sábado, 16 de setembro de 2023

Gratidão e louvor

    Então nos reunimos na casa da irmã Neli, hospedada com seu filho e nora, para agradecermos a Deus a vitória obtida nessa renhida luta sua em seu tratamento quimioterápico.

   Foram quase 7 meses no total, no Rio de Janeiro, 2 meses inteiros no hospital, entre entradas e saídas da UTI, estadas no quarto, altas e retorno ao hospital, muitas vezes em emergência.

   Emocionante ter ouvido dela dizer que agarrou-se, com seus dois braços, às curvas da cabeceira do leito, para dizer ao Pai estou preparada, mas caso ainda me dês mais tempo, estarei pronta a servir.

   Como sempre serviram, ela e seu esposo. Tive o privilégio de pregar nesse culto de gratidão. Falei, baseado em João 15,9-17, sobre amizade e amor. Estes dois elementos vitais da existência, quando verdadeiros, somente Cristo produz em nós.

   Pude relembrar como, na igreja de um bairro de nome sui generis, no Rio de Janeiro, em Cascadura, desde as décadas de 50 e 60, as raízes dessa família brotam frutos. Cheguei a conhecer Gerson, esposo de Neli, antes dela.

   Brinquei, recordando o namoro anterior dele, e ela arrematou meu argumento, quando lembrou que Gerson trocou um namoro de 6 anos pela convicção em casar com Neli.

   Clássica a foto (veja após este texto), que mostra três dos quatro filhos de Clauderval e Madalena, um deles pastor, não aparece. Conheci mais os três da foto: Gerson, Sérgio e Josias. Mas com Gerson e Neli convivi com marcas profundas.

   Esses bisavós paternos dos garotos Gian e Gabriel tinham um Itamaraty Willis. Residiam em Ricardo de Albuquerque e nos davam carona, a mim e minha mãe, de onde pegávamos o ônibus até Nilópolis, o município da Baixada Fluminense onde moravam meus avós maternos.

   Acho que acertei na marca do carro. Se ainda entre nós, Gerson saberia com precisão, pois entendia tudo de carro, fosse qual fosse a marca. Desde seu Fusca 1200, ao Fiat 147, no qual cansei de ver funcionando uma luzinha de um dispositivo extra que havia instalado para medir sei-lá-o-quê de que não lembro.

   Surpreendeu indo com seu sogro, esposa e filho, de seus 5 ou 6 anos, até os limites dos marcos da Transamazônica, nos anos próximos à sua inauguração. Contou, já retornando, como ajudou o mecânico numa emergência do rolamento traseiro, ele mesmo ajustando a ferramenta que, centralizada de modo concêntrico, retira-o do eixo.

    Diácono Gerson, no meu tempo, em Curicica, 1982-1988, e presbítero, no tempo de Lourival Ortega, meu colega de turma no Seminário e pastor que assumiu a igreja, em meu lugar, formava uma dupla sem igual com Valdemir.

   Qualquer igreja que os tivesse, estaria muito bem suprida. Valdemir era encarregado de uma tecelagem. Seu turno era noturno. A noite que folgada era na madrugada de domingo para segunda. Saía de seu plantão, madrugada de domingo, seguia para Vila Kennedy, bairro situado na Av Brasil, a uns 16 km de Curicica.

   Ia buscar a família, esposa Elzair e um casal de filhos, para trazê-los para a igreja. Ainda dirigia uma das classes de escola dominical, para tirar um cochilo à tarde, mas não que não houvesse tempo para as visitas e evangelização no loteamento da igreja.

   O diácono Gerson conhecia todos os labirintos de Jacarepaguá, a partir da Taquara, como Boiuna, o recanto da Colônia Juliano Moreira, antigo e já desativado hospital psiquiátrico, entre tantos outros recantos.

   A noite completa de sono de Valdemir seria somente a de domingo para segunda. Aposentou-se, beneficiado pelo trabalho com sobrecarga, mas resolveu voltar a trabalhar na mesma função. Ora, nenhum chefe dispensaria um operário desses. Seu coração não aguentou. Partiu muito cedo para casa.

    Além de seu empenho missionário, com Missões na Melhor Idade, o casal Gerson e Neli esteve empenhado na compra do contorno da esquina onde se situava o terreno da igreja congregacional em Curicica.

   O link abaixo, ao final, reserva seu depoimento nesse culto. Também louvamos a Deus pela entrada de seu neto primogênito, Gian, no curso de Medicina, na Federal do Acre, UFAC.

   Linda a história dessa família, sejam os Cabral, de Mato Alto, sejam os Coelho, de Cascadura. Assim o evangelho frutifica. Assim produz seus frutos. E como nos ensina a Bíblia, os anciãos, como carvalhos plantandos na casa do Senhor, deixam marcas e pegadas que as gerações procedentes devem seguir.

       
Presbítero José Carlos     Aspecto geral do culto.
   e Pr. Jeremias no
 momento de oração.

A seguir, link do depoimento sobre a vizinha que chega na reunião de oração para ser bênção:

Abaixo, o hino Marcas, do grupo Logos:
https://youtu.be/IucWGh6wigU

Ah, sim, os carros: eram (mais ou menos) assim:

Fusca 1200

Fiat 147

Itamaraty Willis

Foto clássica: bem no primeiro 
banco, os três "meninos" de 
d. Madalena e "seu" Clauderval,
esq. para dir. Gerson, Sérgio e 
Josias. Bem, um deles, 
d. Neli levou com ela.

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