¹¹ Disse-lhe Deus: Sai e põe-te neste monte perante o Senhor. Eis que passava o Senhor; e um grande e forte vento fendia os montes e despedaçava as penhas diante do Senhor, porém o Senhor não estava no vento; depois do vento, um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto; ¹² depois do terremoto, um fogo, mas o Senhor não estava no fogo; e, depois do fogo, um cicio tranquilo e suave." 1 Rs 19.
Elias se viu no fundo de uma caverna, equivocado três vezes, confundindo fenômenos rotineiros, ainda que bruscos, da natureza, com manifestações divinas.
Aprendeu que, quando tudo estava em plena normalidade, Deus, como sempre, esteve presente. Parece óbvio, mas é costumeiro tentar definir, para Deus, seus modos de ser e agir.
Elias, já idoso nesse tempo, teve um intenso ministério. Aliás, o exercício de sua fé, até para ele mesmo, foi supreendente.
Muito interessante o comentário que Tiago faz desse profeta:
¹⁷ "Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu." Tg 5.
Portanto, um homem comum, com seus conflitos comuns e, como é corriqueiro, mas somente para quem crê, em conflito com sua própria fé.
Talvez tenha sido tão intensa e urgente sua atuação, quanto às emergências que enfrentou em seu ministério, que nem tenha parado para refletir, teorizar, sobre fé.
Então, num momento de crise máxima, mas como também acontece num período de crise mínima, ou seja, aparente apatia, surge uma crise de fé.
Então Elias queria um Deus segundo o perfil imaginado por ele, quem sabe até definido pela história de seu desempenho pessoal, pois se uma vez até caiu fogo do céu, tempestade, terremoto e furacão tem de ser manifestações do Deus.
Nada. Tédio. O mesmo. Fica em silêncio, Elias, apático, não pense em nada, somente ouça ao redor, quem sabe o som do grilo, na noite de sua caverna.
Deus sempre esteve. Igual a Agar:
¹³ "Então, ela invocou o nome do Senhor, que lhe falava: Tu és Deus que vê; pois disse ela: Não olhei eu neste lugar para aquele que me vê?" Gn16.
Deus não de define pela flutuação ondulante de um gráfico senoidal, não dá para aparecer na tela silk-screen um ícone qualquer que indique algum sinal.
Os sinais são outros. Talvez a planura mansa das águas após Jesus ordenar que tudo se aquietasse. Ou a experiência de treino do fuzileiro naval, na pior das tempestades em alto mar, quando o instrutor manda então mergulhar, para somente então sentir tudo manso.
Ainda que idoso Elias, amedrontado e em fuga, como um Jonas na vida, talvez também deprimido, Deus está e Deus vê. Para Ele, não existe flutuação de sinal.
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