o trecho que os jovens congregacionais escolheram para seu moto:

¹ "Então, entoou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao Senhor, e disseram: Cantarei ao Senhor, porque triunfou gloriosamente;  lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro. ² O Senhor é a minha força e o meu cântico;  ele me foi por salvação; este é o meu Deus; portanto, eu o louvarei; ele é o Deus de meu pai; por isso, o exaltarei." Ex 15.

   Cânticos refletem uma motivação para que sejam compostos, trazem a marca de sua autoria e expressam um conteúdo. Pelo menos esse conjunto tríplice de sua composição os legitima.

   Pode variar o gênero musical, ser avaliada a genialidade da letra, pelo modo como expõe seu conteúdo, bem como o ajuste dela à melodia.

   Por isso, cada parte tem sua avaliação requerida. O conteúdo pode desmerecer a melodia, assim como esta pode postar-se aquém dele.  Como podem ser ruins os dois.

  Não temos as melodias nem do canto de Moisés ou do refrão das mulheres. Mas seu conteúdo está aprovado como texto das Escrituras. Já conheci uma melodia hebraica que faz justiça a esses textos.

   Moisés atribui a Deus, em sua poesia, três expedientes revelados nas circunstâncias que motivam sua autoria. E o versículo escolhido pelos jovens mostra quais são e representa a síntese.

   O Senhor é força, cântico e salvação. Força, porque derrotou o exército egípcio numa condição inimaginável. Cântico, porque o alento dessa vitória, no coração do povo, inspira louvor.

  E salvação, porque todos, definitivamente, viram-se livres da ameaça egípcia, para sempre. Nós também temos força, podemos compor cânticos e aplaudir em louvor.

   Mas as razões de Deus, a diferença entre Ele e nós, quando exerce Seu poder, quando põe no coração razões por que cantar e quando depara a Sua salvação, mostra Sua marca e identidade.

   O salmista, no Salmo 40, num só versículo, indica o que pode a força do Senhor, em que consiste a Sua salvação e que cântico põe em nosso coração:

¹ "Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. ² Tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama;  colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos. ³ E me pôs nos lábios um novo cântico,  um hino de louvor ao nosso Deus;  muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no Senhor." Salmo 40.

   Neste versículo aprendemos: 1. Pode-se esperar em Deus confiantemente; 2. Sua força consiste em nos livrar de um poço de perdição e de tremedal de lama; 3. A salvação consiste em colocar sobre uma rocha e firmar os passos; 4. Transformar em cântico a história da salvação para deleite e testemunho; 5. Despertar em nós gratidão de contínuo louvor.

   A força do Senhor, o cântico da história do Seu amor por nós e a grandeza de Sua salvação somente nEle têm origem e tornam nossa vida plenamente vitoriosa. 

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Deus fala

¹ "Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, ² nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo." Hb 1.

   Ora, se fala. E como fala. Seria Deus, no bom sentido, é claro, um tagarela? Quando Paulo pregou em Atenas,  no areópago, aliás, falando,  exatamente, em nome de Deus, foi esse adjetivo que colaram nele.

   Nossa fala é intermitente. E não é garantida, ou seja, todo o tempo fidelíssima. Intencionalmente, ou não, mentimos. Está aí uma distinção fundamental entre a nossa fala e a divina.

¹⁹ "Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa.  Porventura, tendo ele prometido, não o fará?  Ou, tendo falado, não o cumprirá?". Nm 23.

  Dependemos das cordas vocais, de todo o aparelho fonador, reverberações consonantais, enfim, continuidade e descontinuidade mental.  Tanta coisa pode agir ou falhar quando falamos.

   Deus não depende disso. Então a fala de Deus é contínua. E sem dúvida sabe se comunicar.  É bom levar em conta o que diz. Nunca o acusem de um Deus totalitário. Pode parecer incrível, mas nunca obriga ninguém a ouvir o que Ele fala.

   Mas há sim, quem contradiz Deus. Ele havia dito ao homem: ¹⁷ "Porque no dia em que comeres, certamente morrerás" Gn 2. Mas a serpente disse o inverso: ⁴ Então, a serpente disse à mulher: "É certo que não morrereis." Gn 3.

   Portanto,  existe a fala de não Deus. Melhor não atendê-la. E estar atento, porque é uma voz dentro de nós. Uma voz que também vem de outros. E uma voz da serpente, que continua a dizer "não Deus".

   A voz de Deus sempre prevalece. Mesmo se e quando não for ouvida. Como diz Provérbios, a voz de Deus grita. Pv 1:

²⁰ "Grita na rua a Sabedoria,  nas praças, levanta a voz; ²¹ do alto dos muros clama, à entrada das portas e nas cidades profere as suas palavras". 

   Na conversa da serpente com o casal primordial, o Espírito, aquele mesmo que, antes de tudo, pairava por sobre as águas, gritava a sabedoria nos ouvidos de Eva.

  Ela emudeceu. E convenceu o marido. Eram somente os dois, que resolveram não ouvir Deus. Aconteceu com eles o que passou a ser rotina por toda a humanidade:

² "Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram." Hb 4.

   Jesus disse que esse Espírito haveria de lembrar-nos de tudo o que ele nos disse, em nome de Deus. Porque,  nestes últimos dias, Deus nos fala pelo Filho. Atenção, porque este é um sinal de que vivemos os últimos dias.

  Não tente fazer Deus de palhaço quando Ele fala: porque Ele não permite. Não tente fazer de palhaço a serpente: não vai conseguir.  E não entristeça, ou apague, o Espírito quando fala (não dá para saber o que vem primeiro).

³⁰ "E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção." Ef 4. ¹⁹ "Não apagueis o Espírito." 1 Ts 5.

   Amós adverte que os ouvidos estejam sempre alerta: ⁷ "Certamente, o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas. ⁸ "Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor Deus, quem não profetizará?" Am 3.

   A fala de Deus não é descontínua. As Escrituras, além de revelar o mais urgente e essencial da fala de Deus, norteiam o que pode ser ou não fraude, quando se profetiza em nome de Deus.

  Tema o Senhor. Abra ouvidos. Ouça e cumpra. Repique o que Deus fala. Aprenda a denunciar a fala falsa. Jr 23:

²⁸ "O profeta que tem sonho conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? — diz o Senhor. ²⁹ Não é a minha palavra fogo, diz o Senhor, e martelo que esmiúça a penha?".

domingo, 21 de setembro de 2025

O tempo, o vento e a semente

 

   Luis e seu irmão trouxeram mais um amigo. E avisaram que adiante,  Rafael, desta vez, havia chamado Eliezer.

  Mas logo que entraram na velha Fielder 2006, Luis alertou que havia esquecido a Bíblia. Então desceu e foi correndo buscar.

  Hoje o domingo foi de reflexão. O pastor alcançou 68 anos. A Chácara,  se for de 2012 o recibo de entrada, está emplacando 13 anos, mas só na nossa mão.

  É muito mais antiga. As árvores que o digam. O tempo passa para todos nós. A ocupação com crianças, que começou na creche Mi e Bino, no bairro Mocinha Magalhães, então tem 15 anos.

  E as crianças, se colocarmos, pelo menos em 6 anos a sua média de idade,  a essa altura têm mais de 20 anos. Hoje seria a apresentação de Theo, filho de uma delas, daqui mesmo da chácara, que está com 21 anos.

   O tempo se esvai. As árvores que o digam. Por mim, nunca seriam derrubadas. Elas não foram feitas para ser cortadas. Ora, que envelheçam por si e todas de pé.

  Se a ventania for muito forte e, por acaso, as derrubar, há até as que brotam novamente.  Por isso semente de planta é símbolo de ressurreição.  Jesus é a semente. NEle, todos hão de ressuscitar.

  Mas advirtam o que diz Daniel 12: ² "Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno."

   Hoje parei para ouvir o vento batendo nas árvores 🌳. E para refletir sobre o que será da chácara daqui a 10 anos. E perguntar a mim mesmo o que será da semente que se planta no coração dessas crianças.

  Por extensão, refletir Hoje sobre o destino da semente uma vez e um dia plantada em nós. Dá para saber que fruto produz. Ou se nenhum.

Num domingo:

Nada

² "Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; assim sejam poucas as tuas palavras." Eclesiastes.

   Partindo essa advertência de quem provém, do Eclesiastes, Pregador, ou, como denomina Haroldo de Campos,  em seu livro, Qohelet/O-que-sabe, é prudente (e instigante) esse conselho.

   O máximo calado diante de Deus é prudente. Numa abordagem bem popular, para não pagar mico. O texto dá vontade de fazer aquele tipo de oração em que não se diz nada.

  Há orações de dizer muito,  desabafos, geralmente em tempos de crise. Outras são retóricas, como quando se deseja muito uma coisa qualquer. E há as dramáticas, em momentos emergenciais.

  As intercessórias, tipo a de Jó, quando orava pelos amigos. Foram alívio, para ele, e peso, ao mesmo tempo. Porque agregaram-se quando ninguém o faria.

   E foram um estímulo a sua fé, porque defendiam o contrário do que Jó carecia ouvir. Mesmo assim, tinham mais temor a Deus do que a própria esposa de Jó.

  Falaram muito e muita abobrinha, permitam o coloquial. Mas Jó também falou muito, sem seguir o conselho do Qohelet. Atreveu-se, diante de Deus, mas tinha conteúdo.

    Mas há uma hora que deve ser da oração do nada. Porque não vamos esgotar o que mal sabemos sobre nós mesmos. E não vamos descobrir o tudo de Deus. Tenhamos cuidado com a "falsa sensação de plenitude".

    A igreja em Atos estava em dia com sua agenda. Com certeza tinha o perfil de vivenciar tudo o de que uma igreja necessita. Certamente orava.

  O salmista que disse ter sede de Deus orava.  Mordecai disse a Ester que orasse. Daniel falou que orassem por ele.

   Oração deve ser natural e espontânea. Não interesseira e premida por circunstâncias. Mas ainda que seja, é melhor ser assim diante de Deus: certamente Ele retifica.

  Até o Filho, diante de cruz, orou pedindo o que, de antemão, reconhecia que o Pai não concederia. O não de Deus a Jesus foi o sim de nossa redenção.  

     Certas horas, é melhor se colocar diante de Deus e dizer nada.

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Ore hoje por seu inimigo

¹⁰ "Mudou o Senhor a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o Senhor deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra." Jó 42.

  Muito citado esse trecho. Deve ser muito pérola orar pelos amigos. Mal interpretado,  vai dar a entender que, toda a vez que você orar pelos amigos, vai ter boa sorte.

  Mas, que tal orar pelos inimigos? Aliás,  quem não sabe se tem (ou se é) inimigo, basta fazer o que Paulo aconselha: lembrar:

¹¹ "Portanto, lembrai-vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados incircuncisão por aqueles que se intitulam circuncisos, na carne, por mãos humanas, ¹² naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo." Ef 2.

   Deus ama inimigos. Por isso, estamos aqui. Por isso, Ele mudou a nossa sorte. E num tempo em que não estávamos nem aí para amigos.

   A roda de "amigos" foram aqueles que, quando fomos convertidos por Deus, nos abandonaram. E agora, convertidos, Deus manda (sim, é mandamento) amar inimigos.

  Inimigos são aquelas que elegemos para inimigos. Sim, somos seletivos nisso. Porque, pela Bíblia, todos têm de ser amados. Então, ao invés de orar pelos amigos, vamos orar por quem escolhemos ser nossos inimigos.

   Há poucas virtudes em mim. São aquelas que, nesse meu estirão de vida, até aqui, Deus forjou. Ele queria avançar.  Como diz o texto bíblico, completar a obra que iniciou.

  Mas muita coisa eu atrapalhei Ele fazer. Porém hoje senti vontade de orar por inimigos. Não é que tenha decidido hostilizar alguém. Não.

  Nunca faria isso. E nem é por virtude. É porque queimaria a minha imagem. A imagem que tenho a zelar... rsrsrsrs. Mas tratar com indiferença,  isso sim. Mas faço muito intimamente. Somente eu e Deus sabemos disso.

   Pois hoje decidi orar por essa gente. Alguns até, talvez, me tenham repugnância. Satanás costuma nos acostumar, de modo muito disfarçado, a sentir indiferença,  repugnância, nojo mesmo pelos inimigos de ocasião.

   Muito diferente de Jesus. Que não sente nem nojo ou repugnância, mas derrama em amor seu próprio sangue. As Escrituras que dizem que Jesus morreu por inimigos.

⁷ "Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. ⁸ Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores."

¹⁰ "Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida". Romanos 5.

   Aqueles homens que levaram a adúltera a Jesus nem hipocritamente interessados em salvaguardar a lei de Moisés eles estavam.  E nem perceberam que estavam usando o corpo da mulher em público.

  Foi para tentar desmoralizar Jesus. Eram sim dignos de nojo, como qualquer um que pensa ser, em algum momento ou por pouquíssima monta, melhor do que o outro. 

   Jesus encarou a mulher. "Onde estão os teus acusadores?" Eu acuso o meu inimigo. O meu inimigo me acusa. Satanás todo o tempo acusa. E somente Jesus reconcilia.

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Fé grão de mostarda

 ²⁰ "Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível." Mt 17.

   Hipérboles de Jesus. Hipérbole significa exagero. Para que,  por meio de um exagero, seja fixada uma lição.

   Hipérbole aqui é dizer que o Pão de Açúcar vai se mudar para Xapuri, no Acre, se houver fé grão de mostarda.

  A lição aqui é que não existem impossíveis.  Basta uma fé grão de mostarda. Aprendamos.

  Fé não tem tamanho. Não existe fé pequena ou grande. Existe fé. Tratando-se da autêntica,  sim, evidente. Não existe "fazer uma fezinha".

   Vai se dar mal. Fé não tem quantidade. Não existe pouca ou muita fé. Como punha minha mãe, fã de Carlos Galhardo, o vinil com ele cantando: "Ela tinha tanta fé, no glorioso São José". São (agora sim) três erros:

  1. Cacofonia, com "latinha"; 2. Fé no objeto errado; 3. Tanta, indicando quantidade. Fé, por fé, não tem nem tamanho e nem quantidade.

   E alvo certo da fé  é  Jesus:
² " ...olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus". Hb 12.

    Fé, talvez, tenha intensidade. Jesus referiu-se ao Centurião romano como portador de uma fé tamanha.

⁸ "Respondeu o centurião: "Senhor, não mereço receber-te debaixo do meu teto. Mas dize apenas uma palavra, e o meu servo será curado." Mt 8.

   Jesus referiu-se à autenticidade da fé, quando disse: "Nem mesmo em Israel achei fé como esta."

   A expressão do Centurião, pondo fé em Jesus e Sua palavra, lembra a fidelidade da palavra e o fato de que a fé vem pelo ouvir a palavra.

² "Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram." Hb 4.

  A fé está relacionada à fidelidade da palavra de Deus.  Por isso, as Escrituras denominam Jesus "Verbo de Deus", assim como nEle tem Deus o amém:

²⁰ "Pois, tantas quantas forem as promessas de Deus, nele está o sim; portanto é por ele o amém, para glória de Deus por nosso intermédio." 2 Co 1.

     Vejamos abaixo três exemplos de não fé:

(3)  ²³ "...porque o que faz não provém de fé; e tudo o que não provém de fé é pecado." Rm 14.  O que não  provém de fé erra o alvo específico da fé: é pecado.

(2)   ⁶ "De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam." Hb 11. Com Deus, se começa por fé,  ou não será nem Deus e nem fé.

(1) ¹³ "Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas". Hb 11. Certezas e promessas de fé são realizações divinas e não humanas, por isso nos sobrevivem e alcançam todo o que crê. 

  E para encerrar nossa aula sobre fé autêntica ficamos, entre outras, com a definição de Jesus: fé é não ver.

  ²⁹ "Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram." Jo 20.

    Essa foi a lição de Jesus a Tomé.  E confirmada na definição de Hebreus:

¹ "Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem." Hb 11.

    Fé grão de mostarda é somente fé. Sem tamanho, quantidade ou realização humana. Nunca faça uma fezinha. E sejamos cuidadosos: tudo o que não provém de fé é pecado. 

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Milagres

 

Milagres
Sim, eles acontecem

Sempre Deus
Somente Deus
Realiza milagres

Tantos que vi
Tantos que não vi
Mas dois, testemunhei,

Sim, em 21 de abril de 1994,
Isaac;
E mais este,
De 15 de setembro de 2024,
Asafe.

Tão complexa a vida
Tão simples a vida
Quando há milagres

A vida vem como dom
Dom do Autor  da vida
Carece ser  vivida
Com sabedoria

Difícil acertar?
Mais fácil errar?
Dependamos,  então,
Dos milagres.

Asafe é dom de Deus
Milagre de Deus
Tecido desde o ventre
Na mãe  Amanda
Que virá a ser esse menino?

Que seja
Uma resposta de amor
Amor é dom
Amor é milagre. 

sábado, 13 de setembro de 2025

Inexprimível

²⁶ "Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis."  Romanos 8.

    Ora, a constatação de que não sabemos nem orar seria alarmante, se o texto encerrasse nessa afirmativa.  Mas...

  Sim, há uma ressalva que nos salva. O Espírito nos assiste nessa (e em todas as outras) fraqueza.

   Oração é essencial.  Aliás, nossa vida com Deus começa pela primeira oração. E nela o próprio Espírito já atua para que entendamos o ponto de partida.

¹³ "Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais." 1 Coríntios 2.

  Neste trecho acima compreende-se como o Espírito nos assiste no que falamos, em nome de Deus,  e como pode ser entendido isso que falamos, a qualquer um que falarmos, como um dia falaram conosco. 

  Confere-se para ser dito e para ser compreendido. Foi assim que o evangelho chegou a nós e é assim que o anunciamos. E quem preside é o Espírito Santo.  Por isso o evangelho, porta de entrada na relação com Deus,  pode ser compreendido.

  E feita a primeira oração, aquela de nossa conversão. Desde antes dela e nela o Espírito nos assiste em nossas fraquezas. Oh, quanta paciência conosco dessa terceira Pessoa  da Trindade.

   Tudo o que, desde a eternidade,  Deus preordenou, e quando desde o ponto de partida cósmico do Gênesis disse "Haja luz", todos esses projetos de Deus, incluindo o ponto máximo da dádiva, em amor, do Filho dependem dessa ação final do Espírito.

  É Ele que aplica a nós todas as bênçãos, a graça de Deus e todo o efeito do amor. Nem orar sabemos como convém. Mas também, ou seja, aprender a orar como convém, está incluído nessa específica assistência.

   E o texto ainda acrescenta que o Espírito, nessa santa agonia e urgente amor em nos suprir,  é com gemidos inexprimíveis que o faz.  Caramba, a Trindade, entre si, nem de linguagem (para sermos exagerados) precisa.

  A comunicação das três Pessoas é instantânea, assim deduzimos. Então, ora, que "gemidos inexprimíveis" são esses? Mas talvez seja mesmo essa a palavra-chave. Inexprimível.

  Porque não vamos compreender como o Espírito se comunica. Não vamos medir o alcance de Sua influência e toda essa urgência em nos suprir.  Assim como a intensidade do amor que tem por nós e que derrama, de sobrar e esperdiçar em nosso coração.

⁵ "Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado." Romanos 5.

   Isso mesmo. Talvez,  em função da natureza da ação do Espírito,  sempre tão presente e imediata, um Executivo da fé, nem tenha constado, em algum recôndito das Escrituras, uma afirmação de que Ele também nos ama.

  Pelo tamanho de Sua preocupação (e mesmo Sua ocupação), em até no contexto da oração, que é o oxigênio e o bê-a-bá da fé, ele interferir.  É um agente tão diligente, em Sua competência, que talvez nem espaço ou tempo dispõe para formular frases em Sua função de intercessor.

   O Espírito geme por nós inexprimivelmente. É um retificador e ratificador de nossa fé, que em todo o tempo nos assiste e ensina pela Sua cartilha, que são as Escrituras.

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Não siga indiferente

¹² Não vos comove isto, a todos vós que passais pelo caminho? Considerai e vede se há dor igual à minha, que veio sobre mim, com que o Senhor me afligiu no dia do furor da sua ira." Lamentações 1.

   Todos passam pelo caminho. Advirto que não devem seguir indiferentes a essa dor. Sim, porque há muitas dores. Mas uma se destaca entre todas.

  ⁴⁹ "E Caifás, um deles que era sumo sacerdote naquele ano, lhes disse: Vós nada sabeis, ⁵⁰ Nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação". Jo 11.

   Esse acima indicado, mencionado pelo sumo sacerdote como rifado, em função de que houvesse sossego entre a turba, que queria o sangue de Cristo, é chamado por Isaías ³ "homem de dores e que sabe o que é padecer", Is 53.

   Refiro-me a essa dor, diante da qual não se deve passar indiferente.  A dor que Cristo padeceu corresponde à minha. Embora o pecado anestesie e cegue, a tristeza segundo Deus produz arrependimento.

¹⁰ "Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte." 2 Co 7.

  Então enxergo minha dor. E reconheço que meu mérito seria juízo e ira de Deus. Para logo deparar a graça de Deus. No autêntico encontro com Deus nos vem esse lapso de reconhecimento.

⁴ "0u desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?" Rm 2.

   A dor que era minha, indigente até ser nomeada como pecado, no meu encontro com Deus. Jesus a tomou sobre Si. Carregou dor, aflição e furor sobre Si, para inocentar e aliviar ao que crê.

     Não prossiga alheio e indiferente. Não siga anestesiado.  Conversão é circuncisão no coração, cirurgia sem anestesia. A dor de Cristo na cruz substitui a nossa própria. Isso se chama expiação. 

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Haja luz

 ⁶ "Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo." 2 Co 4.

   No texto acima em que, na carta 2 Co, Paulo associa às consequências da pregação do evangelho, há explícitas ações de Deus equivalentes a outras ocasiões mencionadas nas Escrituras.

  Uma delas específica, aquela em Gênesis 1, quando Deus profere, no ato da criação:
³ "Disse Deus: Haja luz; e houve luz. ⁴ E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas." Gn 1.

  O ato de "haver luz" é exclusivo da ação de Deus. Luz que se impõe às trevas, distinguindo-se dela, por sua natureza. Portanto,  o ato de Deus em resplandecer no coração de quem crê no evangelho, determina a entrada da luz e a expulsão das trevas.

  E a Pessoa de Jesus  Cristo é essencial nesse processo. Porque pela e na face de Crsito é reconhecido o lugar da glória de Deus e revelado o conhecimento dela.

  E o texto afirma que Quem resplandece nas trevas é o próprio Deus, pois não é lugar externo, fora do ser, mas no próprio coração do ser humano,  por Deus, que os criou à Sua imagem e semelhança.

²⁷ "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou." Gn 1.

  O trato é pessoal.  Deus não está,  como na criação,  estabelecendo uma distinção cósmica entre luz e trevas, apenas num sentido teológico ermo, remoto, distante, convencional.

  Mas se revela por meio do Filho,  em quem, sem perda, toda a Sua glória resplandece e agora, Deus em Pessoa, expulsa as trevas de onde nunca deveriam estar, de dentro do coração humano.

  O inusitado dessa ação divina agora específica é que Deus em Pessoa resplandece. A Sua Presença se dá. Não há uma lanterna cósmica celeste que foca corações em trevas e alumia.

  Mas Deus se faz presente, refletido e expresso no rosto de Cristo, onde sem falta toda a Sua glória resplandece e se torna conhecida.

  Haja luz onde antes imperavam trevas. Dentro do coração humano jamais trevas deveriam estar presentes. O caos primordial deveria ficar de fora.

   Mas entrou no coração do homem, uma vez aberto esse caminho pela desobediência a Deus. Sem obediência não existe amor.

  Rompido o vínculo com Deus, as trevas que invadiram, permanecem. Quando e onde Deus resplandece, trevas não prevalecem.

  Como define o Gênesis, trevas habitam a face do abismo. Vale trocar esaa condição, dos limites do abismo, pela iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.

  A glória de Deus, mais nítida, vívida e resplandecente do que nunca, no seu devido lugar, em Cristo, é o único antídoto e contraponto às trevas que invadiram o coração humano, manifestada pela presença em Pessoa de Deus. 

domingo, 7 de setembro de 2025

Isaías 53: sete contradições

 1. Contradição primeira: o poder não está onde pensam encontrar:

¹⁵ "...assim causará admiração às nações, e os reis fecharão a sua boca por causa dele; porque aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que não ouviram entenderão." Is 52.

  O poder de Deus reside na força do evangelho:  Rm 1:

¹⁶ "Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; ¹⁷ visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.

2. Contradição segunda: a beleza não reside onde costumeiramente se costuma enxergar:

¹ "Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor? ² Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse." Is 53.

Na face de Cristo se enxerga a glória de Deus e a luz que resplandece em nossas trevas.

⁶ "Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo." 2 Co 4.

3. Contradição terceira: o mais desprezado tomou sobre si e todas as nossas transgressões:

³ "Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. ⁴ Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. ⁵ Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados." Is 53.

Numa só sentença está demrcada a maior verdade das Escrituras:

²⁵ "...o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação." Rm 4.

4. Contradição quarta: sobre o Santo, Deus fez recair toda a iniquidade que é nossa, para congregar Seu rebanho:

⁶ "Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. ⁷ Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca." Is 53.

Pedro dá esse testemunho em sua carta:

²⁴ "... carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados. ²⁵ Porque estáveis desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao Pastor e Bispo da vossa alma." 1 Pe 2.

5. Contradição quinta:  O juízo dos homens condena o inocente, revelando toda a falência da condição humana:

⁸ "Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido. ⁹ Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca." Is 53.

Mas a ignorada justiça de Deus nos resgata da pior condição, para a qual a humanidade é mantida cega:

¹ "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; ² por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus."  Rm 5.

6. Contradição sexta: a Deus agrada e satisfaz moer o Filho e ficar satisfeito no penoso trabalho do Servo Sofredor:

¹⁰ "Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. ¹¹ Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.":Is 53.

Toda a obra do Filho no mundo foi glorificar o Pai e repartir com a Igreja essa mesma glória:

⁴ "Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; ⁵ e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo". João 17.

7. Contradição sétima: Contado entre transgressores, derramou na morte a sua alma, mas resgatou da morte a todos os que creem:

¹² "Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu." Is 53.

Todos os que  cremos estamos ressuscitados em Jesus:

⁴ "Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, ⁵ e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos, ⁶ e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus". Ef 2.

sábado, 6 de setembro de 2025

A retórica do pecado

   Pode-se brincar com versões. Dizendo de outro modo, usar a palavra para esconder, ao invés de revelar.

  Para ser ainda mais exato, pode-se mentir com classe (ou cinismo). A Bíblia vem na direção contrária.  Nela,  a palavra revela, denuncia, expõe.

   E diante dessa exposição,  a reação pode ser, como a do jovem rico, virar as costas e ir embora. Jesus virou marca registrada para quem, talvez,  quem sabe, a IA crie uma nova versão palatável.

  Porque o amor de Jesus requer, sem retórica, um confronto com a palavra. E dele somente sai ileso quem entender que haverá denúncia do pecado, arrependimento, perdão e dádiva de amor. Não necessariamente nessa ordem.

  Na aula sobre pecado, nas páginas iniciais do Gênesis, o cinismo de Adão, na tentativa de justificar o seu erro, ou melhor, a parte dele no erro dos dois, foi ridícula retórica.

¹² "Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi." Gênesis 3.

  A mulher foi muito mais sincera diante de Deus. Caso, realmente,  Adão tenha, um dia, se convertido, Eva o foi desde a inquirição inicial pós-queda.

¹³ "Disse o Senhor Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi." Gn 3.

  Essa é a pergunta. Diante do pecado humano, sempre vai caber essa pergunta de Deus: "Que é isto que fizeste?" A mulher reviu o que fez, volveu a si mesma e admitiu. Sem retórica.

  O homem,  covardemente, quis culpar a mulher e, indiretamente, o próprio Deus, como a dizer que, ele mesmo, não tinha nada a ver com aquilo tudo.

  Evidentemente que, para renegar o pecado, segundo as mesmas Escrituras o definem, valem muito mais sofisticadas tergiversações, permitam-me o termo.

  Ou nenhuma. Visto que escrúpulos ou respeito por elas, as Escrituras ou a Bíblia, pois equivalem-se, podem ser nenhuns. Aliás,  até quem as respeita, na hora em que peca, pode usar de retórica.

   Ou de cinismo, como Adão, ou qualquer descaso, como a grande maioria. Mas o melhor, sempre será melhor, será valer-se da sinceridade de Eva. Grande mulher, essa primeira.

  Modelo para todas e tantas outras. Esqueça a retórica do pecado. Apegue-se à lição de Eva. Sempre se lembrando de que a serpente segue enganando. 

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Viste bem, Jeremias

 Transição da dormência para a reprodução: o que ensina uma vara de amendoeira 

¹¹ "Veio ainda a palavra do Senhor, dizendo: Que vês tu, Jeremias? Respondi: vejo uma vara de amendoeira. ¹² Disse-me o Senhor: Viste bem, porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir." Jr 1.

A. Em Ex 25,33 o candelabro é adornando por amendoeiras; B. Em Nm 17,8 é a vara de Arão que produz amêndoas; C. Em Ec 12,5 se chegarmos à velhice vamos tremer de medo.

Florescer da amendoeira
1. Transformações internas (fisiológicas,  bioquímicas, ecológicas). Como seriam as transformações internas no vocacionado?
2. Quebra da dormência (as gemas florais estão prontas desde o outono, ficam em dormência durante o inverno e aguardam a primavera para brotar). O que seria a quebra da dormência em nós?
3. Indução (aumento da luminosidade e da temperatura induzem o inchaço das gemas e sua brotação).
4. Os insetos vêm fecundar as flores polinizando-as assim como outras flores em outras árvores. A semente do pólen fecunda a do óvulo (descendo pelo tubo políneo) e origina o zigoto, que será o futuro fruto. Ele traz dentro a futura semente.

¹⁶ "Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda." Jo 15.

1. O Pai escolheu; 2. O Pai designou; 3. O fruto para o qual o Pai designa permanece; 4. Tudo que for pedido ao Pai a fim de que frutifique será concedido.

A amendoeira que brota ensina: 1. É necessário brotar o ano inteiro; 2. Um período de dormência interno dá lugar a uma transformação; 3. Os gomos que incham e brotam na vara de Arão indicam soberania e autoridade de Deus todo o tempo; 4. Os cálices em forma de amêndoas do candelabro deles brotam e floresce luz; 5. O embranquecer da floração indica o medo e a fragilidade de quem chegar à velhice; 6. A vocação requer transformação interna intensa; 7. Somente Deus designa, envia e faz florescer fruto.

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Cuidar de si e da doutrina

 ⁶ "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes." 1 Tm 4.


1. O que significa cuidar de si mesmo?
Versículos anteriores indicam o contexto: visa piedade, santidade, progresso.  Sã doutrina e santidade estão juntas.

Piedade: cuidar, agarrar firmemente, agarrar as mãos da criança com quem atravessa a rua. Amar a Cristo,  fazer seminário e pregar não é suficiente para ser pastor.

15 itens e 14 relacionados à santidade: nada é mais importante no líder do que o caráter.  Pastor profissional inexiste (Irmãos,  não somos profissionais  - Piper)

"Não são gdes talentos que Deus abençoe,  mas semelhanças com Cristo". Pastor escocês falecido aos 29 anos (1840)
Doutrina e santidade juntos.

Será usado por Deus para salvar a si e a quem te escuta. Mesmo pecador, porém lavados e santificados.

Porque salva a vc e aos que te ouvem. Somente duas opções: perseverar oi apostatar.

5 maneiras: musculaturas para a piedade: academia da alma.

1. Passar tempo ajoelhado (coração, oração) diante de Deus. Principal causa para a queda moral é negligenciar na oração (cair no privado antes de cair no público). Ter comunhão com Deus em oração.  Coração ajoelhado em oração. O principal exercício espiritual. O mais difícil exercício de se fazer.  Oração não é dever, mas prazer. É um encontro com uma Pessoa.
2. Ler mais devagar. As palavras passam pelo coração e não somente pelos olhos. Um homem feliz (Salmo 1). Meditar é mais do que ler. Mais do que uma 💊 pílula, uma bala de menta que domina o gosto. Também encontrar-se com o Senhor na palavra. Orar, ler e meditar. Palavra feito âncora para não ocorrer distração. Ler menos e meditar mais.
3. Aproveite a sua provação. Deus cuida de nossa piedade. A intenção do Senhor com a dose de dor na nossa vida. 2 Co 12,7-10. Espinho na carne. Deus torna difícil a vida por amor. Púlpito é lugar de privilégio mas perigoso por causa do orgulho, cono uma medusa mitológica. Aproveitar a provação para mortificar a carne e vivificar o espírito. Lutero: pastor é oração,  estudo  e sofrimento.
4. Cultivar boas companhias: somos vulneráveis e devemos abrir o coração a outros. 2 Co 2,12-13. Isolamento espiritual é tenebroso. Deus cuida de nossa piedade através de outras pessoas. Deus nos criou com a necessidade e a capacidade de ampliar amizades. Não é fácil ser vulnerável e honesto. O temor dos homens pode nos travar.
5. Cuide de sua piedade contemplando a Cristo. Toda a Bíblia é para restaurar em nós a imagem de Cristo. 2 Co 3,18. Como somos transformados de glória em glória? Transformação por contemplação. Como contemplar Cristo? Abraçar o evangelho não é só ortodoxia (grande tentação). Mas encontrar uma Pessoa. Robert MCCheyne "maná  e água da Rocha e esconder-se nos ferimentos de Jesus".

Autenticidade para poucos

 ²⁰ "Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." Mt 18.

  Resta saber se são convertidos. Poderiam estar reunidos em nome de Jesus,  porém sem que o fossem? A expressão "em meu nome", proferida por Jesus,  autentica-lhes a fé.

  Agora então resta saber se essa reunião constitui-se igreja. A pergunta então seria se três reunidos, um deles Jesus em Pessoa, mais dois a Ele convertidos, seria igreja?

  Talvez sim ou, com certeza sim, mas uma igreja bem miúda. O que choca de frente com a mentalidade atual. Para hoje, 20, 200, 2000, bem, este último número seria garantia de reconhecimento.

  Jesus deveria dizer onde houver 2000 ou 3000 reunidos em meu nome, como diriam, oh, glória! Isso sim seria ministério bem sucedido. Que talvez não seja o caso de Jesus,  quem sabe?

   Lucas, em Atos 1,15, na primeira reunião de membros da comunidade apostólica, afirma que havia umas 120 pessoas.  Bem, não são 2 ou 3, mas não chega também a 200 ou 300.

  Alguém diria ser pouca gente mas, em respeito ao resultado do ministério do próprio Jesus, guardasse para si o comentário.

  Mas também, como lemos nas observações de João,  agora respectivamente em Jo 6,41,60,66 murmuração,  escândalo com o que Jesus dizia e desistência em continuar seguindo-o acontecia costumeiramente.

   Talvez esse mínimo esperado esteja relacionado à autenticidade do evangelho. Porque lida e entendida com mais atenção,  as Escrituras associam ao evangelho mais perdas do que ganho.

  Jesus fala em perder tudo, em perder a própria  vida, em deixar família, pai e mãe, renunciar ao mundo, enfim. Carece de se entender isso.

  Parece sentido figurado ou retórico, mas o que significa essa perda afeta profundamente a estrutura humana, seja emocional, psicológica, relacional, enfim, existencial como um todo.

  Quem adota o evangelho como cultura, moda, afeição emocional, aparato de composição da imagem pessoal, sim, terá igreja para isso, parceiros de caminhada e reforço de movimento e até avivamento.

   Mas quem o encara como morte/ressurreição em Jesus, novo nascimento, despojamento da carnalidade embutida na personalidade e revestimento milagroso de uma nova criatura, depara dificuldade.

  Mas assume junto identidade. Não será pertença a um grupo, nem denominação qualquer, a um movimento histórico de rica tradição, mas batismo do Espírito em Jesus Cristo.

  E isso individualmente. Não é vínculo de herança familiar, talvez o mais legítimo da condição humana. Mas geração divina. O evangelho postula que o legítimo convertido é por ação exclusiva de Deus.

   ²⁸ "Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. ²⁹ Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus." Romanos 2.

   Nesta advertência, Paulo Apóstolo mistura raça, religião e DNA abraâmico para esclarecer que somente pela mão de Deus ocorre, no ser humano, a cirurgia que o livra da herança humana mortal, falível e pervertida.

  É para poucos. É para um a um. Começa com cada um. E dois ou três já constitui igreja.  Talvez chegue a 20 ou 30, provavelmente 200 ou 300. Mas, mais para milhares, acima das centenas, vai ficando cada vez mais difícil manter autenticidade. 

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Avisa à raposa que há agenda

"E respondeu-lhes: Ide, e dizei àquela raposa: Eis que eu expulso demônios, e efetuo curas, hoje e amanhã, e no terceiro dia sou consumado." Lc 13.

    Aviso às raposas: Jesus tem uma agenda. Inclua-se nela.  E olha que nem tinha smartphone ou notebook.  Assim, fica difícil.

    Mas Jesus cumpria seu papel. Mateus, Cap. 4, anotou a seguinte observação: ²³ "E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo."

  A comparação com a raposa é provocativa, visto tratar-se de um onívoro, literalmente, "devorador de tudo", ou seja, ao mesmo tempo vegano e carnívoro.

  Outra menção dela em Cantares 2, destaca sua ação predatória, astuta e subreptícia: ¹⁵ "Apanhai-nos as raposas, as raposinhas, que fazem mal às vinhas, porque as nossas vinhas estão em flor".

     Por isso a raposa a quem Jesus se referia era um político de sua época,  Herodes. Ainda bem que não há mais dessa espécie hoje. Talvez estejam em extinção.

  Cuidado para, quando pensarmos em raposas destruidoras de vinha, astutas, dissimuladas e, enfim, hipócritas, não tenhamos alguém específico em vista.

  Porque são destruidoras de vinhas, estas representando a igreja. É melhor checarmos se o instinto vulpino (derivado delas) nos assalta. Dissimular mau-caratismo, às  vezes, torna-ne desatento.

   Paulo flagrou Pedro, um veterano apóstolo, agindo desse modo, certa vez, em Antioquia.  Pedro agiu e trabalhou contra a aceitação do outro.

  Pedro discriminou.  É como matar no íntimo. E foi tão sutil, ao mesmo tempo que forte, explica Paulo,  que até Barnabé se deixou levar por isso.

  Que força! Barnabé,  até esse dia insuspeito, foi o único a se expor, a favor de Paulo, quando todos o discriminaram, não aceitando e não acreditando que o perseguidor se convertera.

   Paulo caracterizou essa atitude dissimulada como andar fora da verdade do evangelho: ¹⁴ "Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos". Gl 2.

   Refletindo na agenda de Jesus, no modo como preenchia seu tempo no seu dia a dia, atinei de como nunca perdia nenhuma oportunidade. 

   Pedro, no sermão em casa de Cornélio,  também destacou essa qualidade do Mestre, enquanto esteve neste mundo:

³⁸ "Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele." At 10.

  Entrar na agenda de Jesus será sempre reverter, no dia a dia, toda chance de ser dEle testemunha. Mas sem o espírito raposa (ou vulpino). Porque astúcia, dissimulação ou hipocrisia não correspondem à verdade do evangelho.

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Amizades

⁴ "Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé." 1 Jo 5.

 Eu posso dizer ter vivido pouco com Ino. Mesmo porque o Acre está mais ou menos a 4200 km e eu com mais 30 anos aqui.

  E numa das maiores contradições da Bíblia, Eclesiastes adverte que, estando na casa do luto, a gente reflita. 

  O luto é uma hora de memória. Aliás, às vezes ela grita. Surpreende e nos faz mergulhar dentro de nós mesmos. Pelo menos nessa hora,  seja sincero e corajoso. 

  Eu tenho memórias agradáveis dele. Para mim, o jeito das sobrancelhas arqueadas, conferia um ar, com todo o respeito, de constante deboche.

  Eu acho que era um gozador incorrigível. Pois quem com ele conviveu mais perto, corrija-me, por favor. 

  Porque lembro de breves encontros, sempre amigáveis, e de outros mais longos e marcantes, raros pelas razões já expostas.

  Menciono quando nos concedeu sua esposa para madrinha, junto com o cunhado dele, ao casamento de meu filho, em outubro de 2021.

   E anos antes, quando nos ofereceu sua casa para comemorarmos nossos 25 anos de casados. Duas marcantes reuniões, de pura alegria e celebração.

   A vida deve ser mesmo e sempre marcada por alegria e celebração. Ainda acho que ela é sempre um milagre.

  E quando bate o sofrimento, que com ela nunca combina, talvez a memória nos socorra. E lembre amizade. Algo que gruda com a gente e carregamos. Bem, melhor que seja, a vida toda.

   A não ser que nunca tenha sido amigo. E certa vez, criticaram Jesus por não escolher direito com quem andava, que casas frequentava, com quem comia e até com quem bebia.

   Mas a preocupação dele era fazer amigos. Jesus a si mesmo se dizia chegado a Deus e, quem quisesse, dizia ele, Ele tornaria amigo, primeiro de Deus, depois de quantos mais.

    Por que mencionar Jesus? Por causa de amizade. Por causa também de ter vencido a morte. Porque promete que, quem nEle crê, vence o que de ruim há por aí e, afinal, também vence a morte.

   Andaram chamando Jesus de louco. E hoje em dia também chamam de loucos os que creem nEle. Não deixam de sofrer, ainda que creiam nEle.

   Mas nessa hora a memória socorre e não trai. Fé é uma memória que socorre e não trai. E afinal, vence o mundo e vence a morte. Ah, sim: e mantém amizades.

Celebração e alegria em 2021,
no Acre

E muito grato pelos 25 anos em tua casa,
em 2018
 

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Bendize, minha alma

 Por que a alma deve bendizer ao Senhor?

   Por que alma? Por saber quem na verdade somos. Se não conseguimos nos subverter definitivamente, a alma prossegue sensível para dizer quem somos na verdade.

Bendize, alma, mas não esqueça nenhum só (olhe vem o uso do indefinido). Mas será chamar de benção as que são verdadeiramente bênçãos.

Bênçãos pessoais 

 1. Conta as bênçãos. E uma delas,  é contablizar os pecados, para saber de onde Deus nos tirou. Quais são,  então,  esses benefícios?

1.1. Perdoa todas (veja bem o pronome indefinido) as nossas iniquidades e Sara essa enfermidade (ver Isaías 53 e Romanos 8): o pecado é  a única enfermidade que "amamos";

1.2. Quem redime a vida da cova. E não pense que se trata de atrasar a ida para o cemitério. Puxa, como desejei isso para meu pão e minha mãe,  e Regina para o país dela. Pelo menos, para depois do culto dos 90 anos. Mas do sentido de cova relacionado ao modo de vida herdado após a expulsão do Éden, errante em relação à árvore da vida.

1.3. E que coroa de bênçãos pela velhice afora, mantendo a qualidade de vida,  em lucidez e ganho espiritual. Definitivamente, prosperidade não é ganho financeiro. A coroa é graça e misericórdia (amor). Graça é o que permite a Deus,  sem peço, dar, conceder e amor regula o Seu envolvimento conosco.

Bênçãos gerais

1. Faz justiça;

2. Julga todos os oprimidos;

3. Manifestou a Moisés e 

4. Aos filhos de Israel seus caminhos;

Quem Deus é:

3. Misericordioso (amoroso), compassivo, longânimo, assaz benigno;

3.1. O que isso significa: 

3.1.1 Não repreende perpetuamente/nem conserva para sempre a sua ira;

3.1.2.  Não nos trata segundo os nossos pecados/nem nos retribui consoante as nossas iniquidades;

3.1.3. Qto o céu de alteração da terra é gde a sua misericórdia (amor) para com que os temem/Qto dista por Oriente do Ocidente assim afasta de nós a nossas transgressões/Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem.

4. O que Deus sabe

4.1. Nossa estrutura que é pó;

4.2. Nossos dias como a relva e a flor do campo 

4.3. Contrasta com isso a Sua misericórdia (amor) de eternidade/ e justiça sobre 

4.3.1 Os que o temem/o os filhos dos filhos 

4.3.2. Para os que guardam Sua aliança/os que lembram seus preceitos e os cumprem

5. Onde Deus está, onde habita Is 57,15

6. Quantos e quem bendizer-lHe o nome:

6.1. Anjos

6.2. Exércitos e ministros 

6.3. Todas as obras em todos os lugares.