domingo, 7 de janeiro de 2024

Estudos em Efésios 8 - Como, então, uma igreja perde o principal?

 Como Éfeso chegou a essa avaliação que o próprio Jesus atestou? A princípio, abandonar o primeiro amor, como explicitado, significa, pelo que constatamos no próprio texto da carta de Paulo, significa abandonar o essencial.

   Igreja é o exercício do amor. Não é o amor, da parte de Deus, somente uma declaração (vazia) de amor. Mas o fato. Deus prova seu amor pelo fato de Cristo ter morrido por nós. A cruz é a prova do amor.

   Deus é amor. Igreja é ser tomado de toda a plenitude de Deus. E a primeira página da cartilha, na igreja, por todas, até a última, trata-se de amor. Como pode, então, uma igreja abrir mão ou não perceber que ocorreu, em relação ao amor?

   Pelas palavras de Jesus, permanecer nele é permanecer em amor, que é permanecer na palavra dele. Podemos nos perguntar, que papel exerce a Bíblia e o exercício de conhecer, para praticar e permanecer na palavra de Deus? Será ela suficientemente palavra ou haverá outro canal?

   Os efésios receberam, como escola e como advertência, a carta de Paulo. Será que, no decorrer dos anos, abandonaram seu texto? De qualquer modo, o primeiro sintoma será esse, o abandono da palavra.

   Certa vez Jesus disse aos judeus, vocês são ciosos de encontrar nas Escrituras pistas para o rumo de vida eterna. Mas não querem vir a mim para ter vida. Talvez, seja essa a correspondência com a advertência de João 15, equivalente a permanecer em Cristo.

    Como se dá essa relação com Cristo? Será que a rotina descrita por Lucas, em Atos 2,42-47 reflete uma igreja pujante e que alinhava esse sucesso. Paulo menciona, em Fp 2,5, "ter em si o sentimento de Cristo". Seria o equivalente?

  ⁴² "Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. ⁴³ Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. ⁴⁴ Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. ⁴⁵ Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. ⁴⁶ Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em casa e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, ⁴⁷ louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos." Atos 2.

    Seria uma relação mística com Cristo? Ou um conjunto de atitudes, somente experimentadas na proposta cristológica da comunhão coletiva, da própria convivência que os Evangelhos descrevem, em torno e proporcionada pela pessoa do Mestre?

    Jesus é mestre de amor? Como se aprende? Será que uma rotina de uma igreja sadia, na manutenção do foco, seria um guia para se verificar onde se perdeu, exata e precipuamente, esse foco? 

   Percebe-se, na igreja em Atos, uma sequência de atitudes que começa na seriedade com que viam a palavra dos apóstolos, com o Antigo Testamento, a Bíblia de seu tempo, da qual decorria uma natural cadeia, plena de outras atitudes naturalmente decorrentes. A igreja em Atos:

    (1) Focava, perseverante, na palavra, ali denominada "ensino dos apóstolos"; (2) O que reforçava a sua comunhão, isso mesmo, aquele item mencionado por Jesus em sua oração em João 17,21-22: ²¹ "...a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste."

   O texto em Atos menciona uma relação de itens que promovem comunhão:

   2.1. Partir juntos o pão, no sentido da Ceia, aprofundado, consciente e bíblico, mas também casa a casa, na convivência madura de problemas, dilemas e vitórias comuns; 2.2. Orar juntos, não como reza formal, mas compartilhamento criterioso de carências de todo sentido, não somente futilidades.

   2.3. Temor, é tão importante e vital, que a falta dele representou o fracasso de Salomão: fez marketing de idolatria, para satisfazer as menininhas de ocasião, em sua velhice, o que provocou a cisão de Israel, cuja unificação, a duro custo, havia sido obtida por seu pai Davi.

    Temor é vital para se desenvolver a salvação. Após mencionar o "sentimento de Cristo", em Fp 2,5, Paulo vai exortar a que se desenvolva a salvação com temor, mais do que isso, tremor, ou seja, medo de estar desfocado do propósito de Deus. 

   2.4. Maravilhas não são somente milagres. O apedrejamento de Estêvão foi sinal e maravilha. Sinal de que ele, como Jesus havia prevenido em João 15,18-19, suscitou o ódio da comunidade judaica, pelo seu grau de semelhança a Jesus.

   Milagre antecipado, porque o homem, líder de uma perseguição que assolava a igreja, sob quem os olheiros dele mesmo depuseram os farrapos ensanguentados de Estêvão, o primeiro mártir (que quer dizer "tetemunha" e, neste caso, fidelíssima), esse homem foi Saulo. Pois o milagre foi a conversão para Paulo Apóstolo.

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