segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Culto com Melquisedeque

 Gn 14,12-24

¹⁸ Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo;
¹⁹ abençoou ele a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra; ²⁰ e bendito seja o Deus Altíssimo,
  que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo. 
Gênesis 14:18-20

    1. O poder material de Abraão
Erro frequente e desonesta proposta de "igrejas de arrecadação" é prometer que qualquer crente pode ser rico como Abraão. Nada de errado há com a riqueza, se for obtida por meios honestos. Mas tê-la como principal propósito da vida, certamente, desvia do real propósito de Deus para nós.
    2. O poder espiritual de Abraão
Esta era a riqueza de Abraão. As Escrituras descrevem seu testemunho. Até numa guerra de guerrilha esteve envolvido, mas seu trato com os bens recolhidos e com as pessoas marcaram os efeitos de seu caráter e de sua comunhão com Deus. Celebrou a vitória não com um banquete, mas com um culto, em companhia de Melquisedeque.
    3. O referencial de fé para Abraão
Abraão não foi o primeiro a crer. Herdou a mesma fé de seus antepassados, mas precisou crer, ser convertido, mesmo porque não era de família crente em Deus. Certamente a fé de Melquisedeque chegou ao patriarca. Desde que atendeu ao chamado de Deus, reconhecendo sua vocação e peregrinando por Canaã, transmitiu com fidelidade seu testemunho de fé.
    4. O cerimonial do pão e do vinho
O simbolismo do pão e do vinho eram antigos. A cerimônia da Páscoa o adotou. E dela Jesus apontou para esses dois elementos que o representam, no sacrifício da cruz. Reprentam comunhão, alegria, mas também sofrimento, tanto no contexto da Páscoa, como atualmente no contexto da Ceia do Senhor.
    5. Bendito Abraão, pelo Deus Altíssimo, bendito o Deus que abençoa.
Como Paulo menciona em Efésios 1,1, Bendito o Deus de bênçãos. Como foi com Abraão, mais do que esperar bênçãos, devemos ser bênção. O evangelho não está posto para compor nossa personalidade, como acessório, ou para turbinar nossa vaidade. Mas para nos deixarmos gastar no compromisso que, por meio dele, devemos ter com Deus.

   1. Podemos não ter chance de bens materiais que nos enriqueçam (como o jovem rico que não trocou os bens por Jesus).
   2. Mas temos chance do poder espiritual: que não é para nos enriquecer materialmente, mas para nos ensinar que (1) tudo pertence ao Senhor, (2) devemos, então, viver no mundo nossa vocação, (3) testemunhando com fidelidade nossa fé.
   3. Melquisedeque traz e tem a mesma fé que Abraão tem, conhece e compartilha: o testemunho em Canaã, tanto dele, quanto de Abraão, comprova o valor de uma vida andando por fé. Sem fé, impossível agradar a Deus.
   4. Pão e vinho representam sustento, alegria, provação, comunhão. Rt 2,14. No texto da última Páscoa, Jesus retira a simbologia para lembrar o pão, que desceu do céu, Jesus, para dar vida ao mundo, o sangue pelo perdão dos pecados e a videira do testemunho, que é a igreja.
   5. Como Paulo aos Efésios, Deus é o Deus de bênçãos. Abraão segue com seu testemunho, andando por sua fé e enaltecendo o nome do Senhor. Quando chamado, ouviu de Deus: "Se tu uma benção", e cumpriu sua vocação.

Lições práticas:
1. Riqueza, para Deus, são os dons eternos que dEle recebemos, para testemunhar enquanto, nesta vida, formos peregrinos;
2. Abraão deu sua vida inteira ao Senhor, significando que tudo pertence ao Senhor. Por isso deu o dízimo a Melquisedeque.
3. Há quem se nega a entender que 1/10 é para o privilégio de sustentarmos a obra do Senhor. Deus não precisa de nossa esmola. Ou somos dele e tudo o que temos é dEle, representado na escolha de dar a décima parte (e ficar com 9 (nove) partes), ou nossa vida está avarenta e desorganizada.
4. A escolha de Abraão em fazer um culto e não uma festa ou banquete foi coerente com a vida que vivia em meio àqueles reis e líderes em Canaã. No próprio diálogo com o rei de Sodoma, demonstrou seu desapego com os bens materiais e sua honestidade diante de Deus.
   

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