¹⁴ "Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos". Gálatas 2.
Quando repreender? Até mesmo a nós mesmos? Paulo, desta vez na carta aos Corintios, adverte que devemos ter acurada percepção para nos avaliarmos a nós mesmos.
³¹ "Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. ³² Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo." 1 Co11.
E Hebreus vai corroborar, afirmando que, junto com a autenticidade de filho de Deus, está agregada a certeza e necessidade da disciplina.
⁹ "Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos? ¹⁰ Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade."
Hb12.
No caso da congregação em Antioquia, onde estavam, ainda no século I, os apóstolos Pedro e Paulo, tornou-se necessária e urgente essa pública repreensão de um deles, no caso, de Paulo a Pedro.
Independentemente do peso de autoridade, que ambos possuíam em igual proporção, porém, após esse ocorrido, certamente geraram-se comentários e ressalvas, mas Paulo não somente não se importou com isso, como decidiu imortalizar a pública exortação no texto de sua carta aos Gálatas.
Porque não proceder corretamente segundo a verdade do evangelho é razão urgente e mais do que suficientemente justificável a uma exortação pública.
Na frente de todos Pedro dissimulou, então perante todos Paulo o denunciou. Sejamos cuidadosos para não avaliar errado, seja este texto, seja a oportunidade, modelo e modo de exortação.
Conceito e preceito, na Bíblia, caminham juntos, mas necessita discernimento um do outro. O preceito aqui é exortemo-nos uns aos outros, sempre, sem esmorecer.
O conceito é façamos com sabedoria, autoridade e sensibilidade, sem expor desnecessariamente o outro. Não pensemos ter, para gasto impróprio e inoportuno, a mesma autoridade de Paulo.
Mas aprendamos o significado de não agir segundo a verdade do evangelho, extraindo cada passo dessa prevenção vital do incidente em Antioquia, magistralmente, pelo Espírito, aproveitado na descrição paulina.
¹⁷ "Mas se, procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achados pecadores" Gl 2.
Somos, por definição, pecadores. Por isso há o risco recorrente e sempre presente de não agir segundo a verdade do evangelho. Esse foi o flagrante de Paulo na vida de Pedro, aqui explícito.
¹⁶ "...sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado". Gl 2.
A justificação pela fé é a única maneira de se ver livre da imposição do pecado. Crer é depositar única e exclusivamente em Deus a capacidade de se ver livre da ação do pecado em si mesmo.
¹⁹ "Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; ²⁰ logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim." Gl 2.
Somente o processo místico, ou seja, divino e não humano de redenção, expresso nessas palavras de Paulo, podem tratar no ser humano e nele e dele livrar do efeito e presença do pecado.
Pedro dissimulou, quer dizer, disfarçou o pecado, mas nunca pôde evitar a sua presença. E somente o viver pela fé em Jesus, que significa estar com Ele e nEle crucificado, tendo Sua presença no viver, impede que, de novo, o pecado prevaleça.
Proceder, continuamente, segundo a verdade do evangelho, segue cada uma dessas etapas. Crer, ser justificado por fé, o que representa estar crucificado com Cristo, e somente viver e escolher o que e como se vive pela fé.
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