quinta-feira, 25 de abril de 2024

Fala a Timóteo

   Aprendemos muito do que vai escrito nas cartas paulinas. Sejam as dirigidas ao grupo inteiro, às igrejas, ou aquelas pessoais, como a Timóteo, duas delas, a Tito e a Filemom.

   Aqui iniciamos com a introdução à 1 Timóteo. Duas afirmações que destacamos: (1) o que Paulo diz de si mesmo, "apóstolo de Cristo Jesus, pelo mandato de Deus", e (2) quando se refere a Timóteo, como "verdadeiro filho na fé".

   Paulo considerava-se um apóstolo "nascido fora de tempo", 1 Co 15,8, porque foi um chamado temporão. Aquele líder fariseu eficientecíssimo, que "assolava a igreja", At 8,3, foi transformado por ação direta de Deus em sua vida:

   Nessa própria carta a Timóteo, Paulo atesta seu testemunho pessoal: 

  ¹² "Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério, ¹³ a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade. ¹⁴ Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus." 1 Tm 1.

   Dessa mesma experiência de chamado são alvo os que Deus convoca para ser apóstolos. A igreja de Cristo é composta por apóstolos e profetas. Jesus afirma isso: ¹⁸ "Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.", João 17.

    As duas palavras para "enviar", nessa fala de Jesus, são o verbo grego "apostellw", de onde provém a palavra "apóstolo". E o "assim como" que Jesus menciona, acima, indica que, após Pentecostes, todos somos apóstolos de Jesus.

    E Paulo Apóstolo, em 1 Co 14,1, afirma, sem nenhum engano, que também somos profetas: ¹ "Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis.".

    Essas duas investiduras dependem dessa mesma vocação e chamados divinos, por meio de Jesus, autoridade do Espírito e imersão nas Escrituras. Como era dito aos profetas do Antigo Testamento: ¹ "... come este rolo, vai e fala à casa de Israel." Ez 3.

   Quanto a Timóteo, uma breve nota de Lucas, em sua narrativa nos Atos dos Apóstolos, indica quando os dois se encontram:

¹ "Chegou também a Derbe e a Listra. Havia ali um discípulo chamado Timóteo, filho de uma judia crente, mas de pai grego; ² dele davam bom testemunho os irmãos em Listra e Icônio. ³ Quis Paulo que ele fosse em sua companhia e, por isso, circuncidou-o por causa dos judeus daqueles lugares; pois todos sabiam que seu pai era grego." Atos 16.

   E daí para diante, entre os dois, estreitou-se a comunhão filial, fraternal autêntica, de irmãos em Cristo e de marca de fidelidade de um filho para com o seu pai na fé.

     A fé que faltou a Ló, alvo dessa mesma afabilidade, da parte de Abraão, era autêntica e presente em Timóteo. Paulo a destaca como "sem fingimento", a mesma de sua avó e mãe:

⁵ "... pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Loide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti." 2 Tm 1.

   Não se herda fé. Essa, constatada por Paulo, em Timóteo, era autêntica na fonte, e houve na vida de Loide e Eunice. Evidente que ali, a avó evangelizou sua filha, pela vida e pela palavra, e a filha a imitou em relação a Timóteo, respectivamente filho e neto.

   Como Eva havia feito em relação a Sete e Enos, respectivamente filho e neto. Embora a Escritura, neste caso, não afirme que o filho Sete tenha "invocado o nome do Senhor", como sua mãe e filho o fizeram.

   Pois "a fé vem pelo ouvir e ouvir a palavra de Cristo", como indica o próprio Paulo aos Romanos, em 10,17. Nesse ato de ouvir, o Espírito Santo atesta verdade, também confirmado:

 ¹³ "Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais." 1 Co 2.

   Verdadeiro filho na fé. Autenticidade que provém do testemunho do Espírito a respeito da palavra de Deus, o evangelho, transmitido pelos que antes ouviram. E há urgência nessa advertência:

  ⁷ "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz às igrejas." Apocalipse 2.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Encontro online entre pastores na Amazônia

      

  Mais um encontro entre os pastores da Associação Norte do Brasil, deta vez os pastores Jeremias, o nosso presidente, e mais os irmãos pastores Roberto, de Manaus, Reinan, de Boa Vista, e Cid Mauro, da congregação do bairro Manoel Julião, em Rio Branco.

   Nosso objetivo foi que o pastor Jeremias nos incentivasse a que, por meio do Zoom ou outros recursos da Internet, pudéssemos transmitir reuniões conjuntas, por meio das quais nossas igrejas pudessem conhecer, entre si, sua membresia, dessa forma aproximando-nos ainda mais, por meio desse contato virtual.

   Comentamos sobre alguns desses recursos, um deles bem conhecido e utilizado pelo Pastor Reinan. Aqui na Congregação do Manoel Julião, também pretendemos disponibilizar alguns desses recursos, para facilitar transmissões, gravações e filmagens em nosso espaço de reuniões.

   Pensamos na sugestão de datas, nos dias de semana, em que ficasse mais acessível a cada igreja. Vamos agora transmitir aos irmãos essas sugestões, para que possamos estudar por que recurso da Internet e em que dia e horário.

   Os pastores Nelson Rosa, do Ilson Ribeiro e da congregação do Eldorado, e o pastor Márcio, de Porto Velho, não puderam participar. Ao final de nossa reunião, cada pastor orou pelos pedidos de intercessão apresentados pelo outro colega. Abaixo seguem essas necessidades apresentadas, para que todos possamos orar em conjunto.

Orando por:

Em Manaus, com pr Roberto:
Nelson Adeolino, pai do pastor: sua saúde
Anderson e família de Leda
Desafios da igreja

Em Boa Vista, com o pastor Reinan:
Viagem do pr Reinan
Desafios da igreja

Em Vila Betel 2, Rio Branco, com pr Jeremias:
Mateus e suas melhoras: gratidão
Obras na igreja
Viagem a Porto Velho (540 km) para o aniversário desta igreja

Congregação do Manoel Julião, com pr Cid Mauro:
Ghael operado com sucesso: gratidão.
Sandra, ainda hospitalizada
Aniversário do Isaac, gratidão, e chegada de Asafe, seu filho.

Pastores Thiago, à esquerda, Reinan e Mimica (Ademir), prontos para o voo por Asas de Socorro para as tribos indígenas em Roraima.

terça-feira, 23 de abril de 2024

Está posto: faça a sua escolha

 15 Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal [...] 20 amando o Senhor, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade". Dt 30.

   Para os desavisados, Dt é Deuteronômio, o 5⁰ livro do Pentateuco. Penta = cinco e teucos = rolos. São os 5 rolos escritos por Moisés: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e esse, supracitado.

  Deuteronômio são os discursos de despedida de Moisés, após os 40 anos de peregrinação no deserto. Israel está prestes a conquistar a nesga de terra, essa mesma até hoje encrencada.

  Deixam de ser nômades e passam a sedentários. Como menciona Oseias, deixam o namoro com Deus, pelo deserto, quando Este lhes falava ao coração, para flertar com os ídolos, como vai advertir Josué, em seu "discurso de aposentadoria", em Josué 24.

    Não existe aposentadoria para a fé. O texto do início de Juízes, o sétimo livro do Antigo Testamento, afirma que a geração de Josué e, pelo menos, as duas seguintes seguiram firmes na fé. Mas se levantou uma, posterior, que apostatou.

   Apostatar é se colocar à parte, longe, renunciar. Provém do grego apo = longe de e stasis = paralisado. Afastar-se é ficar longe da fé. Trata-se de uma escolha.

   Que não é geográfica. Distância da fé não se mede em metros. Nem que sejam quânticas as medidas. Fé não tem tamanho. Jesus ilustrou isso dizendo que, se for do tamanho do grão de mostarda, você acorda com o Pão de Açúcar em sua janela.

   Desnecessário. A fé não atende a caprichos e nem está aí para exibição. Existe para a salvação. Nossa condição humana é carente de fé, para dar sentido à vida. Vida é bem. É dom de Deus. Jesus disse "eu sou a vida".

  Escolha a vida por fé. Ora, por que isso é tão fundamental? É possível viver que não por fé? Sim, mas sem fé é impossível agradar a Deus. Não viver por fé inclui-se no grupo dos que não vivem por e nem para agradar a Deus.

   O ser humano se tornou carente de Deus, por causa exatamente da distância dEle, ou seja, apostasia é nossa condição original. Não existe mais uma natural afinidade entre nós e Deus.

   A aproximação dEle provém de um exercício, que, por sua vez, provém da fé. Vida com Deus é exercício de fé. E essa distância é existencial, não geográfica. Comunhão com Deus não é por Wi-Fi, não é por fibra ótica.

   Nem são algoritmos, o expediente da moda, que definem uma forma seleta de opção pelo download ou místico astral divino. Nada mais abstrato, vago e absurdo. Mas, por meio do Espírito, o batismo na morte e ressurreição de Jesus Cristo. Há uma  cruz no meio do caminho.

   Paulo afirma aos Efésios: ¹³ "Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo." Ef 2.

   Quando as Escrituras destacam, na vida de Enoque ou de Noé, que andavam com Deus, era diálogo espontâneo e voluntário. Convivência vital, sem descontinuidade, como Paulo afirma, quando diz "... ²⁰ esse viver, que agora tenho na carne, vivo pela fé", Gl 2.

   Sem Deus no mundo. Essa a faixa final da definição de Paulo, aos Efésios 2,12, para quem vive, mas vazio de fé. O caos mora dentro. Ainda no Gênesis, Deus pôs ordem ao caos.

   A cruz nos restaura à ordem de ser vivo, em comunhão com Deus. Íntimo, como quando Deus procurou Abraão, dizendo: ¹⁷ "Ocultarei a Abraão o que estou para fazer?" Gn 18.

   Porque Deus tem vocação por nós. Nas mãos dEle deve estar a nossa vida. Nosso destino ganha curso e direção pela vontade dEle, "boa, agradável e perfeita", Rm 12,1-2.

   Escolha o bem. Omissão, indiferença ou presunção também são escolhas. Mas não pelo bem. Diante de nós está posto. Façamos, com coragem, a escolha certa.

terça-feira, 16 de abril de 2024

Quando virdes estas coisas - Final

 "Quando virdes todas estas coisas", segundo Jesus no orienta, inclui acompanhar esses acontecimentos, como um bailado das nações que têm, por detrás de si mesmas, interesses humanos, muitas vezes mesquinhos e, na verdade, desumanos.

   Mas, para Deus, como diz o profeta Isaías, ¹⁵ "Eis que as nações são consideradas por ele como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança; as ilhas são como pó fino que se levanta. [...] ¹⁷ "Todas as nações são perante ele como coisa que não é nada; ele as considera menos do que nada, como um vácuo." Isaías 40.

   Nações, na época do profeta Isaías, não tinham armas atômicas, drones, caças ou armas automáticas, com tiros de precisão a laser. Mas seus exércitos, para a época, eram gigantescos, e as razões para as guerras bem parecidas. Mas, para Deus, as nações continuam a ter o mesmo tamanho.

   Na polarização do mundo atual muito se comenta uma subdivisão simplista, em que se critica o que chamam de "externa direita", como culpada, no mundo, de todos os males. Netanyahu, o primeiro-ministro israelense é considerado desse viés de direita, por isso, dizem os radicais seus oponentes, merece o trato que lhe deu o Hamas.

   Como se do outro lado só existissem virtudes. Governos como China, Rússia e Irã são dirigidos por ditaduras que tiveram sua origem em massacres de seus oponentes, com todas as práticas de qualquer ditadura de direita, assim denominadas.

   Então, o bloco da esquerda, por assim dizer, é tão patrocinador de ditaduras de esquerda quanto foi o bloco da direita também patrocinador de ditaduras de direita. Todas elas impiedosas com seus oponentes.

    Não há como, numa postura simplista, adotar as práticas de um dos blocos, esquecendo-se que agiu do mesmo modo que o outro, patrocinando guerras muitas vezes injustas e responsáveis pela morte de milhares, senão milhões de inocentes, esses dois grupos, de lado a lado.

   Por isso o posicionamento cristão deve ser aquele de analisar o que as Escrituras rejeitam como contrário à justiça de Deus, não importa por qual dos dois grupos praticado. Está na moda mencionar a questão palestina, em Gaza, como genocídio, e acusar os EUA por armar Israel.

   E o genocídio na Síria, há mais de 10 anos praticado, para manter no governo o ditador Hafez al-Assad, armado pela Rússia e seus parceiros? Tem tido a mesma ênfase nos debates, ou os que condenam Israel se mantêm calados, porque são parceiros do grupo contrário, cegando, propositadamente, para as atrocidades deles?

   Como cristãos, ou lamentamos toda a sorte de injustiças, condenamos toda a sorte de ditaduras e rejeitamos toda a forma de guerra de uso desproporcional de forças, ou é melhor se manter alienado dessas questões.
  
   Mas como define Paulo Apóstolo que somos os que creem, ao contrário do que vai escrito aos Efésios, sobre os que não creem: ¹² "...naquela época, vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo". Efésios 2.

   Por crermos, então não estamos (1) sem Cristo, não estamos (2) separados da comunidade (igreja), como estrangeiros no mundo, não somos (3) estranhos (alienados) quanto às alianças da promessa (que estão na Bíblia), não estamos (4) sem esperança e não estamos (5) sem Deus no mundo.

   Estas são as 5 características que definem o cristão. Paulo as publicou na carta aos Efésios, dirigida a uma das principais cidades de sua época, uma "vitrine do Mediterrâneo" daqueles dias, cujas ruínas hoje estão situadas na Turquia.

   1. Não estamos sem Cristo: ele se constitui no principal sinal, para toda a humanidade, do amor de Deus e da direção dos destinos da humanidade;

   2. Não estamos vagando sem rumo, desorientados, sem referenciais: formamos a comunidade da igreja de Cristo, por Ele edificada, somos como "pedras que vivem", interligados enter nós e edificados em Cristo;

   3. Não somos alienados, mas conhecemos as alianças da promessa, que estão gravadas em nós, pelo Espírito Santo, e grafadas nas Escrituras, nosso referencial permanente, pelo qual fazemos nossa leitura da história;

   4. Não estamos desesperados, ainda que, como diz o salmista, a terra se transtorne, as águas do mar se tumultuem, porque a nossa firmeza está em Jesus, Autor e Consumador de nossa fé;

   5. E não estamos sem Deus no mundo, como reafirma Paulo, aos Romanos, conhecemos o eterno poder de Deus, a Sua própria divindade e Seus atributos, os quais enxergamos, como menciona o apóstolo, por meio das coisas que foram criadas, definitivamente confirmado nas Escrituras.

   O cristão autêntico não é presumido de tudo conhecer, mas humilde a ponto de compreender a necessidade de adestrar seu discernimento. Mas não precisa de pseudogurus, que manipulem seu raciocínio e sua leitura de mundo ou das próprias Escrituras.

   Por isso busca o temor e a sabedoria de Deus, reconhecido que a sua principal tarefa é o testemunho de Cristo no mundo, entendendo que, desde a primeira palavra de Jesus, no início de seu ministério, na Galileia, ele advertia o mundo da prioridade de ouvir e atender à pregação de sua palavra:

¹⁵ "O tempo está cumprido, o Reino de Deus está próximo, arrependei-vos e creiam no evangelho". Marcos 1.

  Jesus é garantidor da verdade, nas promessas de Deus, e o principal indicador dos tempos e épocas, Autor e Consumador de nossa fé. Com ele, não há nada a temer. 

Quando virdes estas coisas - 4

³³ "Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas." Mateus 24.

    Esses países mencionados, junto com a China, apoiam os inimigos declarados de Israel que, suas fronteiras, tem relações diplomáticas com Egito, ao sul, Jordânia, ao leste, mas mantém tensões com o Hamas, na faixa de Gaza, a sudoeste; com Síria, ao nordeste; e Líbano, ao norte. Estes dois últimos apoiam o Hezbollah, armado do mesmo modo que o Hamas, pelo Irã e, mais recentemente, os Houthis, no Iêmen, outro grupo terrorista aliado deles.

Hamas ocupa a Faixa de Gaza, encravada no sudoeste da Palestina; o Hezbollah, na Síria e norte de Israel, no Líbano; e os Houthis, no Iêmen, abaixo da Arábia Saudita, na entrada do Golfo Pérsico, a sudeste.

   Desse modo, já se menciona uma Guerra Fria 2.0, ou seja, uma reedição da mesma polarização mundial, aquela mesma do final da 2ª Guerra Mundial, entre esses dois polos, China, Rússia e aliados, de um lado, EUA e Europa e seus aliados, do outro lado.

   Essa polarização se reflete nos aspectos políticos dessa divisão, porque as democracias ocidentais se alinham entre si, representadas pelos EUA e os países Europeus, enquanto que regimes não democráticos, como o Irã, considerado uma república teocrática islâmica, alinham-se em torno de Rússia e China.

  Ambos os lados dessa polarização já cometeram erros históricos. Estiveram unidos contra a Alemanha nazista, no período da 2ª Guerra Mundial, 1939-1945, mas após o término da guerra dividiram sua influência mundial nesses dois blocos, ocidente versus a antiga "cortina de ferro".

Divisão do mundo em dois blocos logo após o final da 2ª Guerra Mundial

    As armas atômicas, como as duas bombas que os EUA despejaram, desnecessariamente, sobre o Japão em, respectivamente, Hiroshima e Nagasaki, 6 e 9 de agosto de 1945, demonstraram o seu potencial nuclear ao outro bloco.

Hiroshima, nela morreram, de uma vez, 140.000 de 350.000 habitantes e, em Nagasaki, morreram 74.000 pessoas. Abaixo, três sobreviventes: a mãe, a filha na época ainda bebê e a neta.

   
Teruko, a avó, à esquerda, enfermeira na época, a filha Tomoko, apenas um bebê, sendo atendida em Hiroshima, em 1945, e a neta Kuniko, de nosso tempo, num encontro em 2015

   Mas a resposta veio em 29 de agosto de 1949, quando a antiga União Soviética testou sua arma atômica em Semipalatinsk, no Cazaquistão. Daí em diante, diversos países, aliados entre si, em cada um dos blocos, desenvolveu armas nucleares.

   O TNP - Tratado de Não Proliferação Nuclear, foi aberto para assinatura em 1968, vigente desde 1970 e prorrogado indefinidamente a partir de 1995, conta com a assinatura do Brasil, a partir de 1996. O que não impediu que alguns países que não assinaram desenvolvessem seus armamentos, como Índia e Paquistão, que surpreenderam o mundo, em torno do ano 2000, tornando-se capazes de produzir essas armas.

    Os países menores, em capacidade de constituir condições de desenvolver armas nucleares, podem ser ajudados pelas potências maiores, como EUA, de um lado, China e Rússia, de outro, conforme seus interesses geopolíticos entram em jogo. É o caso do apoio do bloco ocidental a Índia e Paquistão, como do bloco oriental ao Irã e Coreia do Norte, por exemplo.

domingo, 14 de abril de 2024

Quando virdes estas coisas - 3

³³ "Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas." Mateus 24.

   E em seu sermão, Jesus se coloca como referencial dos tempos e das épocas e a nossa fé, nele firmada, não nos expõe ao medo. Muitos desdobramentos estão relacionados à fragilidade das nações, governadas por homens que oscilam em seu humor e em sua própria ganância.

   Não existe "guerra santa". Podem se tornar justificáveis, como quando, por exemplo, em 1990, até mesmo árabes e israelenses concordaram juntos em lutar contra Saddam Hussein, na chamada Guerra do Golfo, numa coalizão internacional para defender o Kwait contra a invasão desse ditador iraquiano, morto enforcado em 2006, por seu próprio povo, a eles entregue pelos EUA.


   Nesta guerra atual de Israel, seu inimigo declarado, o Hamas, covardemente matou, indiscriminadamente, civis de todas as idades. Sequestraram centenas de pessoas e fugiram, refugiando-se, também covardemente, em meio a civis palestinos, sobre quem governam.

A parte acinzentada, à esquerda, é a Faixa de Gaza. Dela partiram os ataques, com atiradores e foguetes, em 7 de outubro de 2023, e os pontos vermelhos foram os locais afetados: 1200 pessoas morreram e ainda há 130 reféns em poder dos terroristas.

   A reposta de Israel tem sido considerada desproporcional. Mas não há ninguém que responda pela segurança de Israel, sem que sejam eles mesmos. E existe uma aliança de países inimigos contra Israel, seja nessa esfera local, como no restante do Oriente Médio e ainda ao nível internacional.

Nicarágua, Venezuela (na A. Latina), Mauritânia, Argélia, Líbia (na África), Síria, Iraque, Irã, Iêmen e Afeganistão (no Oriente Médio) apoiam o Hamas.

   Essa polarização tem origem numa divisão do mundo, em duas metades, ocorrida ao final da 2ª Grande Guerra Mundial, em 1945, quando se iniciou a chamada Guerra Fria, entre os blocos de países socialistas, reunidos em torno da antiga União Soviética - URSS, e o bloco ocidental, reunido em torno dos EUA.

Em vermelho, o bloco denominado socialista e, em arroxeado, o bloco denominado capitalista.

   Houve uma distensão em 1989, quando ocorreu a queda do Muro de Berlim, simbolicamente o divisor entre essas duas metades, resultado das mudanças políticas ocorridas da velha URSS, com Mikhail Gorbatchov.

   Porém, quando Vladimir Putin, antigo agente da KGB como oficial estrangeiro de inteligência, assumiu o governo da Rússia, em 2012, o regime político naquele país voltou a endurecer e ele tenta manter reagrupadas, em torno de seu país, todas as repúblicas que antes formavam a URSS, mesmo que seja à força, como em sua invasão da Ucrânia.

Gorbatchov e Putin, em 2004

Quando virdes estas coisas - 2

³³ "Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas." Mateus 24.

    Para se ter uma ideia, a distância entre o extremo sul de Israel e o extremo norte é a mesma entre Rio Branco e Feijó, cerca de 350 km. Na Galileia, ao norte, a distância entre o Mar da Galileia, a oeste, e a fronteira com a Síria, a leste, no Rio Jordão, é de 2,5 entre Rio Branco e o Quinari, cerca de 73 km.


   E no Sul, essa mesma distância, entre o mar  e a fronteira com a Jordânia, também definida pelo Rio Jordão, dá 2 vezes de minha casa, no Manoel Julião, até o Quinari, ou seja, 60 km. Israel inteiro é menor do que o menor estado brasileiro, que é Sergipe.

 
Sergipe: 21.915,116 km² e Israel: 20.770 km²
(Mapas acima em escala não proporcional)

Divisão desse pequeno espaço entre seus ocupantes

   Neste exato momento (18h de ontem), notifica-se que o Irã enviou centenas de drones, mas não esses que vemos voar sobre nossas cabeças, de vez em quando, mas outros enormes, de uns 150 kg, 50 desses kg são bombas, para explodir sobre alvos militares, sendo teleguiados e sem pilotos.


Posição dos países no mapa do Oriente Médio e, abaixo, tipo de drone militar usado e fabricado pelo Irã: Shahed-136.


    E outro alerta de Jesus, sobre o que vai ocorrer próximo a sua vinda, são rumores guerras. Sempre foi assim, tem-se intensificado e desde que a Rússia, já faz dois anos, resolveu invadir a Ucrânia, voltou-se a se falar em "rumores de guerra", talvez a 3ª e última Grande Guerra, desta vez nuclear.

    E no 7 de outubro de 2023, o grupo terrorista Hamas provocou o que, mais ou menos, Jesus descreve em seu sermão, que são pessoas em fuga sob ataque iminente.

    Israel sempre será um indicador de profecias. Nunca deixou de ser o povo escolhido de Deus. Era, no Antigo Testamento, a "congregação do deserto", convidada por Deus para ser um modelo de comunhão com Ele em meio a todas as nações.

   Moisés entendeu isso, quando assim se expressou: ¹⁶ "Pois como se há de saber que achamos graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Não é, porventura, em andares conosco, de maneira que somos separados, eu e o teu povo, de todos os povos da terra?" Êxodo 33.

   Agora essa missão passou à igreja: ⁹ "Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz". 1 Pedro 2.

Quando virdes essas coisas - 1

 ³³ "Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas." Mateus 24.

   Essa é uma fala de Jesus. Está situada bem no meio do chamado Sermão Profético no Evangelho de Mateus.

  A que Jesus se refere quando menciona "virdes (de ver) estas coisas"? E o que deseja prevenir quando arremata "está próximo, às portas"?

  Destacado de seu contexto, esse trecho permite, às vezes, falar disparates. Aplicado ao sermão, podemos definir os tópicos que o antecedem.

  E, pelo menos, marcar no sermão (1) que coisas que, uma vez constatadas, são gerais, que devem, ao longo da história, desde os tempos de Jesus, ser anotadas e conferidas como permanente aviso.

   E que (2) elementos específicos para a história imediata de Israel, que até já aconteceram, mas que também soam como aviso e prevenção, caso se repitam. Vamos dar exemplo.

   Especificamente, houve rebeliões judaítas contra Roma em 70 d.C e 132 d.C. Nessa primeira, Jerusalém foi destruída e, na segunda, toda a parte norte, a Galileia, e os judeus foram espalhados pelo mundo da época.

Procissão romana da vitória, em 70 d.C., como profetizado por Jesus. Vê-se o candelabro (a Menorah) do templo, carregada como troféu. O historiador Flávio Josefo (37-100 d.C.) menciona essa guerra em sua História dos Judeus.

Fortaleza de Massada, última resistência dos judeus na guerra de 132 d.C., rebelião liderada por Simão Bar Kochba, lugar onde não houve rendição e, atualmente, onde os soldados de Israel prestam juramento de defender sua terra.

   Somente voltaram a ser um nação, com seu país e território, em 1948, quando um brasileiro, chamado Oswaldo Aranha dirigiu uma assembleia da ONU - Organização das Nações Unidas, criando o Estado de Israel, na Palestina.

   Em 1949, 1956, 1967, 1973, 1982, 1987, entre outras ocasiões, houve escalada de conflitos entre israelenses e palestinos, na disputa dos espaço pequeno que ocupam, subdividido entre esses dois povos.
Guerra dos Seis Dias, em 1967: numa semana, Israel neutralizou todos os seus vizinhos, Egito, Jordânia, Síria e Líbano. A infantaria tomou o lado oriental de Jerusalém, a aviação atacou, ainda no solo, os caças egípcios e os tanques, no Sinai e Colinas de Golã anexaram para Israel esses territórios.

terça-feira, 9 de abril de 2024

Reunião de oração: deslanche

    66 anos, minha idade, às portas de 67, no próximo 6 de maio, meu Pai o permita. Reflexivo de novo. Mas desta vez, para contar quintas-feiras.

  Em tinha 8 para 9 anos quando cheguei a Cascadura, igreja da segunda infância, que, surpreendentemente, mais tarde pastoreei, de 1983 a 1994.

   Dela também saí casado e pai de meu primogênito, nesse ano acima. Em 1995 viemos para o Acre e, em 1999, Deus nos completou com a menina.

   Mas o que desejo enumerar são as reuniões de oração das quais participei. Se arredondamos, para menos, calculando que a cada ano ocorrem cerca de 50 quintas-feiras, a conta de 66 X 50 = 3300.

   Estou incluindo as vezes em que minha mãe me conduzia ao colo. Portanto, lá vão cerca de 3000 reuniões de oração. Estive refletindo nessa expressão. Em Atos 2 lemos, sobre a igreja primitiva:

⁴⁶ "Diariamente perseveravam unânimes no templo". Então, diríamos: "Caramba, diariamente?! Então esse pessoal não tinha mais o que fazer?"

   Achamos diariamente um absurdo. Talvez seja por isso que era chamada "igreja primitiva". Vai ver que esse "primitiva" é depreciativo.

    E a igreja de hoje? Seria "moderna", "contemporânea" ou "ilustrada"? Talvez, mudando o termo "reunião de oração", quem sabe, turbinamos a presença mais assídua.

   Certo, pode ser que o termo alterado, realmente, desperte uma presença mais motivada. Mas a relevância em si da oração já se constitui motivação.

   O termo "primitiva", da Igreja acima, não é depreciativo, mas qualificativo de ideia original. Marcava aquela igreja a presença na reunião de comunhão. Igreja é sempre reunião. E tudo nela propõe comunhão.

   Todas as repetições, na igreja, visam comunhão. E como há repetição na igreja! Há quem, então, classifica como monótona essa rotina. Por isso há muitas opções de "atrativos" em novas "modalidades" de igreja.

   Focando, de volta à oração, seria possível ou viável encará-la como monótona? Rotineira, necessariamente sim. Porque o que fazemos sem orar? Mas monótona, nunca, pois como seria monótono um diálogo com Deus?

   Bem, é verdade que Jesus, especialista em oração, aconselha que evitemos (1) vãs repetições, (2) exibição para a assistência incauta e (3) criancisse no conteúdo, principalmente pedidos ou argumentações.

   Fora isso, meu irmão, deslanche na oração. E reveja a lista das atividades da igreja primitiva (sempre) no bom sentido, para verificar que eles não agiam nunca por monotonia ou rotina.

    A igreja é uma dádiva a nós. Não faça por menos. Cuidado para não menosprezá-la. Nesse caso, o problema (sempre, de novo) vai estar em nós. 

sábado, 6 de abril de 2024

Fé tamanho grão de mostarda

²⁰ "Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível." Mateus 17.

   Hoje estivemos exercitando nossa fé grão de mostarda. Os pastores do Norte estiveram em reunião, num breve compartilhamento de cada igreja, recanto e vida pessoal.

  Muito produtivo. Quando nos encontramos, mesmo que seja breve e de tão longe, há vislumbre. Digo, vislumbre do que a fé é capaz.

   Uma das coisas que comentamos, foi o tempo. 40 anos de Nelson e Josilene no Acre, quase 30 de Cid Mauro e Regina, e o turno do pastor Roberto e sua família, também veterano em Manaus.

   Ele lembrou quando nos conhecemos em São João de Meriti, Rio, RJ. Ele, Limeira e eu. Pastor Limeira foi esse homem de visão, usado por Deus, retirante do sertão da Bahia, operário padrão, na década de 40 (século passado) em Pedra de Guaratiba, construindo as instalações do antigo Seminário, e quem projetou a visão para o Norte, na década de 80 do século passado.

   Pastor Roberto lembrou que foi em 1986 que o conheceu. E foi por esse ano que os trabalhos em Rio Branco, Manaus e Boa Vista foram iniciados. O caçula dessa geração, pastor Reinan, está iniciando seu ministério nessa capital de Roraima.

   E em Porto Velho está o pastor Márcio, esposa e filha, no trabalho que Nelson e Josilene iniciaram em 1996, com a chegada de Cid Mauro e Regina para ficar no lugar deles em Rio Branco, no ano anterior.

   E o caçula aqui, em Rio Branco, agora é o nosso Presidente da Associação, pastor Jeremias, esposa e filho. Outros por aqui já passaram, lembrando  Cesar Parise, Moisés Teles, 2 vezes, e Alexandre Caria.

   Nosso objetivo agora é despertar vocações que sejam regionais, como o pastor Roberto. Muito temos que louvar ao nosso Deus, que tem despertado vocações de quem se move a partir do Sul e do Nordeste, como o pastor Márcio, de Recife, PE.

   Nelson Rosa, de Minas, convertido a Jesus no Rio de Janeiro e seminarista em Recife, de onde veio, em 1984, casado com Josilene, para Rio Branco. E pastor Jeremias, de São Paulo, com a esposa de Itaboraí, RJ. Eu e Regina, cariocas.

   Nosso salto com a fé do tamanho de mostarda é despertar obreiros. Também estreitar as distâncias. Orar uns pelos outros, conhecendo mais da vida pessoal e das dificuldades de cada campo.

   E também agregar mais a gente do Norte. Ele é maior do que somente os campos mencionados aqui, neste texto. Temos certeza que a fé de mostarda supre, e ainda há espaço para muito mais.

   Pastor Roberto, de Manaus, despediu-nos com tocante intercessão, na qual mencionou cada campo e cada pastor. Ficamos, com o nosso amém, às necessidade mencionadas em nossa reunião. Mas sabemos que há mais. Muito mais. Nosso limite é o impossível. Não. Além dele. 

  Para Deus, que sempre faz muito mais do que pedimos e pensamos. A Ele seja a glória. E também a nossa disposição em servi-Lo. Desfiamos todos a ter esse tamanho para a fé. Basta do tamanho de um grão de mostarda.

Motivos de oração:
1. Pastor Reinan, o caçula, em Boa Vista, RR, está para casar. Fará um voo de, aproximadamente, 2h, até a tribo da cultura onde sua noiva missionária trabalha, no meio da mata e da fronteira (meio conflagrada) da Venezuela, para lhes explicar esse "rapto". Oremos.

2. A igreja em Porto Velho aniversaria, oremos pelo Pastor Márcio, esposa e filha, o casal em tempo de revisões médicas, e pela viagem até lá programada pelos pastores Cid Mauro e Jeremias, cobertos 540 km entre Rio Branco e esse destino. Oremos.

3. Pastor Roberto e os desafios em Manaus, semelhantes ao do pastor Reinan: que haja despertamento de vocações, sejam assumidos desafios de expansão, pastor Roberto no bairro de sua igreja, e pastor Reinan no desafio de uma nova congregação em Boa Vista. Oremos.

4. Pastor Cid Mauro pensa na possibilidade de emancipação de sua Congregação, orando por desafios a ser alcançados. E pastor Jeremias por sua responsabilidade em nos dirigir e seus desafios, com sua própria igreja e suprindo, com a ajuda dos pastores Nelson Rosa e Cid Mauro, as igrejas do Tancredo Neves e Iolanda Fleming, no momento sem pastores.

5. Louvemos a Deus por este ano e mês que marcam 40 anos de chegada do casal Rosa a Rio Branco, Acre. Estão em plena atividade, na igreja do Ilson Ribeiro e na congregação do Eldorado. Roguem a Deus suprimento para sua saúde e vida ministerial. Eles são pioneiros e exemplo de dedicação. Eles têm fé do tamanho desse grão. Tenhamos fé desse mesmo tamanho. Oremos.

Casal Nelson e Josilene Rosa

 
Pastores, foto da esquerda, sentido (do antigo) ponteiro do relógio: de baixo para cima pastores Jeremias, Vila Betel 2, Rio Branco, AC; Roberto, Manaus, AM; Márcio, Porto Velho, RO; Cid Mauro, bairro Manoel Julião, Rio Branco, AC; Reinan, Boa Vista, RR. Foto da direita: Oremos.

sexta-feira, 5 de abril de 2024

O "mas" de Deus (ou como ser um caradura)

 ⁹ "Fiz a tua fronte como o diamante, mais dura do que a pederneira; não os temas, pois, nem te assustes com o seu rosto, porque são casa rebelde." Ezequiel 3.

   Mais do que cara de pau. Cínico. Um tremendo "caradura". Vamos adotar este neologismo. Caradura é o profeta. Profeta é o cínico, aos olhos de quem (não) ouve.

  Porque expõe mazelas, sem esquecer das suas. Prima pela autenticidade, a começar pela tentativa com sua própria coerência. Se está nessa condição, tentou evadir-se.

  E sempre no cara a cara com Deus. A coisa é tão séria, que até Deus, nessa hora, tende a perder sua (infinita) paciência. Com Moisés, literalmente, quase cometeu um homicídio:

   ²⁴ "Estando Moisés no caminho, numa estalagem, encontrou-o o Senhor e o quis matar." Êxodo 4.

  Jeremias disse ser na'ar, termo que indefine, algo tão imaturo quanto um pré-adolescente leso, como se diz por aqui. Tentou, mas não deu certo. Podemos até ouvir o tom da reprimenda divina:

  ⁷ "Mas o Senhor me disse: Não digas: Não passo de uma criança; porque a todos a quem eu te enviar irás; e tudo quanto eu te mandar falarás." Jeremias 1.

  Amós, já esmerilhado, usou como argumento de autenticidade dizer quem, o que era e sua ocupação. "Mas Deus..."

   (Diga-se, de passagem, nossas definitivas e maiores bênçãos estão descritas por sentenças escritas após as adversativas, os "mas" de Deus -- quem lê, entenda). Abaixo segue a de Amós:

   ¹⁴ "Respondeu Amós e disse a Amazias: Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e colhedor de sicômoros.¹⁵ Mas o Senhor me tirou de após o gado e o Senhor me disse: Vai e profetiza ao meu povo de Israel." Amós 7.

   Vai e profetiza. Paulo diz aos Coríntios, "principalmente profetizeis": ¹ "Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis." 1 Co 14.

   Para uma palavra profética autêntica, é necessário comer o livro: ⁸ "Tu, ó filho do homem, ouve o que eu te digo, não te insurjas como a casa rebelde; abre a boca e come o que eu te dou.⁹ Então, vi, e eis que certa mão se estendia para mim, e nela se achava o rolo de um livro. ¹⁰ Estendeu-o diante de mim, e estava escrito por dentro e por fora; nele, estavam escritas lamentações, suspiros e ais." Ezequiel 2.

   Se for doce, na boca, será amargo no estômago. Mas está mais para o inverso, como chá de boldo. Aliás, o livro das "escritas, lamentações, suspiros e ais" dói por todas as partes, mas finda (como se diz no Acre), dando alívio.

   E que alívio!

    Por que dói? Há mais uma adversativa que explica: ⁴ "Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, ⁵ e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos —, ⁶  e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus". Efésios 2.

  Há uma cruz, no meio do caminho, a dor maior para todo alívio. Mas (mais uma) defronta a contradição humana. Quem é profeta cara de pau sabe disso. Caradura.

   Prega isso. Por quê? Porque tentou, mas (de novo) não conseguiu fugir. Não fuja da cruz no meio do caminho. Põe tua vida na sentença escrita apos o "mas" de Deus.

domingo, 31 de março de 2024

Vivendo na plenitude da ressurreição

 ¹ "Mas, no primeiro dia da semana, alta madrugada, foram elas ao túmulo, levando os aromas que haviam preparado. ² E encontraram a pedra removida do sepulcro; ³ mas, ao entrarem, não acharam o corpo do Senhor Jesus. ⁴ Aconteceu que, perplexas a esse respeito, apareceram-lhes dois varões com vestes resplandecentes. ⁵ Estando elas possuídas de temor, baixando os olhos para o chão, eles lhes falaram: Por que buscais entre os mortos ao que vive? ⁶ Ele não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como vos preveniu, estando ainda na Galileia, ⁷ quando disse: Importa que o Filho do Homem seja entregue nas mãos de pecadores, e seja crucificado, e ressuscite no terceiro dia. ⁸ Então, se lembraram das suas palavras. ⁹ E, voltando do túmulo, anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os mais que com eles estavam. ¹⁰ Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; também as demais que estavam com elas confirmaram estas coisas aos apóstolos." Lc 24.


    A pergunta dos anjos às mulheres deslocam-nas para a lógica da fé. Quando aparecem anjos, dignificam ainda mais o que está reservado aos que creem. O acontecimento maior da fé estava diante delas.

   A sua rotina envolvia uma expectativa triste. Era costume pôr unguentos sobre o corpo dos finados até o quarto dia. Era a madrugada do terceiro. Elas seguiram para o túmulo com essa intenção.

   Seu primeiro impacto foi encontrar o túmulo aberto. Então entraram, e o encontraram vazio. Ao avistar os anjos, assustaram-se. Baixaram os olhos com temor, daí o questionamento deles.

   "Por que buscais entre os mortos ao que vive?" A ressurreição de Jesus nos coloca dependente do poder de Deus. Porque o mesmo poder que Deus exerceu em Jesus é o que nos converte de nossa condição de morte.

¹⁸ "...iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos ¹⁹ e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; ²⁰ o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais". Efésios 1.

   A ressurreição de Jesus nos coloca diante das bênçãos celestiais, mas não no sentido da alienação, porém no sentido de buscar em Deus o sentido dos valores originais de Seus propósitos.

¹ "Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. ² Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; ³ porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. ⁴ Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória."Cl 3.

   E a vida prática do crente, em sua vivência de fé, suprido pelo poder de Deus, constitui-se numa vida em constante renovação, na qual os valores dos céus definem as escolhas e opções na experiência e vivência no mundo.

³ "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, ⁴ para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros ⁵ que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo"1 Pe1.

   Viver pela fé é viver na plenitude do poder da ressurreição de Jesus. O dom da vida, em seu sentido original, provém de Deus. Viver de modo pleno, com os valores do amor, é viver nessa plenitude do Espírito.

¹⁹ "Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; ²⁰ logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. ²¹ Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão." Gálatas 2.

terça-feira, 26 de março de 2024

Ester e uma vida na providência de Deus

 ⁵ Ora, na cidadela de Susã havia certo homem judeu, benjamita, chamado Mordecai, filho de Jair, filho de Simei, filho de Quis, ⁶ que fora transportado de Jerusalém com os exilados que foram deportados com Jeconias, rei de Judá, a quem Nabucodonosor, rei da Babilônia, havia transportado. ⁷ Ele criara a Hadassa, que é Ester, filha de seu tio, a qual não tinha pai nem mãe; e era jovem bela, de boa aparência e formosura. Tendo-lhe morrido o pai e a mãe, Mordecai a tomara por filha. Ester 2.

1.Órfã e exilada, mas sem traumas ou mágoas:

   Neste ponto de partida a um final assombroso, na história dessa menina. Nascida no exílio, ou lá chegada nova na idade, Hadassa havia perdido os pais.

   Mas plena de marcas positivas de cuidado, por parte de Mordecai, sobrinho de Abiail, pai dela. Ester, assim mais conhecida, não sabia, mas um gesto tresloucado da rainha persa Vasti, feminista fora de época, definitivamente mudaria sua vida.

   Assuero, o Xerxes I, da história, rei persa entre 486-465 a.C., promoveu um banquete de 180 dias, exagero típico daquele imperador do mundo. Os persas, hoje iranianos, haviam vencido os babilônios em 539, libertado os judeus em 536 a.C. A história de Ester acontece no reinado desse rei.

    Muito regado a vinho, mandou chamar Vasti, para que se exibisse aos convidados. Ela se recusou. E foi esse gesto que tornou possível a Ester entrar em cena.

⁸ "Em se divulgando, pois, o mandado do rei e a sua lei, ao serem ajuntadas muitas moças na cidadela de Susã, sob as vistas de Hegai, levaram também Ester à casa do rei, sob os cuidados de Hegai, guarda das mulheres. ⁹ A moça lhe pareceu formosa e alcançou favor perante ele; pelo que se apressou em dar-lhe os unguentos e os devidos alimentos, como também sete jovens escolhidas da casa do rei; e a fez passar com as suas jovens para os melhores aposentos da casa das mulheres." Ester 2.

2. Mudança súbita, sem ostentação:

   A rapaziada do Palácio, ora, ideia de cabeças juvenis, sugeriu, literalmente, um concurso de beleza. Ou seja, comissários, por todos os recantos da cidadela de Susã inscreveriam meninas numa rigorosa seleção.

  Destacou-se Ester. Hegai, responsável pelo escrutínio, pondo seu gosto na moça e sem encontrar concorrência, apresentou-a ao rei. Haveria todo um tratamento de beleza por 1 ano.

    Mas não era somente a extrema beleza o destaque de Ester. Mordecai a instruía meticulosamente, e ela não lhe desprezava os conselhos, o principal deles de não revelar sua identidade judia. A tudo ela atendia.

  O primo a acompanhava muito próximo, também atento ao que ocorria no Palácio, principalmente nos bastidores. E  esse senso de observação levou-o a descobrir uma típica intriga palaciana de época.

   Mordecai advertiu Ester e esta ao rei. Ora, não haveria chance maior de tanto ele quanto ela crescerem no conceito de Assuero. A delação e consequente punição dos culpados foi tudo registrado nas Crônicas do reino.

3. O desafio da melhor escolha de uma vida:

¹⁰ "Então, respondeu Ester a Hataque e mandou-lhe dizer a Mordecai: ¹¹ Todos os servos do rei e o povo das províncias do rei sabem que, para qualquer homem ou mulher que, sem ser chamado, entrar no pátio interior para avistar-se com o rei, não há senão uma sentença, a de morte, salvo se o rei estender para ele o cetro de ouro, para que viva; e eu, nestes trinta dias, não fui chamada para entrar ao rei. ¹² Fizeram saber a Mordecai as palavras de Ester. ¹³ Então, lhes disse Mordecai que respondessem a Ester: Não imagines que, por estares na casa do rei, só tu escaparás entre todos os judeus. ¹⁴ Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?" Ester 4.

    Mas não só de intrigas meia-sola vivia a Pérsia daqueles dias. Aliás, para tempos depois da história de Ester, Assuero/Xerxes I findou, como diz o acreano, assassinado em 465 a.C. Mas essa é outra História.

   Aqui na nossa, o rei, ingenuamente, enalteceu um tal Hamã, vaidosíssimo e nutrindo ódio aos judeus. A ponto de urdir uma intriga aos ouvidos do rei, taxando o povo de Ester de insubordinados à lei persa, intratáveis e conspiradores. Deveriam ser eliminados.

     Hamã exigia, por onde trasitasse, reverência até o chão. Adivinhem que não estava nem aí para isso?  Acertaram: Mordecai. Bastou, para Hamã turbinar sua intriga e seu ódio.

   Ele ajuntou peso de 10 mil talentos de prata, uns 40 milhões hoje, para o expediente de aniquilar os judeus, e mais o saque de seus bens. E se marcou dia e mês para a chacina.

4. Não ao medo e à covardia:

    ¹ "Ao terceiro dia, Ester se aprontou com seus trajes reais e se pôs no pátio interior da casa do rei, defronte da residência do rei; o rei estava assentado no seu trono real fronteiro à porta da residência. ² "Quando o rei viu a rainha Ester parada no pátio, alcançou ela favor perante ele; estendeu o rei para Ester o cetro de ouro que tinha na mão; Ester se chegou e tocou a ponta do cetro. ³ Então, lhe disse o rei: Que é o que tens, rainha Ester, ou qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará. ⁴ Respondeu Ester: Se bem te parecer, venha o rei e Hamã, hoje, ao banquete que eu preparei ao rei." Ester 5.

   Mordecai advertiu Ester de tudo. E pediu a ela que intercedesse junto ao rei. Ela mandou avisar que o rei estava incomunicável, num retiro inacessível, sob risco de morte se importunado.

   Mordecai replicou solenemente, assinalando a gravidade do momento: nem ela escaparia ao morticínio de todo o nosso povo. Porque a norma de lei persa, uma vez proclamada, era irrevogável.

   Aqui floresce a virtude de Ester, que assume o risco. Muito diferente de Vasti, foi sábia no desafio de interpelar o rei no tempo proibido. Com refinamento, põe-se no lugar da providência de Deus, como falara Mordecai.
   
   Interessante que, nenhuma vez, neste livro, o nome Deus é mencionado. Mas Sua presença todo o tempo reconhecida. Ester fez-se anunciar ao rei. Havia pedido a Mordecai e seu grupo que por ela jejuassem. O rei lhe estendeu o cetro. Ela lhe tocou a ponta. E fez o seu pedido.

    Que o rei agendasse um banquete, exclusivo para ela, o rei e Hamã. Aqui insinua-se a principal marca de Ester. Vale a pena notar seu expediente, que não brota, por espontaneidade, de uma mulher superficial qualquer.

   Destacava-se, nessa rainha, uma formação de vida forjada em reflexão, de passado sofrido, em exílio e orfandade, mas sem mágoas, continuamente influenciada pela virtude de caráter de Mordecai.

   Porque era típico dele não sair, todo o tempo, de muito próximo à casa do rei. Não era como Hamã, ali presente por egolatria, mas presente para doar-se em serviço. Daí ter descoberto a conspiração, a suprir por conselhos a rainha e servir como referência em momentos cruciais.

6. Prevalece a sabedoria:

¹ "Veio, pois, o rei com Hamã, para beber com a rainha Ester. ² No segundo dia, durante o banquete do vinho, disse o rei a Ester: Qual é a tua petição, rainha Ester? E se te dará. Que desejas? Cumprir-se-á ainda que seja metade do reino. ³ Então, respondeu a rainha Ester e disse: Se perante ti, ó rei, achei favor, e se bem parecer ao rei, dê-se-me por minha petição a minha vida, e, pelo meu desejo, a vida do meu povo. ⁴ Porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem e aniquilarem de vez; se ainda como servos e como servas nos tivessem vendido, calar-me-ia, porque o inimigo não merece que eu moleste o rei. ⁵ Então, falou o rei Assuero e disse à rainha Ester: Quem é esse e onde está esse cujo coração o instigou a fazer assim? ⁶ Respondeu Ester: O adversário e inimigo é este mau Hamã. Então, Hamã se perturbou perante o rei e a rainha." Ester 7. 

    Ester agenda um primeiro banquete porém, magistralmente, somente num segundo vai surprender o bajulador Hamã e ao próprio rei. Inteligente em seu estratagema vai, a um só tempo, denunciá-lo e ainda suplicar pela vida de seu povo, incluída ela mesma.

   Uma cadeia de fatos gera o clímax da história. Hamã compatilha com a esposa a chance do banquete real. Ela sugere que ele mande instalar uma forca para dependendurar Mordecai.

   Enquanto isso, uma iinsônia providencial do rei requer uma leitura na madrugada. Trazem o Livro das Crônicas dos Feitos Memoráveis, onde se registrou a delação oportuna e salvadora de Mordecai.

   Ao perguntar pela recompensa oferecida, nada foi a resposta. Dia seguinte, muito ironicamente, o rei pergunta a Hamã o que fazer a um homem a quem muito se deseja honrar. Num surto decisivo de vaidade, Hamã acha "só pode ser eu" e, pretensioso, exagera: "Seja vestido como rei, com coroa e montaria real. E um 'arauto de mídia' repita, por toda a cidade: 'Assim se deseja fazer ao homem a quem o rei honra' ".

  Só faltou a Hamã infartar, quando soube que o rei falava de Mordecai. Imaginem a cena. Nada mudou em no primo da rainha. Saiu dali para o seu lugar de plantão, próximo, muito próximo, sempre próximo ao rei, para benção e segurança deste.

    Hamã foi chorar com a esposa, que o advertiu: "Já vi tudo: se esse tal Mordecai, perante quem já começaste a cair, é desse povo judeu, você vai cair definitivamente". Certíssima.

  E no banquete do segundo dia, Ester foi dramática, expondo, diante o rei, o culpado de tudo. Ela concebeu e explorou o suspense. Ao ouvir o clamor e denúncia, Assuero se retira ao jardim, para conter sua fúria e idealizar a solução que trouxe pronta.

    E voltando, encontra o covarde Hamã suplicando clemência aos pés de Ester. O rei interpreta esse gesto como afronta à rainha, chantagem ou simulação, e o manda enforcar na mesmo cadafalso disposto por ele para Mordecai. Cumpre-se a dedução de sua arguta esposa.

   E como um monarca persa não pode refutar sua palavra, ele oredena ser armados todos os judeus, para autodefesa contra os inimigos, no dia exato do extermínio previsto.

   E quem lhes transmitiu essas ordens foi o próprio Mordecai, agora ocupando o lugar de Hamã, trazendo consigo o anel que selava os mandados do rei, finalmente em justas mãos.

Lições da menina-rainha:

1. Traumas e perdas, ainda que sejam cedo na vida, podem ser supridas e contornados por dedicação e amor: o primo Mordecai forjou um caráter de fé na criação compartilhada com Hadassa;

2. Uma repentina projeção pessoal de vida, um dos mais cobiçados sonhos paternais, pode reservar uma armadilha de soberba para o ego, e não oportunidade de aprimoração de um caráter de fé;

3. Repostas a momentos de crise, necessárias aos desafios da vida, podem ser covardes ou desafiadoras, quando se alavanca qualquer provação, como ilustra Tiago, para uma prova de fé, perseverança e maturidade;

4. A sabedoria das escolhas certas na vida, para pequenas ou grandes responsabilidades, não é resultado espontâneo ou de improviso, mas provém de um amadurecimento continuo;

5. A formação de fé que a menina Hadassa recebeu de Mordecai, o exemplo de vida deste primo, e sua presença muito próxima quando surge Ester, garante que os personagens desta história tenham experimentado a providência de Deus na preservação deles mesmos e de todo o povo.