"Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos?" 1 Coríntios 15:12.
domingo, 29 de janeiro de 2023
Igreja: identidade e missão
sexta-feira, 27 de janeiro de 2023
Tende em vós o mesmo sentimento.
Bobagem. Má fé ou má informação de alguns. A gente, que lida com o texto bíblico, identificando nele valores, aqui e ali deleitando-se com suas histórias, evidentemente bem entendidas, é claro, se aborrece quando ouve besteiras sobre o texto.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2023
Pr Amaury Jardim
Acabei de saber que o pastor Amaury Jardim já está em casa. Desta vez, a definitiva, onde todos os que creem um dia vão estar.
Ele viveu toda a sua vida para anunciar isso. É descendente direto de um dos ajudadores que Kalley recrutou entre os exilados madeirenses, expulsos da ilha por causa de sua fé.
Eu o conheci, bem assim como toda a sua família, a partir de 1966, quando cheguei à Igreja Evangélica Congregacional de Cascadura, aos 9 anos de idade, com minha mãe e avó.
Logo enturmei-me com seus filhos, principalmente o hoje, como eu, pastor Paulo César, mais identificado comigo pela idade. Desde muito cedo fomos muito apegados e, nessa altura da infância, assombrados com nossas descobertas e nossos dilemas.
Conversávamos dentro das velhas Rural Willys, primeiro a de dupla cor, vermelha e branca, depois a esverdeada. Elas carregavam o recorde, antes mesmo de ouvir sobre o Guinnes, de gente, garotada, crianças, enfim, tudo que agregasse gente à igreja.
Ora, como é bom igreja! Como era boa, excelente, aquela igreja! Mas os Jardim também levavam garotada para sua casa, primeiro em Quintino Bocaiúva, onde os alcancei, depois na Rua Americana 67, endereço clássico.
Almoçávamos, à deliciosa mesa que d. Rute Jardim, com seu sorriso de rosto inteiro (basta olhar para a caçula Raquel, para ver a cópia) preparava, antes dos folguedos da tarde e os jogos de mesa, na área anexa.
A Congregacional de Cascadura era proveniente de um grupo seleto, saído da Congregacional de Piedade, que a gente conhecia nome a nome, assim como pela fibra de fé e testemunho.
Eu, minha mãe e avó não pertencíamos a esse "grupo raiz" (em todo bom sentido), mas logo nos enturmamos, conhecidos que éramos do pastor Teodoro José dos Santos, que foi o emancipador da antiga Congregação de Madureira, onde haviam começado, ligados à Igreja Evangélica Fluminense, pastoreada por ele.
A família Jardim, toda ela, tinha um dinamismo surpreendente. Quem isso presenciou, sentiu-se, todo o tempo, motivado pelo cuidado, pelo zelo, por todo detalhe em amor com que eles se ocupavam com tudo que dizia respeito à igreja.
Não esqueço como, certa vez, d. Rute Jardim, na Escola Dominical da igreja, com a ajuda e ciência dos demais, em casa, eles bolaram uma campanha de pontualidade, presença e visitantes.
Ora, idealizaram um farol, enorme, numa plataforma impermeabilizada (que eu acho ter sido uma mesa de ping-pong invertida), sobre cavaletes, onde havia água, de verdade, e lanchinhas, cada uma delas uma das classes, rumo ao farol, a cada avanço em classificação por méritos.
Nas idas ao Abrigo Evangélico em Pedra de Guaratiba, empenho de véspera, agitação máxima para nós, pirralhos, festas memoráveis, os Jardim, certa vez, montaram uma geringonça que consistia num cilindro, um desses latões de 200 l, aberto embaixo, onde um ventilador, com cruzetas, recebia uma folha de papelão.
Punha-se esse quadro de papelão a girar e o freguês pingava, a gosto, tintas de cores diversas, enquanto embaixo ligado o ventilador. A tinta que espirrava fora, ficava retida nas paredes do cilindro, mas deixava na superfície dos cartões desenhos circulares multicor, de matizes diversos. Como rendeu essa barraca!
E o Acampamento Ebenézer? Participei, entre tantos outros, de uma temporada dirigida pelo pastor Amaury, como diretor. Em tudo proveitosa. Lembro de uma excursão para outro recanto de Pedra de Guaratiba, conhecido por eles, desconhecido por mim.
Levou todos, com tudo muito organizado, incluídas as gincanas e outras diversões, a alimentação e um breve banho de mar. A Rural Verde, desta vez, estava de prontidão, se me não falham meus 65 anos de memória.
O culto do último dia foi uma oportunidade de confraternização, apelo por comunhão e vocação. Por ter eu o privilégio de ser, naquela época, olha, deve ser 1970, 1971, da igreja de Cascadura, a mesma de d. Rute, pude perguntar a ela, com maior precisão, o que era conversão, vocação, chamado para o ministério.
Então, uns 7 ou 8 anos depois, com 21 anos incompletos, a conversa foi com o pastor Amaury, na secretaria do Seminário Betel, onde meu pai havia estudado, de 1945 a 1950, para terminar seu curso, ainda no tempo do pastor José de Miranda Pinto.
Pastor Amaury conversou comigo sobre vocação, mais tarde pregou em minha ordenação e dele fui companheiro de ministério na antiga 2a RA, Região Administrava da UIECB, reconhecida como polêmica, no tempo em que se dividia o "planeta congregacional" entre tradicionais e renovados.
Rudimentos de ser congregacional, ensaio de aceitação das diferenças que nem sabemos se, a esta altura, já aprendemos: mudou-se o tempo, essa polêmica esfriou, mas o desafio de ser instruído, na cartilha do congregacionalismo, continua.
Em 1972, no antigo terreno da igreja em Cascadura, na Pe Telêmaco 149, inciou-se o Clube Bíblico, uma nova modalidade de atividade jovem, ligada às influências dos chamados "anos dourados".
Era a época da "escandalosa" introdução dos instrumentos que os Beatles usavam, as guitarras e baixos elétricos, e mais a bateria, dentro das igrejas. Que escândalo! E também de uma linguagem simplificada de sermões e testemunhos, assim como de uma busca por uma linguagem musical autenticamente nacional.
Fácil de descrever aqui, problemático de se implantar naquela época, definia-se um modo explosivo, no bom sentido, e expansivo de se encarar o testemunho do evangelho. Como tudo, essa prática teve seu tempo, seus pontos fortes e outros de atenção, mas abriu chance de projeção de uma liderança marcante.
Pouco tempo depois, pastor Amaury, ainda presbítero naquela época, terminou seu curso de teologia, foi ordenado pastor, estagiou em Vicente de Carvalho e assumiu Bento Ribeiro. Para lá migrou o antigo Clube Bíblico de Cascadura, e inicia-se a história que outros contarão.
O presidente da União de Mocidade de Cascadura, pastor Hélio Martins, durante quase todo o seu tempo de ministério à frente da Igreja Evangélica Congregacional do Encantado, foi uma das lideranças de destaque dessa época.
Outro grande líder, o pastor Álvaro Trindade, junto com ele, frutos desse estilo de ministério, revolucionário para a época, com mais o pastor Jesaías, todos esses líderes agora juntos no céu, como sempre pregaram.
Há uma cartilha aberta para se aprender a ser congregacional. Não pensem que é fácil. Pode ser simples entender e replicar, mas sempre é difícil experimentar.
A igreja saída das páginas de Atos dos Apóstolos, um dia, afastou-se dessa simplicidade e, ainda no 4o século, foi aprendendo a se impor como igreja monárquica: ninguém poderia pensar diferente dela.
Então, mais de 10 séculos depois, em 1517, houve um sopro, que a gente até se convence que foi do Espírito: aconteceu a Reforma, sendo um dos principais requisitos pôr as Escrituras no seu lugar de ênfase.
Ainda assim a imposição de ortodoxias ou a discriminação daquele que não pensa exatamente igual persegue-nos. Misturamos fundamento com fundamentalismo, ortodoxia com asfixia e congregacionalismo com fragmentalismo, segregacionalismo ou dissensões.
Essas coisas, antes de apontar nos outros, seria bom identificar, em que medida, habitam em nós. Disfarçada e camufladamente, mas habitam. Considero-me, como tantos outros, achegado ao pastor Amaury Jardim, também pela proximidade de sua família, como descrevi.
Embora, em minha formação, tenha me afastado de alguns pontos que ele sempre adotou, praticou e defendeu, admiro-o pelo que ele representou como liderança.
Porque seu modo de agir sempre sugeriu a necessidade do diálogo, sem animosidades, da discussão dos variados modos e estratégias de se apresentar o evangelho e de uma maneira de ser grupo, de se agregar, de ser denominação que respeite e acolha essas diferenças.
Muito errado e antibíblico pensar que desagregação, afastamento e descolamento total confere identidade à igreja. Também antibíblico pensar que denominação seja um órgão supremo impositivo para qualquer tipo de torniquete.
Amaury Jardim, em sua autenticidade, viveu um modelo de congregacionalismo dinâmico, pronto para o diálogo e a troca, não preso a imposições de grupos de ocasião ou circunstâncias efêmeras, caprichos da moda da vez ou asfixia a pretexto de ortodoxia.
Seu modelo conduziu a uma discussão que abrangeu toda a denominação. E a uma decisão histórica, que representou a convivência, numa mesma denominação, das igrejas afeitas ao que se chamou, na época, "renovados", junto com os "tradicionais".
Portanto, o pastor Amaury Jardim projetou, não somente na igreja local, nem somente no contexto de sua família, incluída a sua visão missionária de expansão, porém no contexto denominacional, uma proposta de convivência de posturas unidas em temas fundamentais, porém diversas em posições secundárias.
Próxima está a sua ida para casa, na companhia permanente de Jesus, como sempre testemunhou aqui, entre nós, Congregacionais, de uma Assembleia Geral, para que as igrejas discutam outros tantos assuntos e outras tantas posturas. Perdure, então, a sugestão de uma proposta dinâmica de congregacionalismo.
Dialogal, firmado em bases doutrinárias bíblicas fundamentais, as quais definem o que é ser cristão, porém flexibilizando a convivência, com relação a questões que não representam pontos fundamentais. Aliás, houve um rol de doutrinas que, na década de 90, ilustrou essa decisão histórica de convivência.
Grato, pastor Amaury. Deixo a outros escrever sobre o seu trato pessoal. Sobre sua ética como pastor, na relação com os colegas e com suas ovelhas. A sua estrondoza, cadenciada e senoidal gargalhada, que ecoa em nossos ouvidos, alunos seus da turma de 1978-1981, no STCRJ. Há muito que recordar das marcas que o irmão deixou. E muito de seu exemplo, para que sigamos nessa mesma carreira, completando o ministério e guardando a fé.
Grato em Jesus, Pastor Amaury, Rute, Damáris, Sergio Paulo, Paulo César e Raquel Jardim. "Vocês são lindos! Simplesmente lindos!"
terça-feira, 24 de janeiro de 2023
Natal na Chácara - Eita, povo lindo!
Legenda, também é texto!
sábado, 21 de janeiro de 2023
Semente por isso?
"Filipe encontrou a Natanael e disse-lhe: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José." João 1:45.
Aprendendo com Jesus a ser bom
Pensando nas coisas de Jesus, ou tentando pensar como Jesus, bem: há coisas dele nem um pouco ao nosso alcance. Mas há outras que devemos ver em nós, fazendo e agindo exatamente como ele.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2023
Pensai nas coisas lá do alto
"Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus." Coloss. 3:1-3.