segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Manda dizer

"Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?!" João 4:29.

    Essa mulher, a anônima samaritana, encontrou Jesus. Há um hino, muito ouvido e tocado por meu pai, num programa radiofônico que transmitia, na década de 70, que dizia: "Oh, que será?! Que será ver a Cristo?!".
     De um e de outro modo, na narrativa bíblica e na letra do hino, está em questão encontrar Jesus ou vê-lo cara a cara, presença física, pelo menos o que a letra do hino quer dizer.
    Hoje aplica-se à realidade da presença de Jesus. Ele afirmou aos discípulos, em sua despedida, após a ressurreição, que estaria com eles, por extensão, com a igreja, ou seja, com todos os que nEle cressem, "todos os dias, até a consumação do século".
    A pergunta aqui é o que significa tal afirmação, como vivenciá-la hoje e como transmitir a outros essa realidade. Porque os que cremos em Jesus e partilhamos Sua presença devemos vivenciar de modo especial e transmitir essa realidade a outros.
    O que será intenso e natural. Porque se não está sendo, algo de muito estranho está ocorrendo conosco. Uma espécie de indiferença ou alienação da principal característica de nossa vida.
     Caso  não haja intensidade, empolgação e novidade permanente, em função da presença de Jesus em nós e conosco, não passamos de míseros religiosos. Religião é um fator cultural e sócio-relacional.
     Herdamos ou rejeitamos a partir de nossa herança cultural e adotamos uma delas ou não em função de sua característica relacional. Mas ter a Cristo é outra coisa.
     Jesus não é um ícone ou marca. Trata-se de uma pessoa. Aliás, uma extraordinária, em todos os sentidos, Pessoa. Desde a história de sua estada entre nós, indicada na narrativa dos Evangelhos, até os fatos inusitados relacionados à sua ressurreição.
    Sem crer na ressurreição de Jesus, ele perde toda relevância. Ora, é evidente, quem deseja vê-lo a distância, como um exemplo de conduta, um ícone místico religioso, personalidade de destaque universal, que o valha. Alvitre de cada um.
     Mas quem crê na ressurreição de Jesus, admite e confirma que com ele se relaciona. Com ele experimenta comunhão. Com ele caminha. A mulher samaritana que com ele se encontrou saiu do encontro transformada, chegou a sua vila e denunciou aos de sua relação.
     Para ela, era o Cristo. Provoca-os a autenticar essa realidade. Eles mesmos constatam, afirmando depois: "não pelo que você disse, mas pelo que nós mesmos ouvimos e agora sabemos".
    O jovem rico sai triste da conversa com Jesus. Sim. É possível sair frustrado desse encontro. A pessoa de Jesus exige de quem o encontra abrir mão do contraditório que representa a vida de qualquer um em relação à dele próprio.
     E Zaqueu, o baixinho ricaço, acolheu Jesus em sua casa, curiosíssimo em conhecê-lo, quando, repentinamente, levantou-se e se comprometeu a indenizar, multiplicado por 4 vezes, a quem havia lesado. E ainda, com metade dos bens que sobrassem, acudir os menos favorecidos.
     Tudo consequência do encontro com Jesus. Imagine-se alguém receber em sua porta, atendendo revoltado, um emissário de Zaqueu: "Aquele ladrão! Que que ele quer?". O emissário: "Mandou lhe entregar um abono de 4 vezes mais o que ele lhe surrupiou".
      "Meu Deus! Como assim devolver 4 vezes mais?! Que que aconteceu com ele?". O emissário: "Manda dizer que encontrou Jesus".

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