segunda-feira, 29 de novembro de 2021

No ranking de Jó

 Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal." Jó 1:8.

     Quem e quantos são como Jó? Vale somente para ele essa observação? E se ao invés do Altíssimo, o outro, dessa conversa, fizesse ao inverso a pergunta, desta vez dirigida a todo infestado pelo pecado?
      A resposta foi que Jó amava Deus por interesse. Faça um teste com ele, disse Satanás. Faça você o teste, disse Deus, porém dentro dos meus limites. Porque, como diz Tiago, Deus não se deixa tentar pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta.
     Em que monta era a integridade de Jó? Reto e temente a Deus era a sua personalidade. Em que proporção se desviava do mal? Quais tipos de mal ele admitia ou praticava?
      Jó oferecia pelos filhos e com eles sacrifícios por suposições do que porventura eles pudessem ter praticado como prevaricação ou desavisadamente. Ele conhecia esse exercício de, a si mesmo, aplicar um senso de qualidade.
       Nunca aventurou uma hipótese de que fosse, em absoluto, íntegro, reto, temente a Deus e que se desviasse do mal. Nunca avaliou ser mais santo ainda do que, efetivamente, Deus o tornava. Reconhecia o seu papel, assim como o de Deus, em sua santificação.
     A pergunta, então, a ser feita é pelo ranking de santidade. Pois, se há uma lista do primeiro time, no qual Jó, certamente, sem nenhuma dúvida, está inscrito e, a partir daí, vêm as graduações para menos.
      E então, aí sim, ou melhor, aí não haverá para esses a mesma pergunta de Deus feita a Satanás: "Observaste o meu servo....", aqui entrando os nomes dos de segunda, terceira, quarta e assim por diante, em categoria.
     Para esses, então, não haveria esse tipo de diálogo ou menção, para que Satanás não risse deles na cara de Deus: "Ora, com referência a esse, com todo o respeito, o Altíssimo só pode estar brincando comigo".
      Como na Bíblia, em Zacarias, numa de suas visões, o sumo sacerdote Josué aparece com manchas em sua túnica. Satanás se aproxima para pô-las em destaque. E é repreendido por Deus. Mas não havia manchas? Sim, havia. Então, acintosamente, não tinha o tinhoso autoridade, não, isto ele nunca tem, mas atrevimento, ousadia para envergonhar esse tal servo do Altíssimo?
      Não tem. Não tinha, não tem, nunca terá. Nunca teve e nunca tem. Porque é definitiva, no tempo, para antes, agora e para sempre a justificação pela fé. Jó era um justificado pela fé. A distinção está não num suposto ranking dos pecados cometidos, ou sua quantidade, seu tipo ou ainda a reincidência neles.
     Não, porque a derrota de Satanás é completa. Todos os justificados mediante a fé entram no espaço em branco do formulário, legitimamente tendo inscritos os seus nomes: "Observaste o meu servo.... inscreva aqui o seu nome, caso seja mais um justificado pela fé.
     Isto porque a cruz de Jesus Cristo zera a conta. E o saldo do desfalque não retorna. A confissão do pecado começa, como ressalta Paulo, na "tristeza segundo Deus, que produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar". Mas se, como no caso de Josué, houver reincidência, virá Satanás não para um diálogo tipo o de Jó, mas para acusar e jogar na cara de Deus a sujeira não lavada, a denúncia da imundície plasmada na vida alheia.
     Sim, é vida alheia, totalmente alheia ao Inimigo e, por isso, este sai repreendido. Perdeu. Perdeu todas entre os justificados pela fé. É Paulo, de novo, quem diz: "...a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação". 2 Coríntios 5:19.
      A saber, Satanás. Deus esta(va) em Cristo. Reconciliando, Ele mesmo agente, consigo mesmo o mundo. Não jogando na cara dos homens as suas transgressões. Essa é a palavra da reconciliação. De uma vez, como diz Judas, a fé santíssima entregue aos santos.
     O Altíssimo, Santo, Santo, Santo, nos entrega, de uma vez, fé santíssima, a nós, Seus santos. Não há escalonamento. Não há um ranking dos menos ou mais santificados. Pois "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo", Romanos 5:1. Preço pago. Paz. Conta zerada.
     Justificados pela fé, por Deus e em Deus tornados íntegros, retos, tementes a Deus e que se desviam do mal. Perdeu. Definitivamente, em Jesus Cristo, o Inimigo perdeu. O Senhor te repreende, porque Deus santifica e disso nunca cessa. Pelo sangue de Seu Filho, somos igreja que Deus comprou com o Seu (aqui, ambiguidade proposital) sangue. 

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