Como dizíamos, o pai de seu
Alonso foi para o seringal em 1945. Era ex-policial da ex-guarda territorial,
época da construção simultânea do Palácio, do Quartel da PM, quando a prefeitura
atual era ainda uma penitenciária. Ele nasceu em Brasília, que depois passou a
Brasileia, em 1935. Quem lutou ao lado de Plácido de Castro, da família de seu
Alonso, foi seu avô, o pai de sua mãe, Aurora Umbelina de Lima.
José Bonifácio de Lima, esse o
herói, com Plácido de Castro, da guerra acreana de revolução, avô de seu Alonso.
Uma tia dele, irmã mais nova de sua mãe, apelidada tia Preta levou, para
Manaus, documentos que comprovavam essa milícia do avô. Estão sepultados, pai e
filha, em Brasileia, ele falecido em 1952.
Seu Bonifácio era dono de três
dos famosos rifles de papo amarelo, tendo morado por muito tempo com o genro, pai do seu Alonso, no seringal, por este ter pedido dispensa da polícia. A maioria dos ex-guardas
territoriais foram reaproveitados na PM, quando da emancipação do Estado em
1962. Em 1944, com 9 anos de idade, seu Alonso já começava a cortar seringa
com o próprio pai.
Fazendo as contas, começando aos
9 anos e, como ele diz nesta gravação, trabalhando até agora, são cerca de 75
anos ininterruptos de trabalho. Comentou como exorta jovens que ele percebe que
não apreciam essa mesma jornada. Seu Alonso passa a narar a jornada que fez,
com uma boiada, de Brasileia a Rio Branco, hoje, por estrada, cerca de 280
km, nos tempos áureos, parando para
dormir, perguntei onde: ele respondeu, “onde escurecia”.
O caminho era aqueles dos
seringais, pelos varadouros, pelos caminhos do escoamento da borracha. Fossem
seringais brasileiros, fossem bolivianos, ora, daqui a Cruzeiro do Sul,
extremo oeste do Acre (e do Brasil), atuais 670 km de estrada, havia
varadouros, comenta Joaquim. Calculava-se o rumo, por esses varadouros, trazendo o gado, de colocação a colocação para que, uma vez declinando
a tarde, nela haveriam de pousar.
Vinham serpenteando, ora dentro
da Bolívia, ora dentro do Brasil, até que chegassem ao Quinari, apelido do
município de Senador Guiomard Santos. No total, 9 dias e nove noites, ainda não
existindo, do Quinari a Rio Branco, estrada, mas ainda varadouros. Um dos pontos,
dentro da fazenda Palmares, do Engo. Agrônomo Carlos Neves, é a nascente do
Iquiri, igarapé este por dentro do qual o gado atravessou, local que hoje
abriga a Alcobras, tentativa de uma usina acreana de álcool.
Vinham com burros de carga,
aqueles utilizados para puxar a borracha pelos varadouros, e alguns cavalos,
tocando o gado, municiados principalmente do rancho, cuja dieta alimentar incluía, é claro,
a farinha e a carne seca, fosse de gado, de porco ou ainda galinha frita que,
na farofa, durava dias. Vinham Alonso, com dois primos de sua primeira esposa,
Pedro Alves, Igor, o irmão, e um cunhado deles, o João Benvindo.
As 11 cabeças eram gado de seu
Alonso, e outras restantes dos companheiros, chegando o total a cerca de 25
cabeças. Dessa época, recentemente, seu Alonso encontrou o Sebastião Flores,
dos tempo áureos, que conheceu seu Alonso desse tempo em que começou a criar
todo esse gado. Seu Alonso lembra e menciona os primeiros patrões, os coronéis
dos seringais. Esse, andava fardado, com patente comprada, e contava histórias
de uma possível participação na guerra de Plácido.
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