quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Salmo 20

 Oração a favor do rei - Ao mestre de canto. Salmo de Davi

O Senhor te responda no dia da tribulação; o nome do Deus de Jacó te eleve em segurança. Do seu santuário te envie socorro e desde Sião te sustenha. Lembre-se de todas as tuas ofertas de manjares e aceite os teus holocaustos. Conceda-te segundo o teu coração e realize todos os teus desígnios. Celebraremos com júbilo a tua vitória e em nome do nosso Deus hastearemos pendões; satisfaça o Senhor a todos os teus votos. Agora, sei que o Senhor salva o seu ungido; ele lhe responderá do seu santo céu com a vitoriosa força de sua destra. Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do Senhor, nosso Deus. Eles se encurvam e caem; nós, porém, nos levantamos e nos mantemos de pé. Ó Senhor, dá vitória ao rei; responde-nos, quando clamarmos.

Salmo 20. Oração em favor rei. Os Salmos Reais, muitas vezes também Messiânicos, associam o rei (o ‘ungido’) a profecias messiânicas. Como orações, podem ser feitas: (1) em favor do rei, 20, 61 e 72; (2) pelo rei, l18, 28, 63, 101; (3) em ações de graça, 21. Neste salmo é pedido que (A) Deus seja favorável ao rei (20:1-5), com (B) certeza de orações atendidas (20:6-9). O rei buscou o Senhor no Seu santuário (20:1-2) e foi atendido num dia de angústia, porque: (1) suas ofertas eram apresentadas com sinceridade (20:3); (2) seu coração era sensível à vontade de Deus (20:4); (3) então haverá festa de louvor pelas vitórias (20:5). Certezas do rei: (1) será sempre salvo (20:6); (2) confiará sempre no Senhor (20:7); (3) não vacilará com os que caem (20:8); (4) sempre será atendido quando clamar (20:9).   

Neste salmo, há uma dedicação de votos dirigida, pelo salmista, a seu interlocutor. No decorrer do texto, percebemos que se trata do ungido que, como se verifica no versículo final, trata-se do rei. Porém, podemos admitir, na economia do Antigo Testamento, serem os ungidos um referencial a todos os demais. Seriam marcados, como derramar de óleo sobre si, por uma vocação de serviço. Fossem os sacerdotes, em cuja consagração era solene o momento da unção, fossem os reis que, da mesma forma, recebiam no derramar de óleo sobre a cabeça, à vista de todo o povo, tornava pública, definitiva e irrefutável sua autoridade. O Salmo 23, quando se refere ao ungir com óleo a cabeça. Generaliza ser essa unção uma bênção geral concedida a todos por Deus. No Novo Testamento João afirma, em sua 1ª carta, que todos os que cremos recebemos a “unção que provém do Santo”, no caso, de e por meio de Jesus. Uma vez generalizado, o salmista conforta-nos com a certeza de resposta, da parte de Deus, ainda que haja tribulação. O nome do Senhor nos elevará em segurança (v. 1). E vai enumerar o que Deus vai realizar: (1) enviar socorro e suster (v. 2); (2) aceitar-nos, tipificado nas ofertas feitas (v. 3); (3) conceder e realizar os sábios desígnios (v. 4). E há nisso tanta garantia, que o salmista já antecipa a celebração de gratidão (v. 5). Para logo conduzir-nos a uma lição aprendida, que permanece, devendo ser aplicada e divulgada (v. 6). E este ungido será qualquer ungido, sendo que, caso se pense aqui nos líderes do povo, é certo que têm o dever de ser modelo de fé para todo o povo, além de lhes servir, como mandado de Deus. Não será uma unção que represente elevação de grau, acima dos demais, como normalmente se ambiciona ou, de modo errado, interpreta-se, mas para ser modelo de serviço, em nome do Senhor. Foi o sentido que Salomão, em sua oração, pediu ao Senhor mas que, com a continuidade de sua prática, não honrou essa autoridade recebida. É para honrar essa unção que o salmista adverte que Deus vai responder ao ungido pelo vigor de Sua própria destra. O versículo seguinte (v. 7-8) ensina que a preocupação do rei nunca deve ser na quantidade de soldados, montarias ou no aparato de seus veículos de guerra, e logo diz por quê, porque caem prostrados. Somente Deus mantém de pé, porque responde ao clamor e concede vitória.

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