terça-feira, 15 de julho de 2025

Evangelho sem recortes

 ²⁰ "E ele foi e começou a anunciar em Decápolis quão grandes coisas Jesus lhe fizera; e todos se maravilhavam." Mc 5.

   As cidades são responsabilidade da igreja. Jesus mesmo afirmou aos apóstolos que fariam mais do que ele próprio realizou.

¹² "Digo-lhes a verdade: Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai." Jo 14.

  Acreditem, evangelizar cidades está incluído. E o Metrre deu exemplo, delegando um novo convertido, o gadareno, para fazê-lo em Decápole.

  Isso mesmo. Os radicais "deca + polis" já indicam: eram dez cidades. Como todas, quaisquer, em todos os tempos ou épocas, carentes de pregação do evangelho.

  Interessante Jesus enviar um novato na fé. Sim, de uma experiência brutal. A fama invertida, de endemoninhado incontido, agora bem vestido, sadio e falante.

¹⁵ "Indo ter com Jesus, viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido, em perfeito juízo; e temeram." Mc 5.

   E ele foi e fez:
²⁰ "Então, ele foi e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe fizera; e todos se admiravam." Mc 5

   Donde se deduz que Jesus envia a quem quer, capacita, autoriza, mentora continuamente.  Poderia se argumentar, ora, por que Jesus mesmo não pregou na Decápole?

  Porque era tarefa para o novo convertido gadareno. Mas não haveria um problema com a imagem? Um ex-endemoninhado gadareno? A fé vem pelo ouvir.

   Por aparência, diga-se, segundo Isaías o profeta, que nos transmite a descrição mais nítida de Jesus, ele não tinha nem aparência, nem formosura, nem beleza, sendo "um de quem se esconde o rosto".

   Talvez quem esconda o rosto de ver Jesus, cara a cara, é para fugir da autoimagem. Na face de Cristo se vê refletida a santidade que não temos e a deformidade pelo sofrimento do pecado que, esse sim, é tão nosso. E isso é evangelho. 

   Não se rejeita o evangelho pela aparência do pregador. Envergonha-se do evangelho por omissão consciente de não se reconhecer sua importância. Não se faz um recorte do evangelho, sem torná-lo outro, como Paulo denuncia:

⁶ "Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, ⁷ o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo." Gl 1.

  Aos Gálatas Paulo denuncia a razão deles de "passar a outro evangelho". Não existe outro. E qual a nossa razão de passar a outro evangelho? Qual o nosso evangelho?

   O evangelho é o poder de Deus. E Marcos afirmou que o primeiro a pregá-lo foi Jesus e chamou-o de "evangelho de Deus":

¹⁴ "Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galileia, pregando o evangelho de Deus, ¹⁵ dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deusestá próximo; arrependei-vos e crede no evangelho." Mc1.

  Não se recorta das Escrituras o evangelho, arbitrando o que nela se deseja legítimo, falseando-se o contexto de sua principal mensagem.

  Porque é certo dizer ter sido prenunciado  até a Satanás, ainda no Gênesis: ¹⁵ "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar." Gn 3.

   E atestado em todas as Escrituras, segundo testemunha o próprio apóstolos Paulo: ¹ "Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus, ² o qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras". Rm 1.

   Então,  deixando de lado a mesma covardia de Jonas, vamos anunciar nas cidades. Ainda que consideremos plenos inimigos todos os que vão ouvir. Sem esquecer que, antes do evangelho, inimigos de Deus todos fomos:

¹⁰ "Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida". Rm 5. E isso é evangelho.

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