segunda-feira, 26 de julho de 2021

Como chegar ao Acre - 3

  

      Enquanto isso, Porto Velho não nos saiu da visão. Foi quando em agosto de 1993, rumamos num Santana 2000 estrada afora, com pernoites em Mineiros e Pimenta Bueno, alcançamos Rio Branco na terceira noite. Chegamos às doze (em acreanês), 0h, em português, com o corpo de 2h da manhã, por causa do fuso, fomos dormir as 2h, com corpo de 4h e acordamos às 7h, com corpo esbagaçado, em qualquer língua, para uma Escola Dominical numa chácara, na estrada para Porto Acre.

     Estávamos no Acre, ainda sem saber que eu ficaria no campo, mas logo obtendo essa indicação, viemos eu, Regina e Isaac, este aos 8 meses de vida, quando chegamos em janeiro de 1995. Nelson Rosa e Josilene foram para Porto Velho, em 1996, onde hoje está implantada a igreja que foi sonho, desde os avisos nos para-brisas do Andorinha. Porque onde Nelson e Josilene chegam, igrejas nascem.

      E esta começou em 2009, numa conversa com colegas do curso de pós-graduação, sobre a possibilidade de iniciarmos uma congregação. Ela começou em março de 2010, na varanda de nossa casa, no bairro Manoel Julião. Há uma foto histórica da primeira reunião que fizemos.

    A ideia não era, logo de começo, obter um terreno para construir um templo. Achamos que seria oneroso e que também já havia muitas igrejas no bairro. Só ali, na calçada defronte, havia 5 em sequência, num espaço de 100 m. Então resolvemos que compraríamos um espaço para fazer acampamentos com crianças, especialmente de comunidades carentes.

     Nesse meio tempo, antes de adquirirmos a chácara, 2008-2009 foi um biênio que dedicamos a trabalhar com crianças na creche Mi e Bino, no bairro Mocinha Magalhães. Até que, em 2010, numa conversa providencial com o pr Nelson Rosa, no muro externo de casa, passou de carro Daniele Balmant, uma das crianças que conviveram com o casal Rosa, desde 1984 no Acre.

    Ela falou que o esposo queria negociar uma chácara, em Senador Guiomard, pertencente ao sogro, pai dela. Qualquer empolgação nessa hora é natural. Posteriormente esfriei. Eram 200 mil à vista. Tínhamos 1/4 em caixa. Mas não achei que daria para tratativas. Até que o presbítero Dionísio, esposo dela, ligou para mim.

    Era providencial. Conversamos numa ida à chácara, no Quinari, apelido consagrado desse município vizinho, a 30 km de Rio Branco. Falei que quantia tínhamos e quanto arrecadávamos por mês. A quarta parte como entrada, segundo nos foi oferecido, requereria 4,5 mil mensais. Dispúnhamos de 2,5 mil, não menos do que 2 mil, prometi, com atividades extras que pudessem acrescentar mais.

     Combinamos que proporia ao sogro. Mas não haveria polêmica. Assentimento ou recusa seriam indicador, sem insistências e contra-argumentos. Não houve sinal de acordo. Porém uns 15 dias depois, num Encontro de Casais para o qual eu e esposa fomos convidados, Dionísio sinalizou que desejava falar comigo. E disse que confrontara a família, como eu recomendara que não fizesse.

     Ora, argumentou, vamos vender para quem? O pastor quer desenvolver um ministério com crianças. Não vendendo para ele, o espaço, mais ou menos 4,8 mil m² vai ficar para bebidas, brigas e mundanismo. Valeu a argumentação. Demos 50 mil. Pagamos o restante, com juros celestiais de 10 mil, nos meses restantes, sem atrasos.

      Confirmado o ministério com crianças, o que priorizávamos desde o Mocinha. Continuávamos na varanda de nossa casa no Manoel Julião. Houve uma obra que ampliasse nossa área externa nos fundos, o que nos deu um espaço a mais, isso em 2014-2015. E em 2017 Jorge chegou à igreja. Quando soube de seu talento em construção, reconheci que era providência de Deus para nós.

      Assim o foi. E neste ano, com 11 anos e 4 meses de existência, inauguramos o novo templo.
    

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