terça-feira, 3 de agosto de 2021

Primeiro amor

 

    Por pura provocação. Só poderia ser, partindo do Alex. Vidas cúmplices. Compartilhando a mesma culpa e a mesma redenção. Eu, por exemplo, reporto-me a 1978. Porque nesse ano, eu e Paulo Leite nos encontramos no seminário.

    Mal sabíamos dessa cumplicidade e das jornadas resultantes. Terminamos em 1981, eu ordenado pastor em 1983, ele em 1982. Era início de ministério pastoral, para nós dois quando, em 1984, Limeira achou Nelson Josilene Rosa e desafiou-os a abrir igrejas.

    Chegamos 11 anos depois, ao Acre, em janeiro de 1995. Resultado de viagens seguidas na rota Rio-Campo Grande, MS, por coincidência nome do mesmo bairro onde mora. Eu morava no Meier e o casal Rosa no Tancredo Neves, mais ou menos uma distância de 4.200 km, entre os dois Rio: o de Janeiro e o Branco.

     Mas percorremos por carro, naquela oportunidade, num Santana 2000, éramos quatro, com mais Nilson Braga, já na glória, e Julimar, dono do carro. Fizemos Rio (de Janeiro)-Mineiros (Goiás)-Rio Branco, Acre. Chegamos às 12 horas (0 h em acreanês), mas com lombeira de 2 h, por causa do fuso, deitamos às 2 h, com canseira de 4 h, e acordamos 6 h, para uma Escola Dominical, com cansaço de 24 h.

     Partiu. A carona foi num caminhão com carroceria média, portas abertas, e um batismo de poeira fina e morena, para nunca mais esquecer. Escola Dominical numa chácara no rumo de Porto Acre. Vide foto. Amor à primeira vista, meu pelo Acre, de Nilson por Cuiabá. Era agosto de 1993.

      Fizemos planos. Eu, dizendo que, caso a esposa concordasse, era certo que viríamos. Por ela já se saber grávida, quando recém chegados dessa viagem, ao Rio, as apostas eram de que não viríamos. Ledo engano. Viemos, com o garoto de colo, 8 meses de idade.

      Entre os planos e a decisão definitiva, uma viagem de intervalo, em outubro de 1993, para a parte feminina do casal conhecer a cidade. Coincidentemente, foi no Manoel Julião, onde visitamos o primeiro casal, no Acre, Joaquim e Lígia, bairro esse onde moramos, desde 2002, e onde iniciamos uma congregação, em 2008, com ajuda, entre outros, desse mesmo casal.

     Joaquim é da turma de veteranos. Ainda no Bosque, há 37 anos atrás, via Nelson Rosa guiar as crianças até as dependências da casa, onde Josilene já havia deixado tudo preparadinho para recebê-las. Muitas dessas crianças, hoje adultas, parcela desses casamentos feitos por mim, são testemunhas vivas dessa história.

     Muitas histórias. Como os crimes, já prescritos, cometidos contra o Luisinho, hoje já casado e pai de filho, deficiente visual que não tinha, a seu favor, na época, jurisprudência claramente definida para que se punissem seus algozes. Impiedosamente roubavam os bifes de seu prato, ou simulavam obstáculos inexistentes, aguçando, desnecessariamente, sua prontidão, ao caminhar na rua.

     Sem contar a simulação de um falso assédio, em sala cheia, de modo a torná-lo alvo de chacota. Que milagres de perdão o evangelho proporciona! Ou o caso quando, num dos retiros, calmamente e já ao entardecer, somente bem no meio do açude, na maior distância possível das margens, o cego e o epilético conversavam tranquila e distraidamente. Providência divina, o pastor dos dois é bombeiro militar.

     Muito há por dizer, do que já se viveu, e muito a escrever, do que ainda vai ser vivido, pelo ministério de obreiros que por aqui passaram, Parise, Afonso e Moisés, os que aqui estão, Nelson, Cid, Caria e Jeremias, os que ainda virão. E as igrejas que surgem, Tancredo, Iolanda, Vila Betel, Ilson Ribeiro e Porto Velho, com as Congregações Eldorado e Manoel Julião. 

     Prevaleça o primeiro amor. Vicejem os seus frutos. 
   





  




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