segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Simples, difícil, mas absolutamente necessário

 Para começo de conversa, ou de ano, dois versículos, um Salmo e uma palavra de Jesus. O Salmo:

   ¹ "Senhor, o meu coração não é soberbo e os meus olhos não são arrogantes. Não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim." Sl 131.

   E agora a palavra de Jesus: ²⁵ "Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos." Mateus 11.

  É bom prevenir aos relaxados, desocupados e preguiçosos, místicos baratos de ocasião, que o que Deus nos reserva não nos chega por download do "Baixaki", aquele link de produtos pirata da Internet.

   Dizer que não devemos ser orgulhosos, soberbos, e que Deus reserva aos pequeninos, deixando de fora "sábios" e "instruídos", não quer dizer que Deus prioriza ou prefere os desprovidos de inteligência, de diligência ou sabedoria.

   Quer dizer que Deus é seletivo. Há um tipo de sabedoria própria dEle e essencial ao que nEle crê. Destaque-se um exemplo a não seguir, o de Salomão, que escreveu "o temor do Senhor é o princípio da sabedoria" e, para o final de sua vida, perdeu a sabedoria, porque abandonou o temor do Senhor.

   Já é um bom começo compreender o temor do Senhor. Aliás, Paulo diz que salvação a gente desenvolve, e leva a efeito "com temor e tremor". Portanto, há um medo respeitoso, medo santo, quando se considera a Pessoa de Deus.

   A Bíblia, de onde foram retirados os versículos acima, é um livro diverso, com ampla categoria de autores, muitos entre eles anônimos, talvez até a maioria.

   Por exemplo, um pescador, aliás, estudioso, chamado Pedro, leitor assíduo de outro apóstolo, chamado Paulo, escreveu:

   ⁴ "Dessa maneira, ele nos deu as suas grandiosas e preciosas promessas, para que por elas vocês se tornassem participantes da natureza divina e fugissem da corrupção que há no mundo, causada pela cobiça." 2 Pe 1.

   O pescador está aqui dizendo, pelo menos, três coisas: (1) Deus nos concedeu grandiosas e preciosas promessas; (2) por elas, nos tornamos participantes de Sua natureza; (3) somente por esse modo é possível fugir das paixões, corrupções e cobiça do mundo.

   Este é o texto do pescador. Agora, vamos ao do teólogo, amplamente lido pelo pescador, pode conferir em 2 Pe 3,15-16. Paulo afirma:

  ¹⁸ "...vocês possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, ¹⁹ e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam tomados de toda a plenitude de Deus." Ef 3.

   Então, o pescador, Pedro, diz que podemos nos tornar "participantes da natureza de Deus", porque há promessas de Deus para isso.

    O teológo, Paulo, diz que podemos "conhecer o amor de Cristo -- que excede todo o entendimento" -- para sermos "tomados de toda a plenitude de Deus".

   Aqui a sabedoria de um teológo e de um pescador convergem, de modo autêntico, para demonstrar que não se precisa procurar nada além disso, como soberba para a vida.

   E que há muitos "sábios" e "entendidos" que não estão nem aí para isso. Por isso Deus reserva para os pequeninos. Trata-se de uma opção inteligente.

   Simples, não fácil de se obter, mas absolutamente necessária.

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