quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Haja Natal em você

   Simplesmente Natal. Muitos "Natais" já passamos. Eu lembro Cacadura, Rio, RJ, de onde saímos em 1967, para o Méier. E da mini árvore de Natal, talvez 0,50 cm, que minha mãe montava em cima do móvel negro da sala.

  Havia aquelas bolinhas, frágeis como casca de ovo, guardadas durante todo o ano, acondicionadas com muito zelo, envoltas e jornal, numa caixa de sapatos. Uma delas imitava uma casinha de teto avermelhado e paredes prateadas.

   Era uma arvorezinha que montávamos juntos, eu e minha mãe, do tamanho do orçamento da família. O pai funcionário público do IBGE e a mãe professora contratada no município vizinho, Nilópolis. Vinham os algodõezinhos, para imitar neve, resquícios da colonização cultural.

   Ela ficava ao lado do rádio a válvulas, que tinha no último botão à direita um comutador, que emudecia o som das rádios para que, com um plug RCA, a gente conectasse a vitrola.

   Eram discos ainda 78 rpm, rígidos, de uma fase pré long plays de vinil. Cabia música de uma só faixa. Carmem de Bizet era a minha preferida. Cid ensinava, entre outras coisas, o gosto pelo clássico.

   Menos dinheiro não era impedimento, o zelo de Dorcas em enfeitar o Natal com aquela arvorezinha e do pai para encaminhar o menino em todos os bons gostos. Um refinamento naquela humilde família suburbana.

   E não faltava a história bíblica do Natal. Por isso que, em meio a tantos Natais, de ceias humildes, com poucos coquinhos, quebrados num martelinho médio, até hoje guardado, vinham as rabanadas, sempre mais baratas de consumir.

    A meia na janela. A roupinha de Natal. O presentinho do dinheiro contado. Nada de brinquedos Estrela. Mas aquele carro de bombeiros de madeira, com escada magirus que subia de verdade, a pick-up com reboque, feita de "matéria plástica" e a Caravana, com cowboys e indígenas do Wild Old West os parcos recursos alcançaram.

   Com tudo isso, sempre houve Natal. Esse mesmo, o único, registrado nas Escrituras. Sim, passaria despercebido em meio a tanto consumismo, não fosse a advertência de anjos. Ora, mas terá sido histórica essa aparição angelical? Lc 2:

¹³ "E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: ¹⁴ Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem." 

   O que é histórico, no Natal, que não sejam apenas os Natais contabilizados na vida? O Natal aparece nas Escrituras. E o Natal se reproduz a cada vez que alguém crê. A fé produz acesso ao Natal.

⁵ "Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. ⁶ O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. ⁷ Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo." Jo 3.

   A história da fé aponta para o Natal. Jesus nasceu já pobre e rejeitado. Mas esqueça aqui a ideologia. Porque ele nasceu para ricos e pobres. Porque é possível encontrar ricos humildes e pobres soberbos.

   E a cada dia há Natal, quando alguém, como ensinou Jesus a Nicodemos, acolhe pela fé a salvação e se permite nascer, pelo Espírito Santo, batizado na morte e ressurreição de Jesus Cristo.

   Releia esse parágrafo anterior acima deste. Verifique se há Natal em você. Contabilizados os Natais da vida, entenda que novo nascimento em Cristo, pelo poder de Deus, é o objetivo específico da Bíblia.

   Haja Natal em sua vida.

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