Salmo 127. O Senhor edifica a família. Salmo de Sabedoria, formando com o 128 um só tema, descreve: (A) em sentido geral, o papel do homem sábio na edificação de um lar (127:2) e, (B) em sentido específico, o lugar dos filhos (127:3-5). Deus instituiu o casamento de homem e mulher (Gn 1:27-28) e, se o Senhor não edificar a família, será tão frustrante a tentativa quanto, sem o Senhor, guardar a cidade. (127:1): inútil (1) madrugar, (2) repousar tarde, (3) alimentar-se mal, (4) porque Deus supre (127:2 e Mt 6:25-34). Os filhos (1) são do Senhor, como herança, (2) frutos do ventre e (3) devem ser criados em sabedoria, para (4) atingir, como flecha, um alvo preciso na vida: (6) cheio de alegria o homem cheio de filhos criados no temor do Senhor, pois (7) não envergonham os pais (127:3-5) na luta contra inimigos (2 Co 10:4-5).
Salmo
Salmo 129. O Senhor supre. Salmo de lamentação: são particularmente difíceis para o salmista as provações que tem experimentado, porque o acompanham desde a sua mocidade. Para se expressar utiliza duas figuras de linguagem em seu modo especial de desabafo: (1) o chamado quiasmo, quando repete, num refrão (129:1-2), a mesma condição de angústia que enfrentou, porém não prevaleceram contra ele; (2) as chamadas metáforas, quando afirma que o Senhor cortou as cordas do arado que sulcava suas costas (129:3-4) ou quando votou que os que aborrecem Sião sejam como erva seca dos telhados, inútil para qualquer trato (129:5-7). Contudo, não guardava rancor consigo, pois aos que passavam indiferentes e não votavam bênçãos, ele tem a dizer: ‘Nós vos abençoamos em nome do Senhor’ (129:8; Lc 6:27-30; Rm 12:14).
Salmo 130. O perdão do Senhor. ‘Das profundezas’, mimma‘amaqim, no hebraico, ‘De profundis’, título em latim, é o ponto de partida do clamor pelo perdão. Este salmo assinala pontos fundamentais da fé: (A) o clamor do pecador por salvação (130:1 e Rm 3:9-18), (B) a misericórdia de Deus ao que crer (130:2; 2 Co 5:18-21; At 17:30-31), e (C) Sua exclusividade no perdão (130:4; Rm 2:4; 2 Co 7:10). Mais que os guardas pelo amanhecer, o salmista (1) tem o anseio de alma do pecador sinceramente arrependido (130:6), (2) tem posse das certezas que vem por meio da Palavra e (3) está cheio da expectativa do perdão de Deus (130:5-6). Ensina que Israel deve (todos devem): (1) esperar no Senhor, (2) nEle há misericórdia (amor), (3) nEle há plenitude de salvação e (4) só Ele (Sl 49:7-8) pode remir (pagar o preço) da iniqüidade (130:7-8).
Salmo 131. O silêncio da alma. ‘Salmos de Confiança’: 4, 11, 16, 23, 27, e 62, apresentam uma mensagem de garantia de salvação, louvor ou gratidão, entre os quais se inscreve o 131, destacando uma conversão do salmista, que (A) confessa (131:1), que deixou a soberba (coração elevado) de lado (Tg 4:6-10) e (B) aprendeu (131:2) a ser humilde (Mt 5:3), quando ‘fez calar’ a alma, como criança atendida por mães virtuosas (Jz 13;1-25; 1 Sm 1:26-28; Rt 4:16-17; 2 Tm 1:3-5). Deus lhe ensinou a ‘mansidão’ (Mt 5:5) e o‘domínio próprio’, complementos do Fruto do Espírito (Gl 5:22-23). Na nota final (C) de confiança (1331:3), o salmista espera que Israel também se converta e aprenda a ser humilde, algo essencial para a salvação (Lc 19:41-44).
Salmo 132. O amor do Senhor por Sião. O mais extenso dos também chamados cânticos de subida (Salmos 120-134) e um dos salmos litúrgicos (específicos para leitura no culto: 24, 50, 68, 81, 82, 95, 108, 115, 120-134) e messiânico (132:11), foi escrito como resposta à promessa (2 Sm 7:1-29) de um Reino Eterno feita a Davi e utilizado para o traslado da arca (132:6-10 e 2 Sm 6:1-19). Refere-se ao contexto (132:1-5) da construção do Templo (1 Cr 17:1-15) como símbolo da habitação de Deus em Sião (Ex 40:34-38 e 2 Cr 7:1-3). A escolha de Sião em amor (132:13-14) estava condicionada à sua obediência à aliança com o Senhor (Ex 19:1-6 e 132:12). As bênçãos finais da fidelidade são: (1) prosperidade, (2) salvação, (3) força e luz que não se apagam e (4) coroa de vitória sobre os inimigos (132:15-18).
Salmo 133. Comunhão com o Senhor. Jesus, na chamada oração sacerdotal (Jo 17:17-21), destaca
o quanto a comunhão com Deus é essencial para Israel e para a Igreja. Este
salmo inicia-se com uma expressão (hineh
mah-tov) da maior alegria pela realidade da comunhão com o Senhor (133:1 e 1
Jo 1:1-4): “Veja como é bom!”. Milagre somente possível com a atuação do
Espírito Santo (Jo 14:16-17; 16:7-11; 1 Co 2:11-16), comparado (1) ao orvalho
do monte mais alto do Norte,
Salmo 134. Bendizei ao Senhor. A conclusão para a coleção
dos salmos dos peregrinos é o convite
a louvar o Senhor. Paulo escreveu um salmo (Ef 1:2-14) enfatizando a salvação
em Jesus Cristo e também convida a ‘Bendizer o Senhor’. O servo do Senhor (1)
deve louvá-Lo, dia e noite, quando estiver no Templo (134:1), assim como (2)
fora do Templo (134:2). A bênção do Senhor é permanente para todos os povos
(129:8 e 134:3). Entre os pequenos ‘cânticos dos degraus’, encontra-se, como
temática: (1) segurança contra a maldade (120-121 e 123-125), (2) alegria por
estar em Jerusalém (122 e 126), (3) a bênção na família (127-128), (4) consolo
para a alma aflita (129-131) e (5) dádivas do Senhor (132-134). Como ‘cânticos
espirituais’ (Ef 5:18-21; Cl 3:16), têm profunda mensagem e devem ser lembrados
pelo caminho.
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