⁴ "Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque o vosso amor é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa." Os 6.
A pergunta de Deus é como se estivesse num dilema. Porque Efraim rejeita o amor de Deus. Aceitar o amor é se converter.
O profeta faz esse apelo:
⁵ "O Senhor, o Deus dos Exércitos, o Senhor é o seu nome; ⁶ converte-te a teu Deus, guarda o amor e o juízo e no teu Deus espera sempre." Os 12.
Definitivamente, Deus ama. E revela emoção. A primeira lição sobre amor é que Deus nele sensibiliza-se. O profeta volta a nos revelar:
⁹ "Não executarei o furor da minha ira; não tornarei para destruir a Efraim, porque eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; não voltarei em ira." Os 11.
O dilema de Deus é o dilema de amar. Deus é amor. Esse dilema se aplica a todos, indiscriminadamente. A fala a Efraim é a fala a cada um:
⁴ "Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas e me inclinei para dar-lhes de comer ." Os 11.
Mas Efraim tem de se converter. Senão, o pecado a destrói. E pecado é distância de Deus. Nem física, porém espiritual.
Quem dizer que não se mede por unidade de medida. O único antídoto para isso é comunhão. Com Deus, ou existe comunhão ou não existe.
E o lugar dessa comunhão chama-se igreja. De novo, não fisicamente igreja. Mas espiritualmente igreja. Se não, não é igreja.
Igreja é um lugar de comunhão. Um lugar de amor. Não dá para saber do que significa amor, fora da igreja.
Deus põe na igreja para se viver intensamente. Se, por acaso, virar simulação, não será nunca igreja. Não será Deus, mas perda de amor e perda de comunhão.
O risco da igreja em Éfeso.
² Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; ³ e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer" Ap 2.
Muito provavelmente, uma igreja soberba. Paulo afirmou, em sua carta, quase 40 anos antes dessa, de Jesus, que o amor excede todo o entendimento.
Como se fosse intuitivo. Mas exatamente, espiritual. Porque o Espírito o derrama em nossos corações, ao mesmo tempo que é amor fruto do Espírito.
Tentar transformar em saber, ensoberbece também:
¹ "O saber ensoberbece, mas o amor edifica. ² Se alguém julga saber alguma coisa, com efeito, não aprendeu ainda como convém saber. ³ Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido por ele." 1 Coríntios 8.
Não é voluntário amar. É mandamento, por isso inseparável de obedecer. E isso não é natural em nós. Não é espontâneo.
Amar implica morrer e nascer de novo. Por isso, Deus chama Efraim à conversão. Por isso Jesus disse a Nicodemos:
⁷ "Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo." João 3.
Começa no novo nascimento. Amor não existe antes de nascer de novo. Demole-se, para reconstruir. Paulo a Tito denomina:
⁴ Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, ⁵ não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, ⁶ que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador". Tito 3.
Paulo passou por esse processo, de inimigo a amigo de Deus, de amor nulo a amor pleno. A Caim, foi proposto. Deus o procurou, para trazê-lo para si.
A samaritana, de volta aos amigos, que perguntaram pelo cântaro, ela disse que havia saciado a sua sede. Eles estranharam.
Então ela disse: "Encontrei Jesus: será ele o Messias?" Até Judas, sim, o traidor, não estava predestinado a ser. Não existe predestinação para o não amor. Existe predestinação de toda a humanidade para a cruz.
Nela e por ela se faz opção. Na cruz e pela cruz se manifesta todo o amor.
⁸ "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
⁹ Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. ¹⁰ Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida". Rm 5.
Nela Jesus crava e anula todo o escrito de dívida do pecado, tornando-nos aceitáveis diante de Deus.
¹³ "E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; ¹⁴ tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; ¹⁵ e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz." Cl 2.
Vitória total e completa que nos torna participantes da glória de Deus:
⁹ "É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus; ¹⁰ ora, todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e, neles, eu sou glorificado. Jo 17.
¹¹ "Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé, ¹² a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós, nele, segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo." 2 Ts 1.
Na oração sacedortal Jesus sinetisa o seu ministério e, ao final, indica como o ministério da igreja é expor, anunciar e ser modelo do amor de Deus que nela está:
²⁶ "Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja." Jo 17.
Jesus indica nela como 1. a igreja recebe da palavra de Deus; 2. como nela é santificada; 3. como nela a comunhão é vocação e identidade; 4. como a igreja glorifica Jesus; 5. como nela está presente e tipificado o amor.
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