Pensando nas coisas de Jesus, ou tentando pensar como Jesus, bem: há coisas dele nem um pouco ao nosso alcance. Mas há outras que devemos ver em nós, fazendo e agindo exatamente como ele.
Pensei numa oração qualquer de Jesus. Claro que a intimidade dele com Deus é absoluta. Estou me reportando ao Jesus do tempo em que esteve entre nós, visto que é o exemplo dele que devemos assimilar.
Jesus orou pelo geral, no que se refere às pessoas, e ao específico nelas. Nessas orações, antecipava os encontros que teve com elas, objeto de sua agenda com Deus.
Pensava no grupo, sem ser dispersivo, quando incluía todos, assim como no indivíduo, sem excluir os demais. Pode ser que a gente tente o mesmo.
Por exemplo, quando a igreja pensa em missões, enquadra todos ou muitos, embora necessite ser objetiva. Pode também ser seletiva, se pensa, por exemplo, em desafios de missões urbanas, quanto ao seu preparo ao exercê-la, tendo em vista a variedade e diversidade de grupos-alvo.
Mas deve ter o cuidado de não hierarquizar ou categorizar entre quais, exatamente, são os salvos e perdidos, ou discriminar entre graus de pecado. Algo que Jesus mesmo nunca fez.
Porque apresenta a todos a mesma chance. Acredita em todos. A todos oferece a mesma salvação. A condição humana é carente de redenção.
Tomada a morte como referencial a Bíblia assim define, há um refluxo, um reverso, cujo correlativo, em vida, essas mesmas Escrituras chamam pecado que é, ao mesmo tempo, síntese e generalização do que produz morte. E só a morte dá fim ao pecado.
A Bíblia chama de morte espiritual tudo de que o ser humano é portador, como requinte e detalhe de maldade. Único ser dotado do que se chama de racional e o único dotado da capacidade de ser mal.
Essa é a específica carência de salvação. O ser humano necessita ser salvo em si mesmo. Exerce requinte de maldade ao outro, sempre o alvo prioritário.
Cego de que as razões do mal que o domina estão em sua ruptura com Deus, assim como alheio ao fato de que, ser mal, reverte a si mesmo.
Portanto, o ser humano é mal contra Deus, contra si mesmo e contra o outro. Jesus, que com Deus aprendeu a ser bom, como afirmou ao jovem rico, pode resolver, solver esse problema, o problema do mal.
O mal está instalado na condição humana. Jesus, certa vez, afirmou: "Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios". Marcos 7:21.
E listou uma séries desses males. Não esgotou a lista, como Paulo, que cita as obras da carne, aos Gálatas, em 5,19-21, quando fala do fruto do Espírito, ou em Efésios, quando menciona que devemos ser cheios do Espírito, como antídoto aos males que indica em 4,25-32 e 5,3-5, ou em Romanos, em 1,24-31, onde se define a rota de quem se afasta, progressivamente, de Deus, estabelecendo a glória de si mesmo.
Nem sabemos se se esgotam os males nessas listas. Mas temos em Gálatas 5,22-26 as feições do fruto do Espírito, em Romanos 1,16-17 a indicação do poder que vence todo o mal e, em Efésios 5,18-21, a marca da personalidade do Espírito que, em nós agindo, neutraliza todo o mal. Andemos no Espírito, como ele menciona em Gálatas 5,16.
Assim a Bíblia define. Assim podemos ou não crer. Assim podemos ou não incluir-nos nessa benção. A nós oferecida pela graça de Deus, que deu o seu próprio Filho por nós, este voluntariamente entregando-se, para nos tornar, com Ele e como Ele, participantes do bem que há somente em Deus.
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