domingo, 29 de janeiro de 2023

Igreja: identidade e missão

 "Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos?" 1 Coríntios 15:12.

    Como pode uma igreja ser assim denominada, caso não creia no fato da ressurreição de Jesus? Que outros fatos ou que outras doutrinas sejam possíveis abrir mão e ainda assim ser considerado igreja?

    O ponto de partida da fé é a ressurreição de Jesus. Porque nela reside a nossa transformação, de vida sem fé e sem ação do Espírito, para uma vida onde Deus age.

  Ser batizado em Jesus, pelo Espírito, é sê-lo em sua morte e ressurreição, como está escrito em Romanos 6,3-7. A partir de então inicia-se a vida com Deus. Romanos 6,11-13.

    Portanto, ser crente significa ter em si mesmo agente o poder de Deus, como se registra em Efésios 1,15-23, onde somos notificados de três pedidos feitos a Deus pelo apóstolo Paulo: 1. sermos iluminados para reconhecer o chamado de Deus; 2. assim como a riqueza de sua herança em nós; 3. e a suprema grandeza do poder de Deus.

   Todos esses são fatores de nossa identidade, como cristãos, na relação com Deus. Porque Jesus veio destruir a obras do diabo, como está em 1 João 3,8, para nos reconciliar com Deus, como em 2 Co 5,18-19 e para sermos, por Deus, libertos do pecado, como está em Cl 1,13-14.

   Esse é o ponto de partida da fé. Não somos e não estamos na igreja por uma decisão unilateral nossa. Podemos até reivindicar esse direito. Caso a igreja se defina por ser um agregado nos moldes sociais ou civis, por direito adquirido.

   Mas a igreja é uma ação de Deus em Jesus Cristo. Uma realidade divina e, portanto, sobrenatural, no sentido pleno e específico desse termo. Daí a motivação em vivermos a plenitude dela em nossos dias.

   Caso avaliemos que as Escrituras, a Bíblia, Antigo e Novo Testamentos indiquem com precisão o que significa 1. ser igreja; 2. que relação isso tem com Jesus; e 3. qual o efeito disso em nós e no mundo, creio que será importante e urgente redefinir nossa identidade e nosso papel.

    A igreja de Corinto, já na época de Paulo, ou seja, antes do Iluminismo, no "século das luzes" século XVII, já antecipava a época da descrença no poder de Deus. Pois foi Ele quem o exerceu em Jesus Cristo, ressucitando-o dentre os mortos.

   Há um modo, como adverte Paulo em 2 Timóteo 3,5, de ser que é próprio dos homens e mulheres dos últimos dias: uma piedade de aparência, mas que é, na verdade, falsa. Uma forma de piedade, isto é, vida com Deus, aparente que, contudo, lHe nega o poder.

    Igreja é ação de Deus em nós, por meio de Jesus e, consequentemente, no mundo. Em Lucas 5,18, numa parábola, Jesus pergunta se próximo a Sua vinda, ao chegar, vai encontrar fé na terra. Em 1 Tessalonicenses 1,2-5, Paulo destaca as qualidades da igreja dos irmãos naquela cidade.

   Destaca a abnegação do seu amor, a operosidade de sua fé e a firmeza da esperança deles em Jesus. E diz como essa pujança daqueles irmãos repercutiu e serviu como exemplo por todo o lugar.

    Define igreja a ação de Deus em nós e por meio de nós. Paulo mesmo volta a afirmar, em Filipenses 1,6, que Deus começou e vai completar em nós Sua boa obra, em 2,13 que Ele efetua em nós o Seu querer e realizar e, por isso, devemos desenvolver a nossa salvação com temor e tremor, em 2,12.

   Que a motivação nossa seja aquela que encontrarmos nas Escrituras, em suas mais ousadas afirmações. Mas que isso não nos confira prepotência, porém espirito de serviço, primeiramente a Deus e, em nome dele, ao mundo, cumprindo nossa missão como igreja.

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