O Salmo 32 define a radicalidade do pecado
e os estragos em seu portador. O problema é que todos somos portadores desse
mal. O Salmo inteiro, expressa, em termos democráticos, sem isentar nenhum
vivente, esse tour existencial de experiência.
“Bem-aventurado",
"confessei-te o meu pecado", "todo homem (ou mulher) piedoso(a)
te fará súplicas", "alegrai-vos no Senhor" indicam o alento que,
didaticamente, o salmista deseja transmitir, especificando, nessa experiência
comum, o jogo aberto com Deus na expressão dessas mazelas.
E não poupa pormenores
mais sórdidos, fazendo veemente advertência, caso sejamos tentados, a
menosprezar a principal lição transmitida. "Calar os pecados",
"mão que pesa dia e noite", "não seja como o cavalo ou a
mula", "muito sofrimento terá de curtir o ímpio", esta parte,
tão real quanto a anterior, deve ser evitada e, para tanto, o salmista
compartilha conosco sua lição.
Sequidão de estio,
tirada da vida prática a metáfora, caracterizada pela estação da seca, exprimindo
a condição interior de quem não encara de frente, dia a dia, a triste realidade
do pecado em sua própria vida. Mas com Deus, até em sequidão de estio há frutos.
Lendo Números aliás, desde o Êxodo, conferimos as "estações da rebeldia"
nos conflitos de Israel com Deus, pelo deserto.
Quase duvidamos de Oseias, quando diz que o deserto foi o namoro de Deus
com o povo escolhido. Afirma que ali Deus lhes falou ao coração. Sequidão de
estio com Deus é ouvir a voz dEle ao coração. Significa experimentar o Seu amor
e esperar os frutos. Significa ser, por Deus, amarrado com cordas de amor.
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