domingo, 9 de novembro de 2025

A 🌳 árvore no meio do jardim

 ²⁵ "Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam". Gn 2.

   Estar nu e não se envergonhar significa uma condição anterior à queda. O casal estava no jardim do Senhor.  Foi o lugar previamente preparado por Deus e concedido como moradia a Adão e Eva.

    Houve um período, de tempo indeterminado, costumeiramente denominado "Dispensação da Inocência", sobre o qual a Bíblia diz pouca coisa.

   A legenda acima indica, em regra geral, uma condição em que nudez não tinha a marca da malícia e do mercado que adquiriu no mundo atual.

    Não foi e nunca será pecado. Porém a malícia assumida pela queda contaminou tudo na origem. A definição paulina de pecado é a que mais esclarece:

¹³ "Acaso o bom se me tornou em morte? De modo nenhum! Pelo contrário, o pecado, para revelar-se como pecado, por meio de uma coisa boa, causou-me a morte, a fim de que, pelo mandamento, se mostrasse sobremaneira maligno."  Rm 7.

    Deus reuniu num lugar só o deleite e perfeição da natureza. Não há como negar sua beleza. Os sons do jardim, o cheiro, as formas, o toque e o sabor.

    O que a natureza tem a oferecer desenhava-se diante do casal. A perfeição de Deus refletida em Suas obras.  Era o perfeito ambiente do Salmo 19.

¹ "Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. ² Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. ³ Não há linguagem, nem há palavras,  e deles não se ouve nenhum som; ⁴ no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo." Sl 19.

    A marca de Deus perdura na criação, porém no homem e na mulher outra marca, esta negativa, a marca do pecado passou a existir após a queda do primeiro casal. Dt 32:

⁴ "Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto. ⁵ Procederam corruptamente contra ele,  já não são seus filhos, e sim suas manchas; é geração perversa e deformada." 

     Mais do que somente os benefícios da vida no jardim do Senhor, do qual, ao casal, foi concedido cuidar e guardar, sair dele representou perda da comunhão com Deus.

²⁴ "E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida." Gn 3.

      A grande perda representou o bloqueio definitivo para alcançar a árvore da vida. Era ela que estava no meio do jardim. Eva ter mencionado, no diálogo com a serpente, que a outra árvore é que estava nessa posição,  foi grave equívoco:

² "Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, ³ mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais." Gn 3.

      Já operava em Eva o engano,  esse mesmo que transmitiu, como sugestão, ao esposo. A presença do casal no jardim, recebido como herança visava, antes de tudo, ensinar aos dois que o mais importante era desejar para si o caminho da árvore da vida.

⁸ "E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, na direção do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado."  Gn 2.

      Desejar a árvore da vida, mais do que a do conhecimento do bem e do mal, pouparia ao homem a experiência do pecado, assim como ensinaria o modo de, definitivamente, vencer o mal. Inverter a importância da duas foi o início da queda na primeira tentação.

  ⁹ "Do solo fez o Senhor Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal." Gn 2.

   Mas o caminho para a árvore da vida está aberto. Porque Jesus, por meio de Seu sacrifício na cruz, tornou possível a restauração do ser humano.

   Cumpriu-se a palavra de Deus, quando havia prevenido Adão que, por sua vez, transmitisse a sua esposa, de que experimentar a desobediência, mais do que, somente, apreciar o fruto, representaria a morte.

⁴ "Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis." Gn 3.

   Portanto, entre a vida e o caminho para a árvore da vida existe a morte. Por isso, Deus enviou o Filho ao mundo, como está escrito aos Romanos:

³ "...enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado". Rm 8.

   Jesus Cristo experimenta a mesma morte de todo ser humano, mas venceu todas as tentações, daí ter sido por Deus ressuscitado em justiça e para justificar todo aquele que tem fé no Seu nome:

   ²⁵ "...o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação." Rm 4.

   Jesus traça a rota e nos devolve ao caminho para a árvore da vida. Já no Antigo Testamento, o profeta Ezequiel anunciou a restauração desse caminho e os efeitos das águas que brotam das fontes desse jardim:

¹² "Junto ao rio, às ribanceiras, de um e de outro lado, nascerá toda sorte de árvore que dá fruto para se comer; não fenecerá a sua folha, nem faltará o seu fruto; nos seus meses, produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário; o seu fruto servirá de alimento, e a sua folha, de remédio." Ez 47.

  E na profecia apocalíptica está escrito que, nesse dia, todos os que creram em Jesus experimentarão o benefício negado aos nossos primeiros pais, em função de sua desobediência.

   Naquele dia todos os que tem a marca da fé,  a marca do sangue de Jesus, pela justiça do Filho, terão franco acesso à árvore da vida. Devolvida ao centro do jardim, preferível entre todas as outras e agora no centro da vida de todo aquele que crê.

¹ "Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro. ² No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos." Apocalipse 22.

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