quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor

"Vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará. Depois de dois dias, nos revigorará; ao terceiro dia, nos levantará, e viveremos diante dele. Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra". Oséias 6:1-3

       Oseias é o profeta contemporâneo de Isaías, este pregando em Judá, reino do sul, capital Jerusalém, aquele pregando no reino do norte, capital  Samaria.
    Os dois falam do culto que Deus não aceita, por causa da vida dupla do povo, hipócrita no templo e francamente idólatra e imoral fora dele. 
    Oseias nos transmite um lamentável retrato do sacerdócio em Israel, também denominado Efraim,  em que a imoralidade do pai e filho sacerdotes, frequentando a mesma mulher, retratam o nível rasteiro dos levitas da sua época. 
     Por isso no texto acima o profeta faz o apelo ao arrependimento e ao tornar-se ao Senhor. Havia a ameaça da invasão assíria, que vai se cumprir em 722 a. C.
     Daí o profeta dizer que Deus permite que brote a ferida e o povo seja despedaçado, mas o essencial é o arrependimento e a conversão. 
     E o texto é oportunidade para que seja mencionada uma profecia messiânica, porque o símbolo maior da ferida, do fazer-se enfermar, como diz Isaias, no sul, é o que sofreu o "servo sofredor", em referência a Jesus. 
     O texto faz a conta de 2 + 1 dias, dois e três, uma alusão à ressureição de Jesus no terceiro dia. Cristo foi levantado ao terceiro dia e todos nós nEle. E Oseias propõe ao povo, como definitiva cura para as suas mazelas, conhecer e prosseguir conhecendo o Senhor.
    Pelo menos por três maneiras conhecemos o Senhor: 1. por meio de Jesus, revelação completa de Deus; 2. por meio da palavra de Deus, inspirada pelo Espírito para a nossa instrução; 3. e pela vivência, no Espírito, de tudo o que Deus se propõe a cumprir em nós. 
     Como Josué foi instruído, a palavra de Deus é para ser lida, vivida e pregada. O conhecimento de Deus nos vem por meio de Jesus, Verbo de Deus, que nos batiza no Espírito, quando cremos, o qual nos ensina e dá suporte para cumprirmos essa mesma palavra. 
   Não há limite nem plenitude de conhecimento do Altíssimo, que é insondável. Mas em Jesus, como diz Paulo, podemos ser imitadores de Deus, assim como diz Pedro, coparticipantes da natureza divina.
     Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor. Do mesmo modo que temos certeza de que vai amanhecer, a vinda de Jesus é certa. E não vamos nos afastar envergonhados na Sua vinda ou, como que desavisados, ser pegos de surpresa.

domingo, 18 de outubro de 2020

Evangelho/Evangélico - Parte 2

  3. Evangelho de Lucas: aborda genealogia num contexto diferente em relação a Mateus. Este deseja alinhar, por múltiplos de sete,  14 + 14 + 14, os ascendentes de Jesus, citando nomes-chave de sua genealogia. Lucas vai focá-la somente no cap. 3, dando outra ênfase à abertura de seu livro. 

     Vai priorizar o grupo que aguardava o cumprimento das profecias do Antigo Testamento, na melhor distinção do que Pedro comenta sobre o surpreendente de Deus: 

     "Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir. Aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos desejam bem atentar. 1 Pedro 1:10-12.

    Por isso encontramos, no início de seu Evangelho, personagens como Zacarias e Isabel, os pais de João Batista, assim como José e Maria, sobre quem Lucas vai concentrar seu foco.

     Dele, reconhecido pelas características que ele mesmo indica, de detalhado investigador de tudo o que escreve, nas palavras dele "acurada investigação de tudo desde sua origem", é que vai nos transmitir o relato da entrevista de Maria com o anjo que lhe anuncia sua gravidez. 

     Maria é a virgem de quem Isaías prontamente profetisa: "Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel". Isaías 7:14. Daí dizermos que, nessa entrevista, Maria se assusta três vezes:

1. Com a simples aparição do anjo Gabriel em seus aposentos;

2. Com a distinção de que era agraciada, sem ainda conhecer as razões por quê;

3. E, para finalizar, quando o anjo arremata seu recado, mencionando a gravidez.

     O "como será isso, de Maria", em tom de esclarecimento, e não de contestação, como foi a mesma pergunta feita por Zacarias, permite que conheçamos, com detalhe, pela palavra do médico Lucas, o modo como Jesus foi gerado, gestado e nascido: 

     "E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus". Lucas 1:34,35.

     Pelo texto, compreendemos de que depende o evangelho e a que se refere, en função de sua principal personalidade:

1. a presença do Espírito Santo, assim como a virtude do Altruísmo, definem o modelo de geração de Jesus;

2. Por essa razão, ele é autenticamente chamado, uma vez nascido de mulher, porém gerado por Deus, Filho de Deus.

     A personalidade de Jesus está diretamente associada ao evangelho. Somente ele poderia, a um só tempo, anunciar e cumprir a proposta de sua mensagem, uma vez que, como diz a carta aos Hebreus 12,2, Jesus é "autor e consumador" da fé. 

     Lucas, o médico amado, como a ele se refere Paulo, faz questão de mostrar esse lado humano, incluído o relato da manjedoura, a apresentação do bebê no templo, o menino Jesus com os doutores, etapa a etapa o desenvolvimento do homem perfeito, o segundo Adão sem pecado, ao qual Paulo Apóstolo se refere. 

     Uma cena que bem simboliza o foco de Lucas, é como céu e terra, anjos e pastores, juntos celebram a solução divina para a queda hunana e a chance de reconciliação concedida por Deus. 

     A eles foi anunciado que, por um pouco, deixassem o gado nas campinas e corressem a ver o menino enkvolto em panos, de certa forma aceito, de outra forma rejeitado. Convite a crer e a enxergar a glória de Deus. 

4. Evangelho de João: este apóstolo dá um salto acima. Se o três Evangelhos anteriores são chamados sinóticos, ou seja, que veem por uma ótica comum a sucessão da história de Jesus, João avança até antes de Jesus ter nascido, para apresentá-lo como o Verbo de Deus. 

     Como se dissesse que a ação do Pai é somente uma, manifestada na revelação em e por meio de Jesus: "Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou". João 1:18.

       A noção grega do Logos representava um avanço em relação à fase intuitiva de, por exemplo, encarar cada manifestação da natureza como ação de Zeus, o deus supremo do Olimpo, na mitologia.

   O Logos era uma explicação mais racional para a organização do cosmos, na qual estava incluída tanto a sua concepção inteligente, como uma explicação mais definida, mais "científica", dos fenômenos naturais. 

    João, a partir de sua argumentação, assume a definição grega de Logos, Verbo, Palavra, esse princípio ordenador do cosmos, para dizer que, sim, no princípio era o Logos, o Verbo, porém, com uma correção, era propriedade de Deus e, avançando, João diz que não há "um Verbo", ou um Logos, mas que "o" Verbo, o Logos é Deus:

     "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. João 1:1-3.

     Dessa forma, João inicia seu Evangelho. Indica as origens eternas do Verbo de Deus, identificando-o como Deus e afirmando ser Jesus o Verbo que se fez carne:  "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade". João 1:14.

     E logo passa a discorrer sobre sua identificação entre nós, por meio de João Batista, que aponta Jesus como o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, sendo o Batista um sacerdote fora de função, como Ezequiel e Jeremias, que confirma a vinda de Jesus e o indica como quem batiza no Espírito Santo. 

     Foi dessa maneira, enquadrado pela turma de Jerusalém, que veio reprová-lo por praticar o ritual peculiar, com exclusividade, aos sacerdotes, de dentro do templo, para fora, a que chamou "batismo de arrependimento", ele os desafiou a identificar entre eles o Messias prometido, por eles ignorado.

     E ainda foi surpreendido por Jesus, que veio por ele ser támbem batizado, ao mesmo tempo legitimando o batismo de João, quanto, definitivamente, demonstrando que sua identificação com o ser humano é total, exceto no pecado. 

    O evangelho, em João, está associado com a salvação que Deus, em Pessoa, realiza, encarnado  como Filho, que batiza no Espírito Santo. Toda a Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo empenhados em salvar, em Cristo, por meio do evangelho:

    "Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória". Efésios 1:13,14.

Evangelho/Evangélico - Parte 1

 Introdução 


     Nomes enxovalhados. O que fazer para resgatar sua verdadeira ênfase? Pedro, mais maduro e consciente, diz em sua segunda carta: "Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós".1 Pedro 3:15.

     Certamente, outro Pedro, diferente daquele do incidente com João quando, convidado por ele a entrar no pretório romano, desembocou na negação de Jesus. Fase que ilustra bem o que pode ocorrer conosco, intimidados ou envergonhados do evangelho. Paulo nos socorre, indicando o antídoto e, ao mesmo tempo, a identidade: "Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé". Romanos 1:16,17

     Questões:

1. O que é, afinal, em dimensões exatas, "evangelho/evangélico"?

2. A compreensão é estática ou dinâmica, ou seja, estagnada ou renova-se?

3. Que fontes seguras me indicam as repostas?

      Respondendo desta última questão para as anteriores, temos 4 fontes denominadas "Evangelho", um gênero literário inédito do Novo Testamento. Cada uma, por si, fornece uma pista definida que responde a principal questão:

1. Evangelho de Marcos: inicia-se dum modo típico e preciso, citando suas fontes, na Bíblia de seu tempo, na profecia de Isaías: "Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus; Como está escrito nos profetas: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti. Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas". Marcos 1:1-3.

    A palavra "princípio", para Marcos, a um só tempo significa a) "ponto de partida", assim como b) "fundamento". Depois aponta para uma personagem excêntrica, João Batista, sacerdote fora de função, profeta anacrônico e o mais anti-social dos precursores de Jesus.

     Mas representa, homem "maniento" que foi, a) advertência para o arrependimento e b) promotor antecipado do batismo, daí seu apelido "batista", do símbolo distintivo de autenticidade do evangelho.

      Jesus enaltece João, assim como este enaltece Jesus: "E eu vos digo que, entre os nascidos de mulheres, não há maior profeta do que João o Batista; mas o menor no reino de Deus é maior do que ele". Lucas 7:28; assim como João dignifica Jesus, dizendo "Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparca". João 1:27.

      Por falar em princípio, há eco nas palavras de Marcos, quando da decisão de Jesus, logo após a prisão do Batista, seguir para a Galileia anunciando, pela primeira vez, a mensagem do evangelho, indicando o contexto preciso de sua urgência e cumprimento: "E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho do reino de Deus, E dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho". Marcos 1:14,15.

     Esta fala de Jesus introduz o evangelho, contextualizando sua mensagem, assim como indicando a circunstância pela qual é incorporado à experiência humana:

1. "tempo cumprido" significa definição profética precisa, bem como última chance; 2. "reino de Deus próximo", os dois aspectos desse reino, o "já" e o "ainda não"; 3. e o arrependimento e a fé são os dois fundamentos sem os quais a autenticidade do assumir o evangelho como profissão individual de fé não ocorre.

      Marcos indica princípio e fundamento, contexto e as duas alavancas sem as quais ninguém incorpora o evangelho autêntico a sua própria experiência.

2. Evangelho de Mateus: começa por uma genealogia. Porém, Mateus foge do padrão delas e, no contexto purista farisaico de sua espoca, tiraria nota zero. Além de incluir, de modo inusitado, nome de mulheres, não escolhe aquelas de pedigree judaico definitivamente comprovado, mas mulheres goyim, quer dizer, estrangeiras, como a samaritana era considerada, o que, no mínimo, constituía-se numa provocação da parte dele. 

     Se das três, a única que não teve conduta duvidosa foi Rute, o fato de ser moabita, povo originário de uma relação incestuosa das filhas de Ló com ele, e chapados por Israel como malditos, já desabonava de uma vez, inviabilizando uma suposta inclusão nessa lista. Definitivamente, esse tal Mateus era um subversivo, no sentido lato da palavra. 

     Tamar, que entra na descendência porque foi mãe dos gêmeos nascidos do patriarca Judá, posou de prostituta, numa artimanha para enquadrar o pai dos meninos, que não a concedeu, nora legítima que era dele, ao filho caçula, cumprindo a lei do levirato.

    Desses detalhes sórdidos os "puristas das genealogias", nessa hora, não lembravam. Assim como, levianamente, não identificavam a legítima conversão de Raabe à fé do Deus Altíssimo únicos, ela com sua família, sobreviventes ao cerco de Jericó. 

    Essas três mulheres entram na genealogia, porque Mateus enfoca o termo na sua ampla acepção: "gene", genética; "logia", estudo exaustivo. O povo judeu não era o melhor, como o próprio Moisés explicou em seu discurso, no Deuteronômio, mas o privilégio (e a responsabilidade) dele é a que Paulo expressa aos Romanos nos capítulos 10 e 11: sacerdócio universal de aproximação de todas as nações com Deus, condicionado a que: 
    
     "Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim; Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo". Ex 19,4-6.

     O gene de Jesus é humano, sua identidade judaica está associada ao privilégio do sacerdócio que Deus concede a esse povo, porém o sacerdócio dele não procede da linhagem levítica, como certamente questionariam seus próprios patrícios. 

      Mas provém direito de Deus, no estilo Melquisedeque, rei de justiça, homem sem nenhum ascendente judaico ou abraâmico. Mateus já anuncia que o evangelho tem, sim, um salvador judeu, como Jesus disse à samaritana, mas tomado de entre os homens, condição que iguala os goy e os goyim, sejam judeus ou gentios, na mesma carência de salvação. 

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Evangélico, em que sentido?

    Ultimamente, com mais frequência que a gente desejava, o nome "evangélico" tem sido envergonhado. Paulo mesmo dizia "não me envergonho do evangelho", Rm 1,16-17.


    Para repetir isso hoje, precisamos de duas coisas: homens e mulheres como Paulo e saber identificar o que é "evangelho".

     Sofrer bullying pela identidade aparentada, Pedro e até o próprio Jesus sofreram. Quando este estava sendo preso, aquele, em companhia de João, acompanharam até o pretório romano. 

     João entrou incontinenti. Convidou Pedro, que relutou entrar e, o que temia, aconteceu: identificaram-no como galileu e um dos discípulos de Jesus.

    Enquadraram Pedro três vezes. Em profunda crise de identidade, recusava-se a ser apontado como seguidor de Jesus. Marcos é o único que retrata que chegou a praguejar, talvez até xingar, para negar seu pertencimento.

     E Lucas o único a narrar que o olhar de Jesus lhe promoveu arrependimento e retorno à sensatez, como diz Paulo ser necessário nessas situações.

     O próprio Jesus foi confrontado em relação à sua identidade, várias vezes, aliás, o próprio satanás, em pessoa, provocou-o com o "se" és filho de Deus. 

      Crucificado, ao lado de dois penitenciados, ouviu o "se" da parte de um deles. Como um "salvador" não salva nem a si mesmo?

     O outro repreendeu o colega. A nossa situação é justa e equivalente, a gente sempre soube que, se nos pegassem, a cruz nos esperava. Mas esse, disse ao colega, nada fez que merecesse o nosso mesmo trato. 

    E votando a Jesus, disse lembra-te de mim. O nome disso é fé. E Jesus lhe confirmou o hoje estarás comigo no paraíso. 

    Uma das definições de evangelho é essa que Paulo destaca: é loucura, para os que se perdem. Esta foi a lógica do outro: como um "salvador" não salva nem a si mesmo?

    Para o outro ladrão crucificado, a cruz é o poder de Deus. Porque compreendeu o tipo de salvação à qual a crucificação de Jesus se refere. 

     O nome disso é evangelho. Apure a sua identidade e pertencimento. E não se envergonhe do evangelho. 

domingo, 11 de outubro de 2020

Quem é notável diante de Deus - Salmo 16,3 e 2 Rs 5,1-27

 Naamã, o notável 


     O que torna alguém notável? Em que se sentido ser notável? Para que ser notável?

1. Cmdte exército da Síria;

2. Gde homem diante do seu senhor;

3. Gde conceito;

4. Por ele o Senhor concedeu vitória;

5. Era herói de guerra.

     Porém, hanseniano. Num homem como ele, despertava sensibilidade em todos.

   A história de uma menina (esta, sim, uma "pequena notável") anônima. As tropas de Naamã trouxeram cativa uma menina que foi trabalhar na casa da esposa de Naamã. 

1. Uma menina cativa é notável?

2. Como reage uma menina cativa?

3. Trabalhava com alegria?

4. Que terá, então, a dizer a sua patroa?

   "Disse ela à sua senhora: Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra".  2 Reis 5:3

    Então, o que podemos dizer sobre a fala da menina?

1. Ela deu uma boa notícia sobre cura.

2. Deu testemunho de seu Deus.

3. Despertou curiosidade pelo profeta.

     A esposa de Naamã falou com ele, que falou com o rei, que enviou uma carta ao rei de Israel.

     Naamã saiu com:

1. 10 talentos de prata; 10 X 34 = 340 kg

2. 6 mil siclos de ouro; 1,2 kg X 6.000 = 72 kg;

3. 10 vestes festivais. 

    A ideia de Naamã, o notável, era que deveria pagar com esses presentes o benéfico que ele iria receber.

    Dois enganos de dois reis:

1. A carta do rei da Síria ao rei de Israel solicita à pessoa errada a cura de Naamã;

2. O rei de Israel, desinformado, acha que era um pretexto para nova desavença;

3. O rei de Israel não sabe o que a menina tinha certeza e conhecia muito bem.

    O que Eliseu, outro notável, respondeu ao rei quando soube de sua reação:

"Ouvindo, porém, Eliseu, homem de Deus, que o rei de Israel rasgara as suas vestes, mandou dizer ao rei: Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel". 2 Reis 5:8

    Eliseu, o profeta, ficou sabendo, mesmo sem tv ou zap, que o rei rasgara suas vestes (festivais), e disse isso.

     O que aconteceu, então:

1. Naamã chegou com a sua comitiva na porta da casa de Eliseu, o profeta;

2. Eliseu mandou um recado, pelo seu secretário, e nem "deu as caras";

3. Naamã achou uma desfeita, foi embora de volta para casa e nem ligou para nada.

    O que Naamã disse:

   "Naamã, porém, muito se indignou e se foi, dizendo: Pensava eu que ele sairia a ter comigo, pôr-se-ia de pé, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra e restauraria o leproso. Não são, porventura, Abana e Farfar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não poderia eu lavar-me neles e ficar limpo? E voltou-se e se foi com indignação". 2 Reis 5,11-12.

Lições que Naamã precisava aprender:

1. Deus não (e nem Eliseu) gosta (gostava) de mídia e "jogo de cena" para milagres;
2. Precisava ainda aprender a ser humilde, principalmente diante de Deus;
3. Estava diante de um verdadeiro profeta de Deus;
4. Por isso era palavra de Deus, que deve ser levada em conta, e não de falsos profetas.

      Mas Naamã também tinha oficiais inteligentes. Eles esperaram a raiva passar e fizeram uma sugestão ao Comandante:

1. Usaram o argumento: o profeta não deu as caras, mas também não aceitou nenhum presente;

2. Parece que não é enganador. Não lhe pediu nada, só fez essa recomendação, que não é tão difícil assim.

      Naamã, mais calmo, deu meia volta e foi ao Jordão, famoso até hoje, e deu os 7 mergulhos. Saiu com pele de bebê. Algumas lições a aprender:

1. A água do rio Jordão (e de nenhum outro rio do mundo) não é (nunca foi e nunca será) milagrosa;

2. Milagre é um ato soberano da vontade de Deus: ele faz quando Ele quer;

3. Não devemos achar que Deus vai fazer os milagres que a gente acha que ela tem de fazer, mas ser gratos pelos que vimos, os que vamos ver (e os que nem vimos e nem sabemos que Ele fez);
4. A fé nos vem antes do milagre, porque ela é o primeiro e o principal milagre. 

    Naamã encontra Eliseu: o profeta deu as caras. Na conversa dos dois:

1. Naamã disse ao profeta que reconhecia o poder de Deus;

2. Naamã era um homem, como todos, que precisavam ser alcançados pelo poder de Deus;

3. Mais uma vez, apelou que aceitasse, pelo menos, um presentinho;

4. Não adiantou insistir e Naamã ainda pediu:

"Disse Naamã: Se não queres, peço-te que ao teu servo seja dado levar uma carga de terra de dois mulos; porque nunca mais oferecerá este teu servo holocausto nem sacrifício a outros deuses, senão ao Senhor. Nisto perdoe o Senhor a teu servo; quando o meu senhor entra na casa de Rimom para ali adorar, e ele se encosta na minha mão, e eu também me tenha de encurvar na casa de Rimom, quando assim me prostrar na casa de Rimom, nisto perdoe o Senhor a teu servo". 2 Reis 5:17,18. 

Mais uma vez Eliseu recusou, e disse a Naamã: "Vai-te em paz", A história poderia acabar aqui. Mas Geazi, o secretário de Eliseu, "pisou na bola":

1. Foi alcançar a comitiva de Naamã no meio do caminho;

2. Mentiu, dizendo que o profeta havia pedido umas doações;

3. Eram 2 vestes festivais e 34 kg (1 talento) de prata;

4. Naamã deu dois e pediu a dois funcionários que trouxessem;

5. E Geazi mentiu de novo a Eliseu. 

"O resultado não foi bom:

Porém ele lhe disse: Porventura, não fui contigo em espírito quando aquele homem voltou do seu carro, a encontrar-te? Era isto ocasião para tomares prata e para tomares vestes, olivais e vinhas, ovelhas e bois, servos e servas?

Portanto, a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua descendência para sempre. Então, saiu de diante dele leproso, branco como a neve". 2 Reis 5:26,27

Conclusões aprendidas da história:

1. Notável, para os homens, não é o mesmo que notável, para Deus. O salmista entendeu isso em Sl 16,3;

2. A menina estava contrariada com a sua condição, mas isso não afetava nem sua fé e nem seu testemunho;

3. A providência de Deus continuou atuando na vida dela e, por seu intermédio, o nome de Deus foi exaltado;

4. Para Deus, não há nem tempo, idade ou circunstância desfavorável para que o seu testemunho seja, por Sua graça, e nosso intermédio concedido;

5. Homens grandes, como reis, no caso, o da Síria, Haddad-Ezer, mais sábio do que o de Israel, Jorão, deveriam reconhecer o poder de Deus;

6. A mentira, como diz a Bíblia, é filha do diabo, Jo 8,44, sempre vem precedida de fraqueza maior: encarar a verdade com Deus, ainda que seja confissão,  1 Jo 1,9, é bênção sempre maior;

7. Pode ser que muitos mentirosos nunca sofram de hanseníase, porque às vezes a denúncia dela a gente desconhece, mas deve ser rejeitada, porque com Deus, a verdade é benção sempre maior.


    

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Salmo 119 - Trechos selecionados

 


Alef

Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do Senhor.

Bem-aventurados os que guardam as suas prescrições e o buscam de todo o coração;

não praticam iniquidade e andam nos seus caminhos. Salmo 119:1-3

Beit

De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra.

De todo o coração te busquei; não me deixes fugir aos teus mandamentos.

Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.

Bendito és tu, Senhor; ensina-me os teus preceitos. Salmo 119:9-12

Guimel

Sê generoso para com o teu servo, para que eu viva e observe a tua palavra.

Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei.

Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos. Salmo 119:17-19

Dalet

Eu te expus os meus caminhos, e tu me valeste; ensina-me os teus decretos.

Faze-me atinar com o caminho dos teus preceitos, e meditarei nas tuas maravilhas.

A minha alma, de tristeza, verte lágrimas; fortalece-me segundo a tua palavra. Salmo 119:26-28

He

Ensina-me, Senhor, o caminho dos teus decretos, e os seguirei até ao fim.

Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei; de todo o coração a cumprirei.

Guia-me pela vereda dos teus mandamentos, pois nela me comprazo.

Inclina-me o coração aos teus testemunhos e não à cobiça.

Desvia os meus olhos, para que não vejam a vaidade, e vivifica-me no teu caminho.

Salmo 119:33-37

Vav

Venham também sobre mim as tuas misericórdias, Senhor, e a tua salvação, segundo a tua promessa.

E saberei responder aos que me insultam, pois confio na tua palavra.

Não tires jamais de minha boca a palavra da verdade, pois tenho esperado nos teus juízos.

Assim, observarei de contínuo a tua lei, para todo o sempre. Salmo 119:41-44

Zayin

O que me consola na minha angústia é isto: que a tua palavra me vivifica.

Os soberbos zombam continuamente de mim; todavia, não me afasto da tua lei.

Salmo 119:50,51

Het

O Senhor é a minha porção; eu disse que guardaria as tuas palavras.

Imploro de todo o coração a tua graça; compadece-te de mim, segundo a tua palavra.

Considero os meus caminhos e volto os meus passos para os teus testemunhos.

Apresso-me, não me detenho em guardar os teus mandamentos. Salmo 119:57-60

Tet

Tens feito bem ao teu servo, Senhor, segundo a tua palavra.

Ensina-me bom juízo e conhecimento, pois creio nos teus mandamentos.

Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a tua palavra.

Tu és bom e fazes o bem; ensina-me os teus decretos. Salmo 119:65-68

Yod

As tuas mãos me fizeram e me afeiçoaram; ensina-me para que aprenda os teus mandamentos.

Alegraram-se os que te temem quando me viram, porque na tua palavra tenho esperado. Salmo 119:73,74

Kaf

Desfalece-me a alma, aguardando a tua salvação; porém espero na tua palavra.

Salmo 119:81; Vivifica-me, segundo a tua misericórdia, e guardarei os testemunhos oriundos de tua boca. Salmo 119:88

Lamed

Para sempre, ó Senhor, está firmada a tua palavra no céu.

A tua fidelidade estende-se de geração em geração; fundaste a terra, e ela permanece.

Conforme os teus juízos, assim tudo se mantém até hoje; porque ao teu dispor estão todas as coisas.

Não fosse a tua lei ter sido o meu prazer, há muito já teria eu perecido na minha angústia. Salmo 119:89-92

Mem

Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia!

Os teus mandamentos me fazem mais sábio que os meus inimigos; porque, aqueles, eu os tenho sempre comigo.

Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos.

Sou mais prudente que os idosos, porque guardo os teus preceitos.

Salmo 119:97-100

Nun

Por meio dos teus preceitos, consigo entendimento; por isso, detesto todo caminho de falsidade.

Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos.

Salmos 119:104,105

Samech

Aborreço a duplicidade, porém amo a tua lei.

Tu és o meu refúgio e o meu escudo; na tua palavra, eu espero. Salmo 119:113,114

Ayin

Trata o teu servo segundo a tua misericórdia e ensina-me os teus decretos.

Sou teu servo; dá-me entendimento, para que eu conheça os teus testemunhos.

Salmo 119:124,125

Peh

Admiráveis são os teus testemunhos; por isso, a minha alma os observa.

A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples.

Abro a boca e aspiro, porque

Salmo 119:129-131

Tsade

Justo és, Senhor, e retos, os teus juízos.

Os teus testemunhos, tu os impuseste com retidão e com suma fidelidade.

O meu zelo me consome, porque os meus adversários se esquecem da tua palavra.

Puríssima é a tua palavra; por isso, o teu servo a estima. Salmo 119:137-140

Kof

Antecipo-me ao alvorecer do dia e clamo; na tua palavra, espero confiante.

Os meus olhos antecipam-se às vigílias noturnas, para que eu medite nas tuas palavras.

Ouve, Senhor, a minha voz, segundo a tua bondade; vivifica-me, segundo os teus juízos. Salmo 119:147-149

Resh

A salvação está longe dos ímpios, pois não procuram os teus decretos.

Muitas, Senhor, são as tuas misericórdias; vivifica-me, segundo os teus juízos.

São muitos os meus perseguidores e os meus adversários; não me desvio, porém, dos teus testemunhos.

Salmo 119:155-157

Sin/Shim

Alegro-me nas tuas promessas, como quem acha grandes despojos.

Abomino e detesto a mentira; porém amo a tua lei. Salmo 119:162,163

Tav

Chegue a minha petição à tua presença; livra-me segundo a tua palavra.

Profiram louvor os meus lábios, pois me ensinas os teus decretos.

A minha língua celebre a tua lei, pois todos os teus mandamentos são justiça.

Salmo 119:170-172

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Perguntas: 7 delas bíblicas

     Quando bem feitas, confrontam quem ouve. Mal feitas, afrontam. Ou não conduzem a lugar nenhum. 

     Mas na Biblia há delas que são fundamentais e formativas do caráter, principalmente aquelas feitas por Deus ou, de conteúdo, feitas a Deus.

     Bem, às vezes até Ele omite uma resposta. E vai que, exatamente nessas horas é que aprendemos muito.

     1. Pergunta a Adão: "E chamou Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? [...] Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?". Vamos fazer valer como uma só essas três. 

      Porque aqui a circunstância é única. O começo da vida de qualquer homem ou mulher, com Deus, passa por essas perguntas. E a resposta para todos nós será "sim, desobedecemos". Começamos, com Deus, desnudados por Ele. Vai nos revelar o nosso pecado, não como Satanás, porque Deus não nos joga na cara, e vai estar em Cristo, reconciliando-nos com Ele. 

      2. Pergunta a Caim: "Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito?". De novo, vamos encadear as três. 

       Aqui, há relação direta com as anteriores. Também é típica de todos nós. Todos, sem exceção, já experimentamos a síndrome de Caim. Encher o coração com ódio. Não proceder bem, diante de Deus, e matar o irmão. 

     Lembrar que, na Bíblia, para existir ódio, basta não operar o amor. Proceder mal, no coração, basta a intenção. E matar o irmão, é só "dar gelo" ou difamá-lo. Somente a conversão a Deus, que foi a finalidade dessas perguntas feitas, pode nos livrar da síndrome de Caim.

      3. Pergunta a Abraão: "Por que se riu Sara [...] Acaso, para o Senhor, há coisa demasiadamente difícil?". A pergunta foi ao marido, mas o assunto foi a esposa (que logo depois, mentiu). Que coisa feia, Sara!

       Para aprendermos a não duvidar do que Deus vai realizar. E, compreendendo que não há impossíveis, referentes às promessas dEle para nós. O não haver impossíveis se refere aos assuntos de Deus a nosso respeito, e não à satisfação de nossos caprichos.

     4. Pergunta a Abraão: "Ocultarei a Abraão o que estou para fazer? [...] Pergunta de Abraão: "Destruirás o justo com o ímpio?".

      Deus é, em essência, revelação. Se não, não enviaria o Filho, que nos revela todo o Pai. Portanto, não estava para esconder nada de Abraão. E Amós, o profeta, também reforça que nada Deus faz sem parceria com seus profetas. 

     E Deus não destrói ímpios, mesmo porque todos são ímpios. Ele concede chance de arrependimento indistintamente. Mas, como diz Paulo, não se deixa escarnecer. Com Deus, não há impunidade.

      5. Pergunta a Abraão: "Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?". João Batista respondeu essa.

      Reclamam de tudo na Bíblia. Sabem por quê? Porque esse livro denuncia a maldade humana. Aqui, reclamam de Deus mandar Abraão matar o filho Isaac. Mas, ao mesmo tempo, matou e não matou.

     Matou, como diz o autor de Hebreus porque, no seu íntimo, Abraão obedeceu a Deus até as últimas consequências. Era isso que Deus queria lhe mostrar.

     E não matou, porque tudo aquilo, sem que Abraão soubesse, era um teatro, para demonstrar que, quem assassina seus semelhantes e mata seus filhos (e os dos outros) somos nós, que matamos o Cordeiro de Deus, Jesus, com nosso ódio, até que Ele, tendo ressuscitado, revelou-nos Seu amor. 

       6. Pergunta de Esaú: "Não reservaste, pois, bênção nenhuma para mim?" [...] "Longe de lugares férteis, sem orvalho que cai do alto, viverás da tua espada e servirás a teu irmão".

      Escolha por não viver sob as bênçãos de Deus é a mais louca possível. Paulo se refere a Deus, na introdução aos Efésios, como "Bendito Deus de bênçãos, que abençoa". Esaú, pela provocação do irmão, não considerou santo, da parte de Deus, o que o próprio Deus considerou santo para ele. Não há como viver fora da bênção de Deus. 

      7. A pergunta que Moisés não fez: "Rogo-te que me deixes passar, para que eu veja esta boa terra que está dalém do Jordão, esta boa região montanhosa e o Líbano" [...] "Basta! Não me fales mais nisto".

     "Posso passar?" Moisés trocou a pergunta por um rogo. E a resposta foi não. Quantos "nãos" já ouvimos de Deus? Paulo nos ensina que, ainda que ouçamos "não", a graça de Deus nos basta.

    Davi se especializou em ouvir "nãos" da parte de Deus. Pelo menos, três que me lembre: na tentativa de edificar o templo; na intercessão pelo primeiro filho com Bate-Seba; e na condição de escolher entre um dos três castigos, quando desobedeceu, fazendo o censo.

     Caiamos nós nas mãos do Senhor, mesmo ouvindo dEle quantos "nãos" forem necessários, porque são muitas as misericórdias de Deus.