segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

 Tende em vós o mesmo sentimento.

     Bobagem. Má fé ou má informação de alguns. A gente, que lida com o texto bíblico, identificando nele valores, aqui e ali deleitando-se com suas histórias, evidentemente bem entendidas, é claro, se aborrece quando ouve besteiras sobre o texto.

    Alguns versículos da Bíblia podem ser considerados como síntese do livro todo. E também como teste, para identificar os mal ou bem intencionados sobre a mensagem do livro, como um todo.

    Esse de Filipenses é um caso: "Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus". Tomado como sua personagem essencial, Cristo, o apóstolo sugere que Ele seja protótipo de um sentimento original que somente nEle existe.

  Pura pretensão. O quê? Que só em Cristo exista esse sentimento? Ou que seja possível transferi-lo aos demais mortais? Ou as duas coisas?

  Ser cristão ou aproveitar o Livro, se é que se torna possível esse proveito, é ter em si esse sentimento. Ter em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus é a síntese do livro. Síntese da missão de Cristo, síntese do que é ser cristão.

   Controle de qualidade do livro, sua finalidade e utilidade, e da possibilidade de lhe valer a mensagem que proclama. Prova final é saber dessa possibilidade, de ter em si esse sentimento.

   O que é sentimento? Que sentimento é esse? E da possibilidade de termos em nós? Será necessário deslumbrar-se com a personalidade de Cristo, tentar enxergar o mundo, principalmente os outros, incluída a oportunidade dessa breve vida, pela ótica do Mestre.

   Esse exercício requer mais do que somente reflexão, será necessária comunhão. A Bíblia prescreve essa natureza de comunhão, estabelecendo uma conversão radical a Deus, do mesmo modelo de relação que Cristo teve com Ele, a quem chamava Pai.

   No caso de Cristo, a filiação é autêntica, no nosso caso, baseia-se nessa conversão, que significa morte e ressurreição da própria personalidade, somente assim, nessa ressurreição, o sentimento tem chance de passar a ser natural em nós.

   Esse tipo de morte é mais radical em relação à morte física, determinista e irredutível. Sem alternativa. Assim como não há como escapar da morte física, é melhor experimentar essa outra. A existência somente tem essa opção: é melhor escolher uma como antídoto da outra.

   Igual a semente. O sentimento só brota se houver morte. Caso não ocorra, ele não surge, nem artificialmente.

Um comentário:

  1. Muito bom! Não pude assistir a mensagem no domingo mas amei poder ler e refletir sobre ela agora.

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