quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Uma história sobre o Deus

"Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim". Gênesis 3:8.

     Expressivamente poética essa cena. Na suposição de que exista um Deus. Que ele colocou num jardim o homem/mulher que criou. Que Deus os procurou. E por que se esconderam.

     Avançando com a possibilidade dessa história, que seja analógica ou literal, enquanto se presumiam escondidos, nesse meio tempo que Deus os procurava, o que pensavam, levando em conta que se presumiam escondidos?

    Na suposição de que há um Deus, ou, no caso, que havia um Deus e essa história era e foi um momento histórico e literal na vida desse casal primordial, o que Deus tinha em mente enquanto os procurava?

     Seguramente podemos supor, extraindo lições de quem sejam homem/mulher e Deus, ambos os personagens dessa ilustração. Homem/mulher estavam escondidos presumidamente, mas já estavam decaídos.

    Ou seja, na expectativa ou perspectiva de que exista um Deus, situavam-se para baixo dEle. Essa fuga e esse se esconder avançava com o casal depreciativamente. E o Deus?

    Refletir sobre o que o Deus da história pressupõe, quando caminha na direção do casal que se acha, sim, Adão e Eva da história "se acham", quer dizer, presumem, de novo, que dava para remediar se escondendo por ali.

    Talvez a primeira lição a aprender é que a gente não vire de costas para Deus, tentando se esconder, presumindo resolver desse modo nosso problema com Ele.

   E quem é esse o Deus? Essa história aí atrás, afinal, é histórica? Ou apenas suposição? Se for suposição, tudo com relação a o Deus é suposição, até a sua, desculpe, Sua existência. Porque se for para supor, por que a suposição dessa história aí de cima é a bambambã da hora? Essa história é? Então temos pistas para conhecer quem somos e Quem Deus é.

    Mas se essa história aí é modulada, não temos muita segurança em afirmar nada: vai depender do grau metafórico a ela atribuído. Afinal, o Deus sai ao encontro do casal decaído com intenções? Quais? A fim de que está o Deus quando vai procurar os dois?

     E os dois, no caso nós, visto que naquele casal estamos todos nós? Sim, afirmo e pergunto, aqui, ao mesmo tempo. Vou repetir. Naquele casal estamos todos nós? Se estamos, com que cara vamos nos converter ao Deus? 

    Presumidamente, é claro. Tudo presumidamente. A credibilidade da história. A existência do Deus. As intenções dEle. E a nossa cara de pau. Ora, decaídos. Decaídos? Pretensões do Deus. Vai ver quem nem estamos decaídos. Apenas estamos. E a vida é isso aí mesmo. Ou mermo.

    Sim. Certo. Como saber com o que Ele vem ao nosso encontro? Estamos escondidos? Afirmativamente, aqui, ou perguntado? Aqui onde moro existe o "manja do esconde" que, traduzido na fala de minha origem, é o "pique-esconde". Estamos no pique-esconde com o Deus? Afirmativamente falando ou perguntado, de novo, aqui.

    O que o Deus que nos procura e continua a procurar quer com a gente? Você manja? A gente manja? Perguntado, aqui, ou afirmado. Perguntado, aqui, ou afirmado? Presumido. Afirmado. Presumido? Perguntado. Entendido?

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Fé e qualidade de vida

      Costume já natural naqueles anos, deu Terá o nome de Naor a um de seus filhos, sendo esse o nome de seu pai. Portanto, temos Naor, pai de Terá, avô de Naor, irmão do meio de Abrão e Harã. Interessante essa história de avós na Bíblia.

     E de xarás também. Temos um Lameque crente, pai de Noé, que deposita, profeticamente, no filho, a esperança de alívio, numa terra castigada por suas opções de pecado.

     Outro descrente, este descendente de Caim, que optou por assassinato por motivos fúteis, de propósito, como seu "tera-avô", além de casar com duas mulheres de uma vez, outra invenção contra os desígnios de Deus.

      Seu tataravô, que ironia, foi Enoque, não o crente, mas o filho direto e dileto de Caim, que fundou uma cidade, pondo nela esse nome de seu filho do coração. Isso tudo para dizer que nomes não guardam destinos neles fixados ou superstições.

      Josué, em seu sermão de despedida, menciona Terá, o pai de Abraão, advertindo o povo contra a idolatria. Porque estava sempre muito próxima do povo e arraigada nos vizinhos da terra que iriam ocupar. Que então atentassem em buscar ao Senhor, porque ele, Josué, e sua casa fariam assim.

     Daí ele mencionar a idolatria do pai de Abraão, a idolatria dos algozes egípcios do povo, em seus 400 anos de cativeiro, e agora a idolatria dos amorreus ou canaanitas, todas as famílias de que Deus havia dito, ainda nos dias de Abraão, que a paciência dEle, Altíssimo, ainda não houvera, naquela época, esgotado-se.

     Quem pois, evangelizou Abrão, se o pai era idólatra? A fé chegou ao patriarca, certamente, mas não, provavelmente, por ninguém de sua casa. A não ser que, como no caso da mãe ancestral, Eva, avó de Enos, ou sua anônima mãe ou avó, agora como no caso de Timóteo, que Loide e Eunice eram crentes, talvez uma dessas tenha falado a Abrão sobre o Deus de Melquisedeque.

     Aliás, esse nome pode ser uma pista do endereço dos evangelistas, por assim dizer, pois "evangelho", como boa nova, só vem com Jesus, mas o nome desse "sacerdote do Deus Altíssimo" seja uma pista segura do modo como a fé chegou a Abrão.

     A fé antecede Abrão. Existe antes dele. Não sabemos se criança, adolescente, jovem ou adulto ele creu. Quando Deus define seu chamado, ele já tem 75 anos. Não podemos dizer quando tenha sido convertido.

    Mas seu chamado foi duplo. Porque Gn 12,4 cita essa sua idade e a saída de Harã, mas em At 7,2, Estevão cita que Deus lhe apareceu quando ainda estava na Mesopotâmia. Terá sido aqui sua conversão? Porque Gn 11,31 afirma que a iniciativa de sair de Ur dos caldeus, na Mesopotâmia, foi de Terá.

     Essa saída pode ter sido por iniciativa de Abrão, tendo influenciado todo o clã, e a mudança para um lugar a que chamarão Harã, o nome do irmão cuja morte pode ter reforçado o desejo de migração, denuncia o apego deles entre si. O reforço da chamada de Deus, em Harã, que coincide com a morte do patriarca Terá motiva, enfim, a saída em direção a Canaã.

      O justo viverá por fé. Assim vamos examinar as estações da fé desse que será chamado o "pai da fé". Como primeira observação, a fé é maior e anterior a Abraão. Alguém o evangelizou, que pode ter sido uma das mulheres da família, algum parente ou algum estranho.

     Essa anotação de Estevão em seu sermão indica 1. que Deus lhe apareceu; 2. disse que saísse de sua terra e parentela; 3. fosse para um lugar ainda a ser indicado. Primeira decisão de fé. Não sabemos se aqui esse chamado coincide com a conversão de Abrão.

      Mas já foi o primeiro desafio de fé. Estevão assinala que as promessas feitas a Abrão pareciam o inverso, porque 1. nem 'espaço de um pé' Abraão teve na terra; 2. mas houve promessa de dá-la toda e a sua descendência; 3. ele não tinha filho, então, como descendência?

     Aprendemos algo sobre fé nessa etapa inicial da vida de Abrão. 1. a fé surpreende: imediata e sem grau previsível de maturidade; 2. não tem compromisso com coisas, com concretização de promessas, mas com a relação com Deus; 3. inclui, sim, aspectos terrenos, mas o seu principal aspecto é de natureza celestial, por assim dizer.

     O comentário do autor de Hebreus assim define: "Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria". Hebreus 11:13,14.

     Humanamente falando, a expectativa da fé pode ser frustrante. Pelo texto acima, deduzimos: 1. morre-se na fé, mas sem se obter as promessas de fé; 2. são verdadeiras, mas vistas de longe, saudadas de longe e se confessando resignação; 3. falar e compreender assim testemunha reconhecer a natureza da fé.

     Viver por fé, então, pelo modelo que Abraão nos adverte, significa: 1. conversão para um modelo de vida que tem a fé por aferição; 2. atender ao chamado de Deus independente do grau de maturidade de vida com Deus ou de vida de fé; 3. compreender que viver por fé não está associado a estocar bens ou coisas, mas na qualidade de relação com Deus.

     Vive-se neste mundo, com os pés no chão (com Deus, mais do que no chão, com o pé na estrada). Mas o modelo de vida traz para cá o que a pátria de Deus, a cidade de Deus, tudo o que o céu deseja antecipar. Paulo diz:

      "Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus". Colossenses 3:1-3

    O que ele quer nos dizer: 1. ser "ressuscitado com Cristo" significa ser convertido. Aqui se dá o chamado. Não sejamos como Abrão, a quem Deus teve que repetir o chamado; 2. buscar e pensar nas coisas lá do alto. Deus tem para a terra o padrão do céu. Venha o teu reino e seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.

    3. a nossa morte significa despir-se da mortalha de vida que o mundo oferece, presa e arraigada aos valores daqui de baixo, e buscar, pensar e porfiar pela vida que está oculta com Cristo em Deus. Que não significa uma vida remota, distante e alienada da realidade.

     Mas uma realidade interpenetrada e regida por ações de fé. Porque o justo viverá por sua fé.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Excelentíssimo Teófilo

     Provocativa essa introdução de Lucas, o Evangelista, a sua dupla obra, quais sejam, seu Evangelho, por assim dizer, e seu esboço de história da igreja.

    Neste último, como ninguém, antes ou depois dele, escreve o essencial para assinalar que o que Jesus Cristo prometeu, textualmente, no outro Evangelho de seu amigo Mateus, Ele cumpriu: edificou (e continua a edificar) Sua igreja.

     Lucas põe em sua dedicatória toda uma expectativa. Acho interessante constatar que ele, focando o Excelentíssimo, na verdade foca para além dele. Escreve ao seu amigo Teófilo, de nome deveras sugestivo, Teo = Deus e filo = amigo, um livro de uma enorme expectativa.

    Vale a pena ler e cotejar, reflexivamente, o que ele diz. Põe em sua introdução, panorâmica, em termos explicativos, de sua empreitada, o esboço de suas pretensões. Chama a atenção para o Seu método e onde pretende chegar com ele.

     E aí se confirmam as suspeitas que deseja, na verdade, escrever para além de Teófilo ou, quem sabe, sua intenção deliberada é tornar a todos os seus leitores "Teófilos", quer dizer, amigos de Deus.

    A todos os que se debruçarem sobre suas anotações, que ele mesmo classifica como ordenadas, desde suas fontes, de forma criteriosa, analítica e fidedigna. Por isso, ele mesmo assinala, aptas a formar o leitor em toda a verdade dos fatos.

     Lucas projeta Teófilo e, para além dele, para cada leitor, e além de cada leitor, nessas suas duas obras. Chamada, a primeira, tipicamente "Evangelho", é exatamente o que esse título representa: uma notícia. E que notícia! Que boa notícia!

    Para se ler e não se conter, em si mesmo, com sua leitura. É para além se si próprio, é notícia para ser espalhada. Livro aberto, para além de uma simples dedicatória pessoal, sim, pode até ser considerada pessoal, mas é para todas e cada pessoa.

     O que Lucas diz a Teófilo, no trecho final de sua introdução, é para cada um: "...para que tenhas plena certeza das verdades em que fostes instruído". Alguém antecipara-se a Lucas, no trato dessas verdades.

    A notícia já havia chegado a Teófilo. Lucas queria calçá-las, de modo preciso, em seus fundamentos. Quanta expectativa Lucas põe em sua duas obras. Quando dá continuidade, no segundo livro, ao primeiro --- leia lá, repita a leitura, não se largue dela.

     Quando dá continuidade, Lucas faz breve menção de que está continuando, num rápido e necessário vocativo, ó, Teófilo, rememorando a descrição anterior, para logo nos empurrar para dentro dessa nova narrativa.

     Um mestre, esse Dr Lucas, o médico amado, como a ele se referia o apóstolo Paulo. Cumpre-se sua plena expectativa. A gente não consegue se desgarrar de sua narrativa. No que ela tem de específico, como acontece na variedade de exposição nesse diálogo entre Evangelistas.

     Assim como no que os quatro tem em comum, atestando, entre si, plenamente, "as verdades em que foram instruídos". Valeu, Dr Lucas. Achaste entre o tempo de teu mister tempo para nos contar suas histórias.

     Alguém se antecipou a Lucas, em relação à Teófilo. Nem sabemos quem se antecipou a quem, em relação a Lucas, para torná-lo curioso no que diz respeito a seu tique de historiador. Delicia-nos o mergulho em cada trecho dessas duas narrativas.

      O que não coube, em si, de atenção e ansiedade em compartilhar com seu amigo, também não deve caber em nós. O que Lucas escreve tem destino certo e específico a qualquer e cada um leitor, mas é feito para extrapolar.

    Me lembra as palavras do hino: "Repeti-mas, inda outra vez, belas palavras de vida/Acho nelas conforto e paz, belas palavras de vida". Valeu, Dr Lucas: seus dois livros continuam a espalhar paz, por meio de sua boa notícia, a quem neles se debruça para, de novo, ler.

     Grato por sua dedicatória. Ela e o conteúdo de suas obras nos tornam Excelentíssimos: são "belas palavras de vida".

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Gratidão à família Mamed

      Melhor seria dizer, gratidão a Deus, pela família Mamed. E pelo que ela representa como dádiva de Deus a nós. Estivemos juntos, numa semana intensa, 680 + 680 quilômetros depois.

      Isso só para contar ida e volta de Rio Branco a Cruzeiro do Sul, AC. Sem contar, ou melhor, pondo na conta os 4.150 + 4.150 da distância, ida e volta, Rio de Janeiro a Rio Branco, via Vitória.

     Aliás, é uma história na qual vitória é o mínimo para se contar. Porque se abrem diante de nós os projetos de Deus. Nem vou usar a palavra sonho, por causa do desgaste semântico, quer dizer, de seu significado, tantos usos a ela atribuídos.

    Uso aqui projeto. Porque Deus os executa e o seu principal é a cruz de Jesus Cristo, onde nos encontramos com Deus, para a parceria em todos os projetos dEle. É Amós quem diz:

     "Certamente, o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas". Amós 3:7. Deus nada faz sem que nos envolva. O risco é querermos fazer algo sem envolver Deus ou algo no que ele não esteja envolvido.

     E nós, com a família Mamed, eles representando a Congregacional da Aliança, em São Gonçalo, RJ, e nós a Igreja Evangélica Fluminense, por meio de sua Congregação no Acre, apresentamo-nos a Deus para o Seu projeto. Cuidado aqui: quero dizer que todos estamos incluídos, entenderam, igrejas?

    Bem definiu o irmão Júlio Cezar Mamed em sua mensagem: missões é a busca de Deus por intensificar relacionamentos. Busca essa da qual Jesus, o Filho, é modelo. E esse irmão ilustrou falando de Jesus e da mulher samaritana.

    A família Mamed, em Vitória, sempre em vitória, relacionou-se com o idoso José Loureiro. Ora, santa coincidência, ele nasceu em São Gonçalo e tinha em Tarauacá, AC, em meio ao nosso percurso, um cliente.

    Na primeira manhã em Cruzeiro, ora, não vive bem quem nunca viu o sol nascer bem na curva do Juruá, nessa manhã encontramos seu Zeca, guardião zeloso de memórias suas e do museu do prédio do antigo Fórum, bem ali, na 'acrópole' em Cruzeiro do Sul.

     Muito nos divertimos com a história do juiz Dr. Jovino de Araújo Luz que, curiando da sacada do Fórum, brechou uma professora só de boa, numa escola ali, coladinha ao prédio, tendo largado em sala de aula seus alunos, para exatamente curiar na porta da escola. Mandou chamá-la ao seu escritório, para uma conversa.

     E tantas outras histórias, como as várias que envolvem todos os comerciantes ali do cais, vendendo seus produtos que vem e vão pelo rio Juruá, a gente que por ali passa, ali merenda, ali compra seus bens, pelos labirintos do mercado, mercado de peixe, no de carne e ainda no de farinha, essa sim, essencial.

      Rosane, meio apupunhada, ficou sonhando, isso sim, com o tacacá, assustada com o gosto recente do esposo pela pupunha. Pensou até que ele tinha ficado abirobado, mas logo descansou, quando eu confirmei que é assim mesmo: quem come uma, enfileira todas as outras.

     Fomos ver Evile no SEST/SENAT, menina de ouro, dali de Mâncio Lima, município pertinho, que veio trabalhar em Rio Branco, mas retornou a Cruzeiro para fazer prova e concorrer com mais três numa entrevista em que se saiu vitoriosa.

     Depois uma esticada à casa de Getúlio, irmão do motorista, para ouvir sobre suas idas, fosse por voadeira, fosse por avião a Marechal Taumaturgo, onde trabalha, município mais distante dentre esses do entorno do Vale do Juruá.

     Histórias de sua moto veterana, que tem com ele 27 anos, o tempo em que sou missionário no Acre. E do gol ganho num bilhete premiado da casa de material de construção onde se supriu para construir a casa onde mora. Além de histórias da própria cidade, entre outros causos compartilhados.

     Fomos apresentados ao açaí, ali no calçadão defronte ao Hotel Mandari, onde pernoitamos. Virou lei não dormir sem, antes, lambuzar-se na frutinha arroxeado-escuro. Dia seguinte, fomos a Mâncio Lima. A conversa da família Mamed foi com David, mestiço indígena irmão em Cristo e líder na educação de escolas indígenas no município.

    Conhecemos Mariozan, muito eficiente chefe do Núcleo de Ensino da Secretaria de Educação do Estado do Acre. Com ele, visitamos uma escola e a mãe, Célia, e o irmão, Eric, de Evile. E a tarde continuou a ser ganha com d. Lenita, a mãe de Gecer, nosso experiente e estradeiro motorista.

     Um banquete e outra aula de relacionamento com Deus. Uma vida como aula e um banquete feito com todo amor. Histórias da gente, do povo e da família de Shel e Shenha, apelidos de família de Gecer e Gecilene. Com direito a uma pelada, treino do time de Giles, outro irmão, meia-atacante, bem no campinho society do vizinho ao lado.

    Com o destaque da amiga  de d. Lenita, de 13 anos, que a acompanha à noite, em casa, Yasmin, menina inteligente, espiritual e lúcida com a vontade de Deus em sua vida e os planos que Deus certamente tem para ela. Filha de Dayna, lindo nome e linda mãe, irmã de Pedro. Yasmin é modelo do que desejamos para tantas crianças da Amazônia.

     Entendemos como missões a ansiedade de Deus por relacionamentos, compartilhada conosco, que somos chamados à parceria com Ele. Como Jesus e a samaritana. O Filho dizia exatamente o que agradava ao Pai dizer e ouvir.

    Quanta gente vimos carente dessa conversa, desse contato, dessa aula de teologia. Jesus começou falando sobre água, até falar sobre revelação do Verbo de Deus, conversão, perdão do pecado e verdadeira adoração.

     Ali pode-se falar sobre farinha, sobre pesca, pupunha, açaí, buriti, ou que outra palmeira for, sobre ida e vinda, sobe e desce rios, sobre crianças indígenas, sobre dignidade humana, nas ruas de Cruzeiro, para menores e dependentes químicos.

     Há histórias bonitas, há outras doloridas, há realidade viva, ao nosso dispor, como desafio. 1360 km, ida e volta, Rio Branco-Cruzeiro do Sul, via Mâncio Lima e Guajará, no Amazonas. Abre-se um novo painel. Enquadra-se um novo desafio. Gente encontrando gente.

     Lições de vida. Vida pulsante. Quem vai se colocar, como Jesus, disposto para a conversa e o compartilhar das verdades de Deus e de vida, somos cada um de todos nós. Passa à Amazônia e ajuda-nos.

     Há uma pergunta? Se a famiia Mamed está disposta? Ou se Deus vai enviá-la a esse campo? A resposta pode ser sim. Mas pode ser não, porque vão para outro campo. Porque quem vai para a Amazônia é você e sua família.

    Ou a resposta pode ser também sim, Deus vai enviá-los e a você também. O desafio é de todos nós e está posto. Está posto desde que Jesus subiu à cruz e desde que fomos unidos a ele, pelo Espírito, em sua morte e ressurreição.

     A viagem dos Mamed nos ensina a atender o chamado, que é de todos nós. Nunca entenda obediência como contrariedade à tua vontade. Embora nossa acomodação carnal sempre deseje não obedecer.

     Considere obediência adaptação e atenção à vontade de Deus, que é boa, agradável e perfeita. Paulo define que "um morreu por todos, logo, todos morreram. E os que vivem, não vivam mais para si mesmos".

   Essa é a escolha: nunca mais viver para si mesmos. Senão para Jesus, que por nós morreu e ressuscitou. Enfileire os nomes e vá se acostumando: Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, no entorno, Porto Walter e Marechal Taumaturgo, por barco ou avião. Fechamos o Vale do Juruá.

      E na rota dos 680 km, avia os nomes, em sua distância de Rio Branco: Bujari, 30 km; Sena Madureira, 140 km; Manoel Urbano, 230 km; Feijó, 360 km; Tarauacá, 420 km; com mais 260 km, a família Mamed chegou a Cruzeiro do Sul. Guarde esses nomes. Há benção para você, em cada cidade dessas. Como tem havido para mim e minha família, há 27 anos.