sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Pastor André Limão: nosso acampante

   Um desses cantores que temos, um deles certa vez escreveu, "a gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda-viva e carrega o destino pra lá".

   Há cerca de 40 anos. Eu um pouco à frente de meus 20 anos. A roda-viva que me carregava tinha a ver com a opção pelo Seminário. Então, chamavam-me, eu sem jeito de rejeitar, um "seminarista".

   Então meu contexto eram as coisas de igreja. Gingava a roda por esse contexto. Eu muito apreciava. Não que já desse ou compreendesse o grau completo de importância que representa.

   Para quem tenta ser sincero e coerente, nesse contexto de igreja, tudo é sempre maior e há uma bruta sede de levar bem a sério, ser criterioso, reconhecer que a principal escoha é Deus quem faz.

  E havia um contexto onde tudo isso era posto num entrechoque que se desejava ser como num viveiro, como numa sementeira, onde esse grau de importância e seriedade fosse compartilhado. Coisas de Deus, coisas da Bíblia.

   Lembro de obreiras da APEC. Para quem não sabe, Aliança para a Evangelização de Crianças. Darlene e Geórgia. A gente chegava antes à Pedra de Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro.

   Éramos a equipe do Acampamento Ebenézer. Acreditávamos muito naquilo. Elas também. Isabel Rocha de Carvalho, acho até que hoje tem uma troca de sobrenome, era a líder.

   As obreiras nos treinavam. Davam instruções detalhadas. Toda uma agenda de atividades, que incluía cada minuto, dias da semana, todos, turnos de atividades diárias, história bíblica das manhãs, culto com história missionária à noite, temática das devocionais dos momentos de oração, entre café da manhã e capela.

   Enfim, nem havia GPS, celular, nada digital, acho que nem analógico, porque esse termo, é lógico, não existia, tudo na ponta do lápis, cronológico. Um grupão de crianças. Eram elas, depois adolescentes e então os jovens. Comecei em 1969 ou 70, como acampante, década de 80, como equipante.

   Primeiro acampante, depois equipante, também, uma dessas crianças, depois adolescente, mais tarde jovem foi André Limão. Um entre os que acreditaram em tudo. Internalizou, tomou como seu, assumiu, decidiu por ser pastor.

   Quem não faz isso leviano, como ele não fez, quem toma a sério, entende a dimensão da coisa. Eu até acho que aquela turma daquela equipe daquele tempo acreditava naquilo tudo e queria que aqueles acampantes assim o fizessem.

   Era uma maneira de focar igreja. Um modo de pôr Bíblia em destaque. Era um empurrão. Pela lei de inércia, a gente queria que aquela criançada adquirisse autonomia, para seguir por si, como aquelas obreiras, por exemplo, decidiram ser, todo o tempo e por toda a vida.

   Éramos equipe. Uma espécie de cobaias. Assim também treinando. Tomando como nosso, esforçando-nos por nos fazer entender, criando situações, como num laboratório, para provocar testes e tato com as Escrituras.

  Lembrei do Dinho, em Mairiporã, em 1981, quem viveu, sabe, que dizia: "Num acampamento, tudo o que acontece faz parte". É uma roda-viva.

    Dela saem muitos, por ela passam ou passaram muitos, não é que queiram no destino mandar, mas na roda-viva da vida viver sua vocação assumida.

  E quando entendem, diante dela, diante de Deus, diante da Escrituras, esse peso, pode ser que até tentem fugir, como eu, que fui incompetente de conseguir, mas Deus persegue, como foi com Jonas, até pôr na rota que Ele quer.

   Aliás, Jonas foi uma dessas histórias, sim, a primeira delas, até, numa das manhãs de 19 de agosto. Profeta fujão, a quem Deus queria ensinar a lição à qual Ele mais se dedica, que é a do amor.

  André Felipe Limão, doce a sua memória, a sua dedicação, a sua coragem em assumir, incluída essa sua mais recente história de luta. Você é vencedor.

   Nosso acampante, um dia. Nosso orgulho, permita-nos dizer. Louvor todo a Deus. Que venha consolo, a sua família e igreja, junto com a gratidão ao Senhor, por sua vida e por todos os que, nesta fase mais recente, ajudaram todos vocês.


sábado, 20 de janeiro de 2024

Marcas de uma geração 4 - Josué e sua vocação

 "Sucedeu, depois da morte de Moisés, servo do Senhor, que este falou a Josué, filho de Num, servidor de Moisés, dizendo: ² Moisés, meu servo, é morto; dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. ³ Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moisés. ⁴ Desde o deserto e o Líbano até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus e até ao mar Grande para o poente do sol será o vosso limite. ⁵ Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei. ⁶ Sê forte e corajoso, porque tu farás este povo herdar a terra que, sob juramento, prometi dar a seus pais. ⁷ Tão somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares. ⁸ Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido. ⁹ Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares." Josué 1.

   Sucedeu. E nessa sucessão, havia Josué. A pergunta é se, quantos ou quanto custa ser como Josué. E se é possível, com isso, tornar diferente toda uma geração.

   Aqui lembramos as palavras de Lameque, com relação à expectativa do filho, que nascia, no contexto de uma geração que ele próprio via como maldita:

²⁸ "Lameque viveu cento e oitenta e dois anos e gerou um filho; ²⁹ pôs-lhe o nome de Noé, dizendo: Este nos consolará dos nossos trabalhos e das fadigas de nossas mãos, nesta terra que o Senhor amaldiçoou." Gênesis 5.

   Adiante, esboça-se o caráter do filho, já crescido e referido no texto: ⁷ "Disse o Senhor: Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito. ⁸ Porém Noé achou graça diante do Senhor. ⁹ Eis a história de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus. ¹⁰ Gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé." Gênesis 6.

   Noé, pela graça que achou diante de Deus, era homem justo e íntegro entre os de sua geração. Pedro anota sobre ele: ⁵ "...e não poupou o mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas, quando fez vir o dilúvio sobre o mundo de ímpios". 2 Pedro 2.

   Noé manteve sua marca de personalidade. A ele não deram ouvidos. Foi a vós dr Deus em seu tempo. E em nossos tempos, como Jesus indicou, será semelhante àqueles dias.

  Josué apresenta essa mesma marca de caráter e relação com Deus. Reúne as características de ser: (1) servidor de Moisés - habilita-o em humildade, experiência e instrução; (2) dispor-se - prontidão em atender ao chamado de Deus e autoridade da investidura; (3) serei contigo - como foi com Moisés, Deus será com Josué.

   Deus lhe faz recomendações diretas, afeitas a sua personalidade, assim como à tarefa que vai empreender, dirigido por Deus: (4) ser forte e corajoso - já havia demonstrado, mas era necessário reforçar; (5) força e coragem incluía cumprir a lei de Moisés, sem desvios - essa era a prioridade.

   E as recomendações incluem: (6) meditar e falar do livro, tendo o cuidado de fazer tudo e como nele está escrito - será incondicionalmente bem-sucedido. Não no padrão das expectativas humanas, mas segundo os propósitos de Deus.

   A vida de Josué tipifica o resultado de se buscar, na palavra de Deus, a direção ampla para tudo na vida. Com reflexão inteligente, compreensão, prática e testemunho. Assim o fez durante toda a sua vida. E ao final dela, propõem como modelo de conduta:  ⁶ "Esforçai-vos, pois, muito para guardardes e cumprirdes tudo quanto está escrito no Livro da Lei de Moisés, para que dela não vos aparteis, nem para a direita nem para a esquerda". Josué 23.

    Para Josué, vale o que Tiago acrescenta em sua espisotola: ²¹ "Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma. ²² Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. ²³ Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; ²⁴ pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. ²⁵ Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar." Tiago 1.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Pra ver, até quem passa correndo - Série 5

29. Filipenses 5: https://youtu.be/qWI80_mSjUQ?si=nxl8My9tM-TxhR_R

30. Filipenses 6: https://youtu.be/uXGZxCeWqhw?si=V7rJwKmNnhXQ9hSh 

31. Filipenses 7: https://youtu.be/Exx7csqgHHU?si=kw1S0SjY_IS9MDmr

32. Jonas 1: https://youtu.be/1eUBDH2y-68?si=qCnPZix_dghOlmBn

33. Jonas 2: https://youtu.be/Gbq2_pWPJY0?si=APq2WpzjKXjVpa1X

34. Jonas 3: https://youtu.be/uCzg4jC277g?si=Vmjkcpp2fWyZfiEO

35. Romanos: https://youtu.be/r_tHAmW8Tl8?si=w1-l-JKyRUBvI1eW

Pra ver,até quem passa correndo - Série 4

22. Igreja 1: https://youtu.be/Ijsz-74Ks6U?si=BFfHIb40oSTmKLK5

23. Igreja 2: https://youtu.be/1OMt2FkhEpI?si=CtyZiGfXYYnzquAt

24. Igreja - Final: https://youtu.be/wH7SVpHbYGY?si=1c7d4vTl17VKG15U

25. Filipenses 1: https://youtu.be/RH0imf3JBCY?si=qhE4UuUiOyOUHxdG

26. Filipenses 2: https://youtu.be/rZO3lAtPRJA?si=qmDLQ3bdLiHdjtlP

27. Filipenses 3: https://youtu.be/5umswVF4SlE?si=iCdBeZNDo2qRmxsi

28. Filipenses 4: https://youtu.be/TwHM9X-UeYU?si=ekEkrRF04bIeQ0Fp

Pra ver, até quem passa correndo - Série 3

 15. O politicamente correto e a Bíblia: https://youtu.be/1TPxIkyvYro?si=dZVEAguulv3wH9ME

16. Revelação no pleno conhecimento de Deus: https://youtu.be/nkbsx-CIeLU?si=5YzZl27a4qSoiRY2

17. Verdadeiro adorador: https://youtu.be/zoXE0sOEc9I?si=7xp7Ga7rZCoA8UXq

18. O pecado é a Bíblia 1: https://youtu.be/9xj4yLj2rjc?si=7HMAGjVv4Ly-C-cF

19. O pecado e a Bíblia - 7 definições - 2: https://youtu.be/xK0W3ysVzpA?si=eOKPX2hP9Pufko7r

20. O pecado e a Bíblia - 7 definições - Final: https://youtu.be/RBgnyQOycrc?si=1fVIe363saBF_1dS

21. Igreja 1: https://youtu.be/Ijsz-74Ks6U?si=BFfHIb40oSTmKLK5


Pra ver, até quem passa correndo - Série 2

 8. Jesus é a fama do profeta: https://youtu.be/x-Dd8HmhZyA?si=QEOdKag3QXp8OO_v

9. Onde ver a glória do Senhor? https://youtu.be/3MaFEK8PZ-0?si=wCFNkn8LtuHyHnES 

10. Vamos à casa do Senhor? https://youtu.be/ip18fRcLtJ0?si=aVp98B3-Xg2D-T0c

11. Jogo de versões: https://youtu.be/_5w122_XmkQ?si=f6U0oflOmNUTU0nw

12. Eva e seus filhos: https://youtu.be/-Rk9N18jSxo?si=DalPe1CqGh6-0Plo

13. Haverá fé na terra? https://youtu.be/1fWRFSmAT7g?si=3ygRHzelMISDiFxH

14. Uma nova reforma: https://youtu.be/J0KckCazq6k?si=ZWMbzo8C8Ex9rHgK

 


Pra ver, até quem passa correndo - Série 1

 Marcio, de Cascadura, congregacional incerto, hoje pastor batista, publicava vídeos de Pare e Pense, a respeito de temas que conduziam à reflexão sobre o evangelho de Jesus.

   Sugeriu que eu pudesse fazer algo parecido. Então, iniciei uma série de pequenos vídeos, transmitidos por WhatsApp, Pra ver, até quem passa correndo.

   Baseei-me na sugestão dada por Deus ao profeta Habacuque, que pusesse numa tabuleta, em letras do marketing da época, um out door com essa advertência: "o justo viverá por fé".

   Vários vídeos, que seguem, aqui, elencados:

1. O n⁰ 1 de Pra ver, até quem passa correndo: Uma oração ao Deus da minha vida:

2. O medo no seu devido lugar:

3. O Dia das Mães é o dilema de uma pandemia:

4. Ah, sim: Habacuque

5. Salmo 23

6. Quem é o homem?

7. Forma de piedade, mas negação do poder

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Marcas de uma geração 3 - Josué e sua habilitação

 ⁸ Disse o Senhor a Moisés: Toma Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e impõe-lhe as mãos; ¹⁹ apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação; e dá-lhe, à vista deles, as tuas ordens. ²⁰ Põe sobre ele da tua autoridade, para que lhe obedeça toda a congregação dos filhos de Israel. ²¹ Apresentar-se-á perante Eleazar, o sacerdote, o qual por ele consultará, segundo o juízo do Urim, perante o Senhor; segundo a sua palavra, sairão e, segundo a sua palavra, entrarão, ele, e todos os filhos de Israel com ele, e toda a congregação. ²² Fez Moisés como lhe ordenara o Senhor, porque tomou a Josué e apresentou-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação; ²³ e lhe impôs as mãos e lhe deu as suas ordens, como o Senhor falara por intermédio de Moisés." Números 27.

   Esta foi a resposta de Deus à oração de Moisés. Sem dúvida, por sua própria experiência, como líder do povo desde o Egito, não divisasse outro perfil, senão o de Josué para que o substituísse.

   Mas o lugar deveria ser ocupado não semente por escolha humana. Para que, por exemplo, o risco da vaidade pessoal não assaltasse a personalidade de Josué. Não se tratava se simulação, mas de confirmação.

   E quem enumera as características desse modelo de personalidade e liderança é o próprio Deus: (1) nominalmente Josué - todo o chamado e a especificidade dele pertence ao Senhor; (2) homem em quem há o Espírito - nenhuma qualificação se sobrepõe a essa; (3) impõe-lhe as mãos - não é formalidade, mas investidura, assunção pública, diante de Deus, de um compromisso;

    (4) apresentar diante de Eleazar e toda a congregação - vai responder perante Deus, perante a congregação e reconhecer que também é liderado; (5) dá-lhe ordens à vista deles - recebe ordens, a congregação se compromete em obedecer e respondem, perante Deus e a congregação, líder e liderados; (6) põe sobre ele tua autoridade e lhe obedeça toda a congregação - obediência a Deus por autoridade reconhecida e autenticada; (7) segundo a sua palavra - busca conjunta, entre líderes e liderados, pela palavra de Deus.

    Quando se menciona teocracia, na Bíblia, é necessário a leitura acertada do Livro. Porque há nelas exemplos de usurpação, por parte se líderes e/ou liderados, da legítima orientação que procede de Deus.

   E quando se menciona palavra de Deus, é para que seja e para que chegue sem ruído, ou seja, sem mal-entendidos. Deus e sua palavra são indissociáveis. O autor de Hebreus indica que ela sempre chega clara e lúcida, mas pode não ser acompanhada por fé em quem ouve:

² "Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram." Hebreus 4.

   Portanto, a palavra de Deus sempre foi apresentada ao homem como voluntária. Pergunta-se sa razão de não ser audível, como foi no Éden ou como sugerem vários textos do Antigo Testamento.

   Argumentam que seria, então, muito mais óbvia e suscetível à fé. Pura leniência. Voz audível de Deus, fala direta ou indireta, comprovadamente autêntica, não induz mais nem menos fé.

   Porque a disposição por atender está (ou não está) no homem ou mulher. Deve vir acompanhada por fé em quem ouve. Mantém o grau de autoridade e temor requerido no lidar com Deus. Somos feitos, por ele, a Sua imagem e semelhança, e não que o tenhamos criado a nossa própria imagem.

   Sim, Deus se fez homem. Proximidade maior não há. Mas somos decaídos. Não podemos reduzir Deus à nossa condição depravada. E ainda bem intencionados, criamos um deus ídolo, muitas vezes decorado artesanalmente com os nossos retoques.

    Precisamos atentar para a Sua revelação. O modo como a nós se apresenta. Conosco mantém comunhão. Restaura-nos, mais do que isso, regenera-nos. Temor é tremor, como diz Paulo apóstolo, assim devemos desenvolver a sala voar que Ele nos outorga.

⁷ "Chamou Moisés a Josué e lhe disse na presença de todo o Israel: Sê forte e corajoso; porque, com este povo, entrarás na terra que o Senhor, sob juramento, prometeu dar a teus pais; e tu os farás herdá-la. ⁸ O Senhor é quem vai adiante de ti; ele será contigo, não te deixará, nem te desamparará; não temas, nem te atemorizes." Deuteronômio 31.

Marcas de uma geração 2 - Josué forjado em crises

   Vamos encontrar Josué adiante, noutro momento de crise similar a este. Sem contar que, em todas as crises e situações pelo deserto que, nas narrativas de Números, transparecem para nós como "estações de rebeldia", para o profeta Oseias foram "falar ao coração", como num namoro no deserto:

¹⁴ "Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração." Oséias 2,14.

   Pois desta vez, Deus envia os espias, selecionados a dedo, eles cumprem sua tarefa meticulosamente, mas retornam com uma avaliação dúbia, ou seja, avaliam a terra como positiva, em todos os aspectos, mas no essencial, no que carece de fé, da dependência e confiança na providência de Deus, os 10 falham.

   Somente Josué e Calebe, pelos critérios da fé, concordam que a chance era aquela que se havia configurado. Primeiro, a fala de Calebe:  ³⁰ "Então Calebe fez o povo calar-se perante Moisés e disse: "Subamos e tomemos posse da terra. É certo que venceremos!" Nm 13.

    Então, após reafirmarem que seriam totalmente submetidos pelos inimigos, Josué e Calebe insistem, dizendo:

⁶ Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, dentre os que haviam observado a terra, rasgaram as suas vestes ⁷ e disseram a toda a comunidade dos israelitas: "A terra que percorremos em missão de reconhecimento é excelente. ⁸ Se o Senhor se agradar de nós, ele nos fará entrar nessa terra, onde há leite e mel com fartura, e a dará a nós. ⁹ Somente não sejam rebeldes contra o Senhor. E não tenham medo do povo da terra, porque nós os devoraremos como se fossem pão. A proteção deles se foi, mas o Senhor está conosco. Não tenham medo deles!" Nm 14.

   Mais uma experiência marcante para quem, dentre o povo, tinha Josué e Calebe por modelo. Infelizmente a maioria prevaricou. Essa crise vai gerar a decisão de Deus em manter toda aquela geração no deserto. As crianças que, eles diziam, seriam vítimas dos moradores da terra, ironicamente seriam as que nela entrariam e a conquistariam.

    Ao longo desses anos, testemunha próxima de todas as outras crises, ainda que não haja menção de seu nome, porque sua proximidade com Moisés atesta isso, o perfil e caráter de Josué, cada vez mais, vai estar moldado para ser um substituto à altura de Moisés.

   Em duas ocasiões, antes mesmo da declarada vocação de Josué, estão expressas suas qualificações para ocupar a liderança do povo, em lugar de Moisés. Este, percebendo a carência em ser substituído, ao mesmo tempo que conhecia o caráter de Josué, orou ao Senhor:

¹⁵ Então, disse Moisés ao Senhor: ¹⁶ O Senhor, autor e conservador de toda vida, ponha um homem sobre esta congregação ¹⁷ que saia adiante deles, e que entre adiante deles, e que os faça sair, e que os faça entrar, para que a congregação do Senhor não seja como ovelhas que não têm pastor." Números 27.

   Na oração de Moisés seguem especificadas as qualificações esperadas: (1) seguro em sua liderança: "os faça sair e entrar", (2) que seja como um pastor. Autoavaliando-se, certamente, Moisés refletia sobre o perfil dessa liderança.

   Força espiritual, principalmente, e não somente carisma de liderança. Pelo que Josué vivenciou, desde os arroubos da tentativa de seu linchamento, com Calebe, reconhecia a responsabilidade que haveria de enfrentar.

   Porém Moisés, em sua oração, não segue obviedades, mas pede a Deus confirmação. Isso haveria de dar respaldo à escolha, e conferir a Josué o arcabouço de humildade, diante de Deus, e a confirmação de sua vocação.

O vago e o especifico

 

¹ "Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? ² O meu socorro vem do Senhor,  que fez o céu e a terra." Sl 121.

   Elevar olhos, enxergar montes e pensar num socorro, é vago. Agora, dizer que vem do Senhor, cuja marca de autoria está, entre outras marcas, nos montes, é bem específico.

  Embora há quem pense o contrário, dizendo que os montes estão aí, há milênios, quiçá milhões de anos. Mas Deus, quem sabe?

  Em contrapartida, há quem veja os montes e, especificamente, remeta-se ao Criador deles. Sim, é certo, que Se lHe descubram o método.

   Camadas e camadas de enrijecimento, ajustes em acomodações de placas tectônicas, terminologia que o valha, verrugas gigantes, Everest brotando acima do solo. Depois, como acabamento, jardins.

   Expessa cobertura de muito verde. Por toda a volta. Densa. Para que, quando a chuva caia, derrame-se, poeticamente, à volta, no entorno, entornando. E veios de água surjam, esgueirando-se por entre pedras.

¹⁰ "Tu, que nos vales fazes rebentar nascentes que correm entre os montes." Sl 104.

   Ouça-se esse som. Quando vier o vento, sussurre manso, caso recrudesça, não assuste. Contraia-se dentro de uma capa. Olhe de novo para os montes.

   O tempo vai virar.

    E o socorro? Vem do Senhor. Que tipo de socorro? Ainda está vago(?) Todo socorro. Porque Sua voz sussura como faz o vento. Se ela recrudescer, contraia-se de novo. Porque é voz de Pai.

   Qualquer socorro. Todo o socorro. Poeticamente, como diz o salmista. Específico. Da parte do autor dos céus e da terra.

    Qualquer que seja o socorro. Qualquer que seja a situação. Erga os olhos para os montes. Específico.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Marcas de uma geração 1 - Josué forjado como servidor

 ⁶ "Havendo Josué despedido o povo, foram-se os filhos de Israel, cada um à sua herança, para possuírem a terra. ⁷ Serviu o povo ao Senhor todos os dias de Josué e todos os dias dos anciãos que ainda sobreviveram por muito tempo depois de Josué e que viram todas as grandes obras feitas pelo Senhor a Israel. ⁸ Faleceu Josué, filho de Num, servo do Senhor, com a idade de cento e dez anos; ⁹ sepultaram-no no limite da sua herança, em Timnate-Heres, na região montanhosa de Efraim, ao norte do monte Gaás. ¹⁰ Foi também congregada a seus pais toda aquela geração; e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco as obras que fizera a Israel. ¹¹ Então, fizeram os filhos de Israel o que era mau perante o Senhor; pois serviram aos baalins. ¹² Deixaram o Senhor, Deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses das gentes que havia ao redor deles, e os adoraram, e provocaram o Senhor à ira." Juízes 2.

   Que geração herdamos? Que geração somos? Que geração daremos como herança a nossos filhos? Qual será a nossa marca?  Eventualmente, haverá continuadores de bons frutos? Ou será sistemático o afastamento dos propósitos de Deus?

   Josué marcou sua geração. Não foi somente um líder político e militar. Foi um líder também espiritual. Teve uma marca de caráter indiscutível.

     Quando, no seu discurso final, coloca toda a sua família como exemplo, diante de um povo especialista em murmuração, não houve nenhuma crítica como retorno.

   ¹⁴ "Agora, pois, temei ao Senhor e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao Senhor. ¹⁵ Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor." Josué 24.

    Josué é servidor de Moisés. Antes mesmo que, em sua vocação, quando herdou a liderança do povo, preparado que foi durante os 40 anos de peregrinação, forjado na escola do deserto, já demonstrara coragem no episódio dos 12 espias.

⁶ "E Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, dentre os que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes ⁷ e falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muitíssimo boa. ⁸ Se o Senhor se agradar de nós, então, nos fará entrar nessa terra e no-la dará, terra que mana leite e mel. ⁹ Tão somente não sejais rebeldes contra o Senhor e não temais o povo dessa terra, porquanto, como pão, os podemos devorar; retirou-se deles o seu amparo; o Senhor é conosco; não os temais." Nm 14.

    Essa marca seguiu com ele e com Calebe. Somente não foram mortos, linchados pela flagrante desobediência da congregação, porque a manifestação da glória de Deus interveio: ¹⁰ "Apesar disso, toda a congregação disse que os apedrejassem; porém a glória do Senhor apareceu na tenda da congregação a todos os filhos de Israel."  Nm 14. Daí, colou-se a Moisés.

   Na subida do Horebe, em Sinai, no preparo da solenidade da aliança, Josué tudo acompanhou. Ainda que não tão perto quanto Moisés, mas a cada passo assimilava, ao lado de Moisés, toda a experiência deste com o Altíssimo.

¹² "Então, disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim, ao monte, e fica lá; dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que escrevi, para os ensinares. ¹³ Levantou-se Moisés com Josué, seu servidor; e, subindo Moisés ao monte de Deus, ¹⁴ disse aos anciãos: Esperai-nos aqui até que voltemos a vós outros. Eis que Arão e Hur ficam convosco; quem tiver alguma questão se chegará a eles. ¹⁵ Tendo Moisés subido, uma nuvem cobriu o monte." Ex 24.

   Nessa altura, nesse capítulo do Êxodo, será narrada a aliança do Sinai, na qual Deus estabelece, com o povo de Israel, seu propósito a longo curso. Foi por isso que foram libertos do Egito e será para isso que serão vocacionados.

     O livro de Deuteronômio vai detalhar, nos discursos de despedida de Moisés, as condições, privilégios, responsabilidades e disciplina, caso haja desvio dessa aliança.

   ⁵ "Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; ⁶ vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel." Êxodo 19.

   E o começo do desatino do povo de Israel se dará, muito não será preciso, exatamente no contexto dessas idas e vindas, subidas e descidas ao Sinai, diante de Deus, quando ele, didaticamente, previne e exorta o povo a que se mantenha fiel.

   A demora de Moisés, segundo a mentalidade torta do povo e cumplicidade obtusa de Arão, levou ao maior desatino e desafio à misericórdia e paciência de Deus. Josué estava perto, próximo e junto a Moisés todo esse tempo.

    ¹⁷ "Quando Josué ouviu o barulho do povo gritando, disse a Moisés: "Há barulho de guerra no acampamento. ¹⁸ Respondeu-lhe Moisés: Não é alarido dos vencedores nem alarido dos vencidos, mas alarido dos que cantam é o que ouço." Êxodo 32.

   O desencadeamento dessa crise conduzirá Moisés a espatifar as tábuas da lei ao pé do monte e, diante do culto espúrio ao bezerro de oiro, convocar a tribo de Levi, ordenando que, em meio ao desatino e orgia praticados, sua tribo tomasse da espada e matasse, somente assim, até que o tino retornasse ao povo.

   Caíram três mil israelitas. Deus convocou Moisés, dizendo que não mais seguiria, com toda a intimidade, no meio do povo. Mas enviaria um SuperAnjo com eles. Daí, a clássica reposta de Moisés que, a um só tempo, habilita-o como amadurecido, no trato com Deus, como corresponde ao que Deus esperava, como reação, nesse momento de profunda provação.

¹⁵ "Então, lhe disse Moisés: Se a tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar. ¹⁶ Pois como se há de saber que achamos graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Não é, porventura, em andares conosco, de maneira que somos separados, eu e o teu povo, de todos os povos da terra?" Êxodo 33.

   Se avaliamos em conjunto a afirmação de Deus, a respeito da vocação de Israel, com essa reação de Moisés, podemos deduzir, a respeito do propósito de Deus, sua vontade explícita para Israel, ao mesmo tempo que sua expectativa.

    Para Israel, Deus queria: (1) que ouvissem diligentemente Sua voz, guardando com Deus a aliança; (2) seriam de Deus propriedade peculiar entre todos os povos; (3) Deus teria para eles ser sacerdócio, a outros povos e nação santa.

   E, pela fala de Moisés, outro traço distintivo, fundamental para a identidade de Israel como nação, é dizer: (1) é vital que a presença do Senhor siga com o povo; (2) ela denuncia a graça de Deus presente; (3) o andar e presença de Deus indicam a identidade de Israel.

    Josué vivenciou, como discípulo e servidor de Moisés todos esses conflitos. Ainda que seu nome tenha sido pouco mencionado, sua reação é a exortação de Moisés, em Ex 32,17-18, demonstram a proximidade que mantinham entre si.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Congregação do Manoel Julião, Rio Branco, AC

 Nosso chamado para o Acre se deu após a visita a esse campo missionário, em agosto de 1993. Acompanhávamos a vida do casal Nelson e Josilene Rosa naquela capital, Rio Branco, convidados pelo saudoso Pr Antônio Limeira Neto, desde 1984.

   Chegamos em janeiro de 1995 e pastoreamos o campo, nos anos 1995-1196, dirigimos a congregação da Isaura Parente, 1997-1998, e ficamos como pastor da igreja emancipada, de 1998 a 2008.

    Nesse ano, planejamos iniciar uma igreja no bairro onde residíamos, porque era uma experiência que nunca havíamos enfrentado. Conversamos, minha esposa Regina e eu, e decidimos iniciar na varanda de nossa casa.

Indício na varanda de nossa casa. 
com a histórica foto do grupo inciante.

   Havia um grupo inicial de umas 10 pessoas e, com a chegada de outros irmãos, incluídos amigos e familiares dos fundadores, desafiamos aqueles irmãos a começar um ministério específico com  crianças. Iniciamos em março de 2008.

Atividades: CASAI - Casa do Índio.
Seminário Kerigma: formamos 4 turmas
entre 1998-2004. Instituto Ecumênico: centro
estadual de diálogo inter-religioso.

    A ideia era adquirir uma chácara, que pudéssemos usar como acampamento de verão, mas que fosse dirigida não somente aos filhos de crentes, mas a crianças carentes.

Almoço pela compra da chácara

   Então começamos a procurar um terreno desse porte, além de economizar e fazer campanhas, por meio de bazares e almoços. Mas não ficamos parados. Durante os anos de 2008, quando iniciamos nossa atividade, até 2010, ocupamos a Creche Mi e Bino, no bairro Mocinha Magalhães.

Ministério iniciado no bairro Mocinha Magalhães
na  Creche Mi e Bino

   Ali dirigimos escolas dominicais, nos domingos pela manhã, realizamos passeios, cursos de artes marciais e bazares para os moradores do bairro.

Aulas de artes marciais com a irmã Lucia

   E no ano de 2010 adquirimos nossa chácara, no município vizinho de Senador Guiomard Santos, carinhosamente apelidado Quinari, a 25 km da capital Rio Branco. Trata-se de um lote de 60 X 80 m, uma casa de alvenaria, de 300 m², uma piscina também de alvenaria, de cerca de 15 mil litros e mais um galpão de 100 m².

Projeto Chácara Jesus, o Bom Pastor

   Foi uma dádiva de Deus. Nós procurávamos lugar. Certo dia, eu conversava com o pr Nelson Rosa na esquina onde resido. Passou o carro da irmã Daniele, esposa de Dionísio Batman, hoje pastor, na época presbítero da Igreja Presbiteriana do bairro Placas. 

Passeio com as crianças da Creche Mi e Bino

   Era uma menina, na época da chegada do casal Rosa, o qual sempre teve como ênfase o ministério com crianças. A partir de nossa apresentação, entramos em contato com o seu esposo e as negociações começaram.

   Em abril de 2012 começamos a pagar as mensalidades da chácara, após entrada de 50 mil reais, e encerramos em abril de 2018. Nesse ano de 2023, Deus nos abençoou com o título definitivo, a custo zero.


   E outra benção Deus reservava para nós. Há uns 6 anos atrás, filiou-se a nossa igreja Jorge, irmão de Joaquim, este um dos primeiros convertidos, ainda no tempo do pr Nelson Rosa no Bosque, primeiro  bairro onde ele residiu, em 1984.

   E Jorge tem como talento, desde a juventude, construir casas e prédios. Logo percebemos que seu ingresso na igreja seria para recebermos a benção de um local nosso para congregarmos.

  E foi em 2022 que inauguramos o novo espaço de nossa congregação, construído pelo irmão Jorge no sobrado da oficina que havia edificado para os filhos. Esse é o local de transição para o nosso templo definitivo.


   E no final deste ano, a partir de outubro, iniciamos, em nossa chácara, cultos aos sábados à noite, já pretendendo iniciar uma futura congregação nesse município onde já atuamos.


  Pretendemos tornar a capela desse local de acampamento o nosso futuro templo nesse município, a que chamamos Projeto Chácara Jesus, o Bom Pastor. Glória a seu nome. Tem nos suprido a cada dia. E nos concedido sabedoria no trabalho em Rio Branco e Senador Guimaord. 

    E temos orado por Cruzeiro do Sul, extremo oeste do Brasil e do Acre, a 680 km da capital. Já a visitamos 3 vezes a serviço, pela Secretaria de Educação onde trabalhamos, como assessor de Ensino Religioso, e mais 2 vezes como "espias" de um futuro campo missionário. Orem conosco e passem a Cruzeiro do Sul e ajudem-nos.

    Estamos como Congregação da Igreja Evangélica Fluminense, no Rio de Janeiro, pretendendo nos emancipar neste ano, mas sem pressa. Também buscamos um terreno, para o templo definitivo, visto que o local atual, com escada de acesso, torna-se dificultoso a idosos e cadeirantes.

   A seguir, outras atividades realizadas nesse período de 14 anos de atividades. E após as fotos, assista a momentos de nossos cultos de inauguração do espaço atual de nossa Congregação (CLIQUE nas fotos para zoom - tamanho aumentado):

    

 
Primeira cerca (2010) e primeiro muro: por três vezes, 2014, 2015 e 2016, vieram do Rio irmãos da 
Igreja Fluminense para ações milionárias com crianças e construção do muro: 60 X 80 m.

 
Primeiras visitas a famílias no entorno da 
chácara (2012) e construção do
 novo espaço (2021-2022).
 
Dia das mães, aniversário do pastor, visita do pr Manoel Bernardino e batismo.

Abaixo, links de algumas  atividades: CLIQUE para assistir aos vídeos:

1. Escola Dominical no Projeto Chácara:

5. Conferências de inauguração do novo espaço: presença do pr Paulo Leite:

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Estudos em Efésios 13 - Para ser cheio do Espírito

 A partir dessa declaração, em Ef 5,1-2, o apóstolo continuará a registrar itens dos quais é necessário se despojar, na luta contra o velho homem, na direção do revestimento do novo homem ou, ainda na terminologia Paulina, do "encher-se do Espírito".

      Será, portanto que, nessa recapitulação daquilo que o apóstolo lista, como jornada de santificação, não somente dirigido aos crentes de Éfeso, porém com aspectos gerais, para qualquer igreja em qualquer época, poderíamos encontrar falhas e faltas que tenham contribuído para o diagnóstico de Jesus, em sua carta, uma geração de crentes depois?

   Paulo enumera contra que posturas, na rota de encher-se do Espírito, aqueles crentes tinham de lutar, classificadas por grupo:  (1) variedade de impurezas sexuais: 1.1. seja por atitude: pornografia, impurezas e cobiça, porque não convém a santos; 1.2. seja na mente e no falar: obscenidades, conversa torpe, brincadeiras indecentes, que devem ser anuladas e substituídas por ações de graça.

   E agora Paulo classifica três tipos de pessoas, certamente, que nutrem esses desvios acima indicados, que não têm lugar no Reino de Deus: pornófilos, impuros e avarentos, destacada esta última faceta de caráter como idolatria.

   Nos versículos seguintes, Paulo continua a enumerar razões por que não pode haver associação ou comunhão, entre crentes e quem transparece os desvios acima assinalados:

⁶ "Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. ⁷ Portanto, não sejais participantes com eles. ⁸ Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz ⁹ (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade), ¹⁰ provando sempre o que é agradável ao Senhor. ¹¹ E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as. ¹² Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha. ¹³ Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se tornam manifestas; porque tudo que se manifesta é luz. Efésios 5.

   Repare-se que, o que provoca a inserção nos itens dessa rota de carnalidade, segundo o apóstolo indica, é (1) ter sido enganado ("ninguém vos engane"); (2) tornar participante (o que seria uma opção estúpida, porém consciente); (3) finalmente, tornar-se cúmplice de "obras das trevas". Como advertência, o apóstolo vai iniciar uma série de exortações, começando por: ¹⁴ "Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes,  levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará." Ef 5.

   Após essas exortações de estímulo a que, no embate contra o perfil do velho homem versus perfil do novo homem, prevaleça a índole deste último, que tem sua identidade como ²⁴ "...criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade", Efésios 4, o apóstolo complementa essa perícope da carta com a exortação final a ser cheio do Espírito.

    Virão, então, 5 recomendações, estas somente possíveis de cumprir por quem busca, em santidade e interesse, a plenitude do Espírito: (1) medir, com prudência, o andar, não como néscios, e sim como sábios; (2) resgatar da perda o tempo, outra marca de sabedoria; (3) não agir com insensatez, mas buscar pela vontade do Senhor; (4) não se embriagar com vinho mas, em contrapartida, plenificar-se no Espírito.

   Verifica-se que, até chegar na exortação final de encher-se do Espírito, Paulo percorreu uma via de exposição de luta contra as mazelas do velho homem, aquele que, segundo ele, "corrompe-se segundo as concupiscências do engano" optando-se, então, pelo revestimento de um novo homem, "criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade".

    Nesse meio tempo, Paulo ainda desfila, diante dos olhos de seus leitores, uma série de aspectos negativos, ainda que realistas, que têm franca existência e atuação em qualquer ser humano, mas que são neutralizados pelo poder da ação do Espírito de Deus.

    Mas que podem, também, assaltar e se manifestar na vida do cristão, caso este afrouxe sua vigilância. Fica claro que, somente em meio a uma luta entre novo e velho homem, do enfrentamento fruto do Espírito versus obras da carne é que, no cristão, prevalece a ação do Espírito, sempre por uma opção consciente do crente.

   Ao final da carta aos Efésios, o apóstolo vai descrever uma armadura, com que, em cada parte de seus componentes, reside um expediente que, em conjunto com os demais, conduz à vitória:

   ¹⁰ "Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. ¹¹ Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo". Ef 6.

Estudos em Efésios 12 - O bê-á-bá de Paulo

 O bê-á-bá de Paulo, aos crentes de Éfeso, é um compêndio do que seja igreja. Realmente, pelo que se pode constatar, a envergadura desta carta ajusta-se ao ministério exercido por Paulo, fosse no lugar, estratégico como polo metropolitano para toda a Ásia, assim como ao nível de uma escola, como aquela em que Paulo exerceu, por 2 anos, esse mesmo ministério.

   A carta aos Efésios foi mesmo escrita a uma igreja estratégica, de uma grande cidade, para um grande contexto. Alguns estudiosos afirmam que foi como carta circular, na qual Paulo pensa o que se ajusta aos efésios, bem como a toda a vizinhança.

   A caminho de definir o roteiro a percorrer a quem aspira ser cheio do Espírito, Paulo enumera o que conhece, tanto com relação ao trato gentílico, de modo geral, de uma vida fora da igreja, referente ao estilo de vida, usos e costumes, quanto sobre a experiência adquirida em seu tempo de estada em Éfeso.

    Então ele elenca o que bem conhece, a princípio, (1) não mentir uns aos outros, mas falar a verdade ao próximo; (2) irar-se, até admissível, mas nunca pecar com ira e por causa dela; (3) pois seria, por essas e outras coisas, dar lugar ao diabo. (4) não furtar, mas trabalhar com honestidade e, com isso, acudir ao necessitado; (5) não sair da boca nenhuma palavra torpe, genérico, incluídos os palavrões, mas também as hipocrisias, as execrações verbais e dissimulações de ocasião. 

   Aqui Paulo descreve, como contraponto, o que costumo referir que seja uma definição de profecia, que da boca somente saia: palavra (5.1) boa para edificação, (5.2) conforme a necessidades e que (5.3) transmita graça aos que ouvem. Até aqui Paulo está esmiuçando características desse homem novo, "criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade", Ef 4,24, em oposição ao antigo sem Cristo.

    Esse proceder refere-se à construção da personalidade, que tem origem na restauração de que é alvo aquele que crê. E Paulo prossegue, mencionando a parceria que agora o crente adquire com o Espírito Santo, após esse "lavar regenerador", que menciona na sua carta pastoral a Tito:

    ⁴ "Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, ⁵ não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, ⁶ que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador". Tito 3.

    Por isso Paulo interpõe no texto que nunca nenhum crente entristeça o Espírito. A sensibilidade da santidade que agora adquirimos em Cristo é regulada pelo agir do Espírito em nós. Paulo prossegue, agora definindo o que transtorna os relacionamentos dentro da igreja: (6) ³¹ "Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia". Ef 4.

   Para indicar o antídoto: ³² "Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou." Ef 4. Elevadíssimo grau este. Em Colossenses 3, Paulo vai acrescentar um nível acima: 
 
¹³ "... caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; ¹⁴ acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição." O amor no seu devido lugar.

   E vai então indicar o que podemos avaliar como sendo a síntese da carta aos Efésios: ¹ "Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; ² e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave." Ef 5.

   Mais nos admiramos de que, diante de tão rica e detalhada, em suas orientações, exortações e ensino, esta carta não tenha surtido, em Éfeso, na sucessão das gerações, o efeito esperado.

   Duas cousas Paulo enseja ser possível: (1) ser imitador de Deus, como filho amado; (2) andar em amor exatamente como Cristo andou. Mais exato, claro e precípuo impossível. Como, então, torna-se possível e permissivo abandonar o amor?

Estudos em Efésios 11 - O antes e o depois

    Será que há pistas, nas carta aos Efésios, que nos indiquem exortações feitas por Paulo e que, não acolhidas por uma parte significativa dos crentes dessa igreja, possam ter comprometido toda uma geração?

   Um pastor que tenha, no mínimo, 30 anos de ministério, terá testemunhado o filme de uma geração. Saberá dizer como crianças, adolescentes e adultos, nesse prazo decorrido, acolheram ou não, corromperam ou não a um turno de instruções pela palavra.

   Se é vital permanecer na palavra, como Jesus afirma em Jo 15, que a igreja de Atos perseverava na doutrina dos apóstolos, a geração a quem Paulo dirige sua carta terá de acolher a palavra para que, nos anos seguintes, até a data da carta de João, com as palavras de Jesus, os frutos requeridos surjam.

    No início do cap 4, Paulo apela que a igreja "ande de modo digno de sua vocação", operosa e diligente em preservar a unidade do Espírito: ³ "...esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz." Ef 4.

   Logo depois, indicará o modo como Cristo, uma vez glorificado, distribui dons à igreja, de modo a que ela cumpra seu ministério para então, de modo detalhado, num antes e depois, explicar aos efésios o que significa ser convertido:

    ¹⁷ "Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, ¹⁸ obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, ¹⁹ os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza. ²⁰ Mas não foi assim que aprendestes a Cristo". Ef 4.

   O antes está, nesse texto, expresso por: (1) andar na vaidade dos próprios pensamentos; (2) ser obscurecidos de entendimento; (3) alheios à vida de Deus; (4) vivendo em ignorância; (5) de coração endurecido; (6) tornados insensíveis; (7) consequentemente, dissolutos. Estes foram tanto os de Éfeso ou quaisquer outros, na diversidade da vida sem Cristo. E Paulo descreve o depois da conversão, neste texto:

    ²⁰ "Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, ²¹ se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus, ²² no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, ²³ e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, ²⁴ e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade." Ef 4.

   Na conversão, Paulo atesta que "aprenderam a Cristo", com uma ressalva: ²¹ "...se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus". Ef 4. E passa a descrever essa nova vida: (1) ouvir de Cristo, ser instruído, segundo é a verdade em Cristo; (2) despojar-se do velho homem, do trato anterior, corruptível segundo as concupiscências do engano; (3) renovar-se no espírito do entendimento; (4) revestir-se do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.

   Esse processo, que Paulo esclarece aos efésios, é típico da conversão de qualquer um. Após essa descrição detalhada, atente-se como o apóstolo destaca todo esse processo associado ao efeito dele na mente, de como, nela, ocorre a vital mudança. Por isso, no grego, conversão é metanoia, ou seja, meta = mudança + noia = mente.

   E Paulo vai enunciar, detalhe a detalhe, o que ocorre em quem se permite converter por meio de Cristo. E, no final dessa lista, Paulo vai exortar a encher-se do Espírito, certamente, porém que somente no final dessa jornada de uma luta renhida e consciente contra a carne.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Estudos em Efésios 10 - Ouça o Espírito

    Para compreendemos o dilema da igreja de Éfeso, em sua sutileza, ou seja, uma aparente imagem de ordem em sua agenda, frente a uma análise desfavorável do próprio Jesus, que analisa pela falta nela do essencial, precisamos elencar os dados.

   Temos João 15, onde Jesus expõe o triângulo (1) permanência nEle, (2) permanência na palavra, (3) permanência no amor. A consequência natural são os frutos que, pelo exposto na carta do Apocalipse, não corresponde ao que Éfeso apresentava.

   Temos, também, o texto de Paulo, numa própria carta aos Efésios, em torno de 50 d.C., na qual afirma como Deus, na potência de seu poder e em sua graça fortalece os crentes, por meio do Espírito, o que representa habitar Cristo no coração deles.  

    E a consequência dessa ação da Trindade segue expressa: ¹⁷ "Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, ¹⁸ Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, ¹⁹ E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.  Ef 3.

   E temos os texto de Lucas, em Atos 2, pelo qual descreve as características que habilitaram a comunidade dos primórdios como igreja ativa, coerente e dinâmica em todos os seus setores. A descrição de Lucas indica a rotina dessa igreja, que explica as razões por que permanece como modelo permanente para as comunidades ao longo da história.

   Baseados na comparação desses textos, podemos elencar alguns fatores, estejam patentes como ausentes ou não, na carta aos Efésios, mas que constam como essenciais para a restauração pretendida e advertência, para qualquer igreja diagnosticada como Éfeso.

1. Pelas palavras de Jesus, sem que nEle se permaneça e com a reciprocidade da permanência de Cristo no crente, em comunhão efetiva, não se permanece em Sua palavra e nem no Seu amor.

   Por extensão, se há, na carta à igreja de Éfeso, uma reprovação por "abandono do amor", havia falha nessa reciprocidade da comunhão com Jesus e consequente permanência na palavra e no seu amor, razão da falta de autênticos frutos.

2. É essencial na igreja, como esclarece Paulo, em sua oração, na própria carta dele aos Efésios, que Deus opere, pelo seu poder, por meio da presença do Espírito Santo no crente, tornando real a habitação de Cristo nesse mesmo crente.

   Portanto, a ação que conduz à plenitude do amor é exercida diretamente por Deus (e, por extensão, a Trindade, em si). A palavra "abandonar", na carta de Jesus aos de Éfeso, significa apartar de si, negligenciar, divorciar-se do amor. Evidente que para que isso ocorra, afastar-se de Deus foi a causa.

   Essa ação de Deus não é opcional. É a essência de ser igreja. Paulo menciona, em outras cartas, ser carnal ou criança, aos Coríntios, entristecer ou apagar o Espírito, como registra na própria carta dele aos Efésios, em 4,30, e aos Tessalonicenses, 1 Ts 5,19, ou decaídos da graça, em Gálatas 5,4, os que são afetados por essa apatia de fé. Para esse diagnóstico dado por Jesus à igreja de Éfeso, certamente uma crise dessa natureza se configurou.

3. E quanto à descrição feita por Lucas, dos procedimentos que, juntos, compõem a feição dinâmica da comunidade de Atos 2,42-47, não temos condições de comparar, com mais exatidão, as duas igrejas.

     A de Jerusalém era menos institucional, dependente, talvez, em maior escala da companhia mútua de seus membros, mesmo por reunir-se nas dependências externas da extensa esplanada do Templo de Jerusalém.

   Talvez o porte da igreja de Éfeso, percebido nas entrelinhas da carta, ou transparente de suas ações, tenham conferido à igreja uma feição mais rígida, institucionalmente e, por isso mesmo, mais distante e com perdas em relação à feição da comunidade primitiva.

   Revisando a postura desta igreja de Atos, o apego à doutrina ou ensino dos apóstolos, por extensão, o apego à palavra, já anotamos como essencial. O fator comunhão, manifestado nos procedimentos elencados em sequência, quais sejam, estar unidos com frequência no templo, frequentar, com qualidade, a casa uns dos outros, assistir na medida da necessidade de cada um, haver temor em cada alma, enfim, podemos afirmar que tenha faltado em Éfeso? Quais desses elementos podem ser preteridos na história de qualquer igreja?

   Mas se houve em Éfeso, foi porque, certamente, os objetivos, em essência, foram distorcidos. Todo esse ajuntamento, essencial em igreja, não reverteu, como ocorreu na comunidade primitiva, para alterar o grave problema vital na igreja de Éfeso, numa análise feita pelo Senhor da igreja.

     Não há experiência com Deus fora da experiência do amor. Toda a experiência autêntica do ser igreja está circunscrita a esse processo. Não há outro modo de se experimentar ou vivenciar o amor de Deus.

    Jesus sentencia: ⁵ "Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do lugar dele." Ap 2.

A palavra para "caiu" é a mesma para a queda primordial, no Gênesis, e, para "arrepende-te", a mesma que se aplica à conversão. E "abandonar" o amor sigjfica apartar de si, negligenciar, divorciar-se dele.

     Não se pode dizer, de Éfeso, que nutrisse apostasia. Não havia uma liderança que os corrompesse, como em Tiatira, não haviam afrouxado sua resistência às perseguições, com igual procedimento ao de Filadélfia, e nem, como em Sardes, tinham o nome de vivos, estando mortos. E ainda resistiram à falsa doutrina nicolaíta, como Pérgamo não fez.

      Será que, tendo se profissionalizado na fé, de um modo tão sofisticado, no trato com o evangelho, tornou-o um acessório que compunha a autoimagem própria de igreja e de seus crentes, ciosos do orgulho de pertencer a uma cidade que poderia ser considerada uma vitrine da Ásia Menor?

   Corre-se esse risco. Na avaliação de Jesus, como que necessitavam de uma (re)conversão. Sim, é possível e necessária uma autoavaliação permanente, como igreja, ou até aos olhos de outrem, ganhar nota máxima na performance, como com a comunidade de Atos. Que seja uma avaliação estilo a de Lucas, ou uma positiva aos olhos do próprio Jesus. Ou uma que siga o processo de autenticidade expresso na oração de Paulo.

   Já deve existir na praça o CEO ou o Coach da fé. Mas somente Jesus terá a capacidade de gerir autenticidade. Como saberemos isso? Como avaliaremos, ao autoanalisarmos nosso próprio desempenho? Sim, cabe a nós fazê-lo. Para isso, levando em conta sempre a advertência final de Jesus, ao completar cada carta:

    ⁷ "Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor darei o direito de comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus."  Ap 2. Ouça, Éfeso (e similares), ouçamos nós, da mesma forma.