"Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas. Vinde então, e argui-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã". Isaías 1,16-18
Este trecho do livro, logo no início, já propõe uma reviravolta no quadro negativo desenhado. Porque Deus convoca ao arrependimento.
Deus propõe as etapas:
1. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal.
2. Aprendei a fazer o bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas;
3. Vinde então, argui-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve.
Textos como esse operam uma inversão no desenrolar da profecia, quando aspectos negativos da infidelidade do povo vêm sendo descritos em sequência. Com isso, Deus demonstra que sempre espera o arrependimento, aguardando para que opere, então, Sua restauração.
Outro texto, em Isaías 2,1-5:
"Palavra que, em visão, veio a Isaías, filho de Amoz, a respeito de Judá e Jerusalém.
Nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido no cimo dos montes e se elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão todos os povos.
Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do Senhor, de Jerusalém.
Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações; estas converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.
Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz do Senhor".
Na verdade, já em Is 1,24-31 já se opera uma inversão. A palavra do profeta que, até ali, ressaltava os aspectos negativos da conduta do povo, altera-se para uma ação restauradora do Senhor:
"Portanto, diz o Senhor, o Senhor dos Exércitos, o Poderoso de Israel: Ah! Tomarei satisfações aos meus adversários e vingar-me-ei dos meus inimigos.
Voltarei contra ti a minha mão, purificar-te-ei como com potassa das tuas escórias e tirarei de ti todo metal impuro".
Is 1,24-25.
Is 1,24-25.
Essas unidades de fala profética são denominadas "oráculos". Verifique que, antes do profeta falar, ele introduz com "diz o Senhor". Aqui lembramos falas de Paulo Apóstolo que distinguiu palavra sua, de Paulo, com relação à palavra do Senhor.
Mas logo acrescentou: "...segundo o meu parecer, e também eu cuido que tenho o Espírito de Deus". 1 Coríntios 7,40. Está aí uma definição de profeta, aquele que fala em nome de Deus, porque nele habita o Espírito do Senhor.
E é o mesmo apóstolo Paulo que, em 1 Co 14,1 exorta a igreja a fazer três coisas: (1) seguir o amor; (2) procurar (e praticar), com zelo, os dons recebidos do Espírito; e (3) principalmente, profetizar. A leitura da Bíblia é o aprendizado da profecia.
Porque Moisés, já em Dt 18,20, já postulava, orientando: "Porém o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá".
Falar, presumidamente, ou, como diz o texto, com presunção, em nome de Deus, não deve ocorrer, seja intencional ou não intencionalmente. Nem bem intencionado e nem mal intencionado.
Para isso, precisamos da "cartilha do Espírito Santo", que são as Sagradas Escrituras, a Bíblia, Antigo e Novo Testamentos. Oráculo é o recado emitido, em nome de Deus, pelo autêntico profeta.
Não se trata de adivinhação, previsão do futuro ou exibição de êxtase de poder forjado. Antes de mais nada, o profeta, como diz, de novo, Paulo, tem controle de si e autoridade concedida por Deus.
E, além do mais, o que falar, está sujeito à conferência, quer dizer, profecia começa a partir da Bíblia, palavra de Deus, e retorna a ela para posterior conferência. Veja aí, de novo, a palavra de Moisés, professor de profetas:
"Quando o profeta falar em nome do Senhor, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele. Dt 18,22
E, para encerrar, duas definições de profecia no Novo Testamento: 1 Co 14,3: "Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação". Profecia é (1) edificação, (2) exortação e (3) consolação.
A outra, Ef 4,29: "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem". Profecia: (1) não é palavra torpe; (2) é boa para promover edificação; (3) conforme a necessidade; (4) transmite graça aos que a ouvem.
Assim, profetize, irmão.
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