Claro que igreja também acontece entre quatro paredes. O cenáculo é lugar de encontro. Jesus priorizava o encontro.
À beira mar, providenciem um barquinho. Precisam ouvir o que tenho a dizer. Vamos sentar aqui mesmo, na relva, aquietem-se a vamos ouvir.
Lucas diz que a agenda de Jesus, na última semana de vida, era pernoitar no Monte das Oliveiras e reunir-se, durante o dia, nas varandas do templo, para ensinar.
Vocação para o encontro. Vocação para a palavra. Vocação para o ensino. Mestre, chamavam-no. Essa é a mesma vocação da igreja. No cenáculo. Pelo menos, deveria ser.
É claro que deve existir um equilíbrio inteligente entre fora e dentro das paredes do cenáculo. Paulo dizia que sua entrada entre os tessalonicenses repercutia positivamente.
De vós repercutiu a palavra por todo lado. E nem internet havia naquele tempo. Paulo chamou isso de "operosidade da fé". Juntou a abnegação do amor e a firmeza da esperança em Jesus.
Em Atos, Lucas destaca que "em cada alma havia temor". Esses elementos da fé precisam estar, permanentemente, presentes na vida da igreja.
Esse é o equilíbrio certo entre dentro e fora do cenáculo. As reuniões do povo de Deus precisam estar afinadas com o que vai em curso lá fora.
Somente assim a presença profética se fará decisiva. Somente assim a presença da igreja será escatológica. Paulo dizia aos crentes de Corinto: "principalmente que profetizeis".
Quem é a voz da igreja hoje? A quem delegamos autorização para falar em nosso nome? Que mensagem Jesus nos mandou, delegou e autorizou anunciar em nome dEle?
Precisamos discutir isso no cenáculo, para corrigir, de modo permanente, nosso rumo lá fora.
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