Paulo dirige essa carta à igreja de Éfeso. Será muito interessante saber que destino, ao longo dos anos, esse texto teve para os efésios. Terá perdido o valor? Porque decorreram, no nosso caso, muitos anos, séculos, pelo menos 1 milênio. E conserva o mesmo valor.
Podemos comparar o que Paulo fala sobre o amor ao que Jesus falou, nos discursos de Santa Ceia, nos capítulos 13 a 17 do Evangelho de João.
E no caso de Éfeso quando, no Apocalipse, João envia a essa igreja a carta de Jesus, na avaliação dele, há uma séria advertência que diz respeito à ausência de amor:
⁴ "Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. ⁵ Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do lugar dele." Ap 2.
Como Éfeso chegou a esse estágio alarmante? O que contribui, na vida de uma igreja, a fim de que ocorra esse fenômeno? Precisamos saber, para proceder a uma autoanálise, evitando que ocorra, ou já percebendo que ocorre.
A exortação de Jesus assemelha-se ao apelo à conversão. Ora, na verdade, trata-se de uma conversão, um retorno ao amor. Podemos imaginar Éfeso como uma igreja grande, numa cidade grande e, por demais, vaidosa.
Em Atos 19, a expulsão de Paulo da cidade se deu pelo sucesso de sua pregação e ensino, por 2 anos, na Escola de Tirano, porque em massa os efésios abandonavam a idolatria.
Um ourives chamado Demétrio provocou um tumulto, no qual, por 2 h seguidas, uma grande turba gritou "Grande é a Diana dos efésios". E em seu discurso demonstrou como, em toda a Ásia, a cidade era vista e se mantinha ciosa dessa posição.
Era mesmo estratégica essa cidade. Prova disso é estar registrado em Atos que, nesses dois anos em Éfeso, Paulo alcançou toda a Ásia Menor, atual Turquia:
⁸ Durante três meses, Paulo frequentou a sinagoga, onde falava ousadamente, dissertando e persuadindo com respeito ao reino de Deus. ⁹ Visto que alguns deles se mostravam empedernidos e descrentes, falando mal do Caminho diante da multidão, Paulo, apartando-se deles, separou os discípulos, passando a discorrer diariamente na escola de Tirano. ¹⁰ Durou isto por espaço de dois anos, dando ensejo a que todos os habitantes da Ásia ouvissem a palavra do Senhor, tanto judeus como gregos." Atos 19.
E mesmo os sinais e maravilhas operados, em nome de Jesus, por Paulo, foram extraordinários, em vista do costume grego de pôr em destaque seu curandeirismo atribuído aos deuses gregos:
¹¹ "Deus fazia milagres extraordinários por meio de Paulo, ¹² de modo que até lenços e aventais que Paulo usava eram levados e colocados sobre os enfermos. Estes eram curados de suas doenças, e os espíritos malignos saíam deles." Atos19.
Portanto, para uma cidade assim, tão cheia de si e, ainda, pela avaliação feita por Jesus, pela qual transparece o porte dessa igreja, a vaidade que a invadiu, típica da cidade, consta como uma das causas do esfriamento do amor.
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