segunda-feira, 10 de julho de 2017

     Uma das coisas que costumam confundir o leitor do Apocalipse é sua tentativa de tornar literal o que vem lendo. Por exemplo, tenta imaginar, na visão inicial de João, a pessoa de Cristo descrita.

   Tudo bem com veste branca, de linho, com um cinto de ouro. Chique e sofisticado, no último. Mas agora, imaginar a pessoa dentro, vai ficar medonho. Olhos que projetam chama, como um maçarico permanente.

     Vá somando uma cabeleira branquíssima, pés de bronze e, para terminar, ao contrário do engolidor de espadas circense, no caso do Jesus que João vê, sai uma espada afiada, de dois gumes, da boca.

    Pois é para imaginar a cena descrita, mas Jesus, ali, não é literal. O que João vê e associar é uma imagem que simboliza atributos que, verdadeiramente, pertencem a Jesus.

   Que ainda transita por entre candelabros e segura estrelas em suas mãos. O que aprendemos é que Jesus, agora o Jesus real, tem livre trânsito entre Suas igrejas e segura por suas mãos seus pastores.

    A palavra que sai de Sua boca é precisa, Seus olhos tudo veem, Seus pés são firme fundamento e alicerce, Sua roupa, como simbolizada nas vestes sacerdotais do AT, no caso dEle, indicam sacerdócio real, único perfeito e permanente.

    Está pronto o cenário das revelações que virão. Toda a autoridade do que segue, provém da Pessoa aqui indicada, nada mais, nada menos do que o próprio Jesus. Essas imagens, a partir de agora, "coladas" a Jesus, eram bem fáceis de ser assimiladas pelos leitores originais.

    Mais do que leitores, pois muitos deles, talvez quase a totalidade não lia o grego, enxergavam as imagens que lhes deixavam no imaginário uma impressão bem clara da mensagem que João desejava transmitir e da Pessoa, fonte precípua de toda a... revelação, ou seja, de todo o Apocalipse.

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