domingo, 5 de março de 2023

Igreja, família e o presente século

 

   A Bíblia entrelaça duas instituições divinas, as quais foram entregues aos homens e mulheres, mas que não devem ser usurpadas pela humanidade.

   Corre-se o perigo de tentar edificar as duas, ou confundi-las, uma pela outra, sem ajuda presente e essencial de Deus.

   Pode-se tentar chamar o resultado final "família" ou "igreja", porém verificado, de modo flagrante, seu arremedo. Porque tanto família, quanto igreja podem ter, apenas, assinatura humana, com autenticidade divina escamoteada.

   Assim como, em Cristo, tudo o que Deus executa é voluntário, como escrito em Fp 2,6-7, quando Jesus não usurpa para Si nenhum dom, tanto família, quanto igreja são dons de Deus que não devemos usurpar para nós.

   Há um contínuo diálogo entre família e igreja, assim sugere a Bíblia. Se assim não entendermos, mas tentar usurpar, para nós, o sentido de família, ou da mesma forma o sentido de igreja, Deus não vai estar presente.

   Casamento foi instituído por Deus no ato da criação. Igreja, da mesma forma, na comunhão que Deus, mais do que o homem ou a mulher, buscavam no Éden. Pois Deus andava pelo jardim os procurando a casa dia.

    Em Jesus, somente nEle, igreja se torna possível, como restauração da comunhão com Deus, o que torna homem e mulher capazes para viver de modo pleno.

   Jesus dizer que veio para que vivamos vida plena, é porque o dom de vida plena somente se refaz na comunhão com Deus. Vida em todos os sentidos, em todas as áreas, principalmente no casamento e na igreja.

   Vivemos dias de descrédito da família e de descrédito com  igreja. E mesmo com atores que a si mesmos se autodeclaram crentes, tornam-se como que profissionais em família e em igreja, sem necessidade de nenhuma assessoria.

   Esquecem o velho Salmo 127, que diz: "Se o Senhor não edificar a casa, e vão trabalham os que a edificam", ou da fala de Jesus: "Edificarei a minha igreja".

   Definitivamente, nem família e nem igreja são obras humanas, despidas de parceria divina. Caso não estejam autenticamente regidas por Deus, será fácil perceber o arremedo e certa a ruína, tanto de uma, quanto de outra.

   A não ser que os padrões de avaliação deixem de ser os bíblicos. Evidentemente, é possível tanto chamar de "família" ajuntamentos sociais, a imagem e semelhança de quem os idealizou, como chamar "igreja" outros mesmos ajuntamentos.

    Não é possível misturar uma pela outra. Quer dizer, pode ocorrer, mas não é aconselhável. O papel da família é tão insubstituível quanto o da igreja. Esta, sim, é concedida como dom que restaura a vida, na comunhão com Deus. Mas nunca, por si, cumprirá o papel que cabe à família.

   Família, ainda que tenha, numa casa, todos os seus membros crentes, não substitui a igreja. Há quem se queira desigrejado, para chamar sua casa de igreja, e ao inverso, quem queira que a igreja substitua o que compete à família.
 
  Não entendeu nem uma e nem outra. Uma nunca vai cumprir a função da outra. Uma não se constitui sem a outra. Ambas atendem à principal carência do ser humano: comunhão com Deus.

   Deus nos cria à sua imagem e semelhança. Não somos nós que criamos Deus à nossa imagem e semelhança. Cuidado. Às vezes, são os crentes, por ser julgar "entendidos" de Deus, que vão falsear, seja família, seja igreja, criando Deus e esses dois dons à sua (deles) imagem e semelhança.

   Você não tem um marido. Ele é do Senhor. Você não tem uma esposa. Ela é do Senhor. Você não tem filhos. Foram dados a você pelo Senhor e pertencem a ele. Se vocês não devolvem ao Senhor ou não se devolvem ao Senhor, então usurpam para si mesmos.

   Quem usurpa na Bíblia não é Jesus, mas Satanás. De quem você quer ser cúmplice? Com Jesus, não há cumplicidade, mas comunhão. Fruto do Espírito é diferente de obras das trevas.

   Dois dos maiores dons que recebemos de Deus, cuja maturidade na fé pode nos permitir usufruir as maiores bênçãos, que são família e igreja. Somos convidados, também e principalmente nisso, à edificação desses dons, a ser parceiros de Deus.

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