quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Ter ou não ter, eis a questão

"...completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento." Filipenses 2:2.

      Paulo elenca essa gradação, em série, de atitudes que recomenda aos filipenses, indicando que, além de cumulativas e seriadas, sejam conjunturais. Isso quer dizer que precisam ocorrer todas juntas, uma após outra e todas ao mesmo tempo.

   Repare que são definidoras do que é ser igreja. Lembram Atos 2,44: "Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum". Assim como lembram também 1 Coríntios 16,14: "Todos os vossos atos sejam feitos com amor". E, quanto ao sentimento, esta carta é especialidade dele.

 Aqui, esta palavra aparece pela primeira vez: "Tenham o mesmo sentimento". No segundo emprego, em 2,5, Paulo indica que se trata do "mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus". E, na terceira vez, indica Timóteo, em 2,20, como alguém em quem é visível constatá-lo: "Porque a ninguém tenho de igual sentimento". Vamos deixar para a nossa escola Dominical conhecer as características que, por ter esse sentimento, Timóteo reunia em si mesmo. 

  Paulo nos dá uma aula, tendo em vista Jesus, como nosso modelo e, segundo está escrito em 1 Pedro 2,25, devemos considerar Jesus (e não Paulo) "Pastor e Bispo" de nossa alma. O texto completo diz: "Porque estáveis desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao Pastor e Bispo da vossa alma."

   A leitura dessa pequena introdução à argumentação de Paulo, nesse início de suas recomendações aos filipenses, nos ensina algumas lições práticas, conduzindo-nos a refletir que:

1. Não é Paulo que nos exorta, mas o próprio Jesus, assim o apóstolo afirma e assim devemos entender;

2. Algumas características que praticamos, ou não, constituem as atitudes que, efetivamente, constituem-nos igreja de Jesus, pastoreados ou não pastoreados por ele;

3. Dirigindo-se diretamente aos crentes, nesta carta, Paulo deixa claro que podemos ser os primeiros a nos deslocarmos do eixo ou do foco que nos constitui igreja de Jesus;

4. Para isso basta não fazermos o que está expresso nessa exortação que Paulo Apóstolo, em nome de Jesus, nos indica praticar.

    Se não estamos juntos, pensando uma só coisa, tendo o mesmo e autêntico amor, sendo unidos de alma e tendo o sentimento de Cristo Jesus, não estamos caminhando como igreja. O ajuntamento ou grupo que formamos não nos define assim.

  Logo, efetivamente, não estamos dando a devida atenção às exortações de Jesus. Vivemos, então, uma crise de identidade. Não vamos cumprir, no mundo, o papel que nos cabe. Apenas seremos, numa escala qualquer, uma das igrejas, como aquelas 7 do Apocalipse que, de Jesus, têm uma avaliação, porém nem sempre positiva.

  Precisamos refletir, cada um de nós, individualmente, em que grau essas exortações de Jesus nos alcançam, a elas atendemos e como se cumprem em nós. Precisamos, também verificar em que grau elas se cumprem em nosso grupo, com os que conosco congregam.

  Somente assim poderemos fazer tudo em comum e de modo completo, com a mente pensar, com o coração amar, com alma ser unidos e ter em nós o mesmo sentimento que há em Jesus.


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