Oração a favor do rei - Ao mestre de canto. Salmo de Davi
1 O Senhor te
responda no dia da tribulação; o nome do Deus de Jacó te eleve em
segurança. 2 Do seu santuário te envie socorro e desde
Sião te sustenha. 3 Lembre-se de todas as tuas ofertas de
manjares e aceite os teus holocaustos. 4 Conceda-te
segundo o teu coração e realize todos os teus desígnios. 5 Celebraremos
com júbilo a tua vitória e em nome do nosso Deus hastearemos pendões; satisfaça
o Senhor a todos os teus votos. 6 Agora, sei que
o Senhor salva o seu ungido; ele lhe responderá do seu santo céu com
a vitoriosa força de sua destra. 7 Uns confiam em carros,
outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do Senhor,
nosso Deus. 8 Eles se encurvam e caem; nós, porém, nos
levantamos e nos mantemos de pé. 9 Ó Senhor, dá vitória ao
rei; responde-nos, quando clamarmos.
Salmo 20. Oração em favor rei. Os
Salmos Reais, muitas vezes também Messiânicos, associam o rei (o ‘ungido’) a
profecias messiânicas. Como orações, podem ser feitas: (1) em favor do rei, 20, 61 e 72; (2) pelo rei, l18, 28, 63, 101; (3) em ações de graça, 21. Neste salmo
é pedido que (A) Deus seja favorável ao rei (20:1-5), com (B) certeza de
orações atendidas (20:6-9). O rei buscou o Senhor no Seu santuário (20:1-2) e foi
atendido num dia de angústia, porque: (1) suas ofertas eram apresentadas com
sinceridade (20:3); (2) seu coração era sensível à vontade de Deus (20:4); (3)
então haverá festa de louvor pelas vitórias (20:5). Certezas do rei: (1) será
sempre salvo (20:6); (2) confiará sempre no Senhor (20:7); (3) não vacilará com
os que caem (20:8); (4) sempre será atendido quando clamar (20:9).
Neste salmo, há uma dedicação de
votos dirigida, pelo salmista, a seu interlocutor. No decorrer do texto,
percebemos que se trata do ungido que, como se verifica no versículo final,
trata-se do rei. Porém, podemos admitir, na economia do Antigo Testamento,
serem os ungidos um referencial a todos os demais. Seriam marcados, como
derramar de óleo sobre si, por uma vocação de serviço. Fossem os sacerdotes, em
cuja consagração era solene o momento da unção, fossem os reis que, da mesma
forma, recebiam no derramar de óleo sobre a cabeça, à vista de todo o povo, tornava
pública, definitiva e irrefutável sua autoridade. O Salmo 23, quando se refere
ao ungir com óleo a cabeça. Generaliza ser essa unção uma bênção geral
concedida a todos por Deus. No Novo Testamento João afirma, em sua 1ª carta,
que todos os que cremos recebemos a “unção que provém do Santo”, no caso, de e
por meio de Jesus. Uma vez generalizado, o salmista conforta-nos com a certeza
de resposta, da parte de Deus, ainda que haja tribulação. O nome do Senhor nos
elevará em segurança (v. 1). E vai enumerar o que Deus vai realizar: (1) enviar
socorro e suster (v. 2); (2) aceitar-nos, tipificado nas ofertas feitas (v. 3);
(3) conceder e realizar os sábios desígnios (v. 4). E há nisso tanta garantia,
que o salmista já antecipa a celebração de gratidão (v. 5). Para logo
conduzir-nos a uma lição aprendida, que permanece, devendo ser aplicada e divulgada
(v. 6). E este ungido será qualquer ungido, sendo que, caso se pense aqui nos líderes
do povo, é certo que têm o dever de ser modelo de fé para todo o povo, além de
lhes servir, como mandado de Deus. Não será uma unção que represente elevação
de grau, acima dos demais, como normalmente se ambiciona ou, de modo errado,
interpreta-se, mas para ser modelo de serviço, em nome do Senhor. Foi o sentido
que Salomão, em sua oração, pediu ao Senhor mas que, com a continuidade de sua
prática, não honrou essa autoridade recebida. É para honrar essa unção que o
salmista adverte que Deus vai responder ao ungido pelo vigor de Sua própria
destra. O versículo seguinte (v. 7-8) ensina que a preocupação do rei nunca
deve ser na quantidade de soldados, montarias ou no aparato de seus veículos de
guerra, e logo diz por quê, porque caem prostrados. Somente Deus mantém de pé,
porque responde ao clamor e concede vitória.
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